Na semana passada tivemos o treinamento espartano da Mei para se converter em uma mulher mais refinada e já no finalzinho, o anúncio da festa de Iwasaki Tosuke que prometia muito tanto pelo tema da reunião em si que era o advento da eletricidade nas terras nipônicas, quanto por ser um teste das habilidades da nossa querida protagonista e seu colega Kyoka – o que minimamente nos faria dar umas boas risadas das bagunças criadas.

Otojiro é o tipo de personagem que certamente tem o seu charme, não pela sua beleza física, mas porque ele tem um comportamento mais realista e moderno em relação aos demais, e o fato de ele ser legal mas ter uma moral meio duvidosa só o torna mais interessante – a cena em que ele destaca seu interesse claro pelo dinheiro dos velhos babões que estariam na reunião atuando como uma geisha, deixa bem marcado essas características mais práticas dele.

Falando nisso, diferente do que imaginei Kyoka não é o único conhecedor do disfarce de nosso amigo, já que fora as demais pessoas, o elenco principal todo sabe o segredinho dele. De começo achei que isso quebraria um pouco a dinâmica de ele causar sem ser reconhecido, mas não é que a ciência sobre ele nos trouxe eventos bem mais engraçados e reveladores?

Mei já entra em cena mostrando que aprendeu bem os ensinamentos e tarefas, pronta pra desempenhar um bom trabalho. O único porém nessa história é que mesmo que estivesse pronta pra atender o público, ela não pensou que haveriam conhecidos lá e muito menos que ela própria não estava irreconhecível pra eles – Otojiro pegou muito leve na maquiagem dela, talvez se tivesse carregado mais um pouco ela passasse despercebida.

O fato é que todo mundo estava lá e falando com ela numa animação só, acabando com a concentração da menina e pra fechar o pacote a última pessoa que ela esperava ver também deu as caras por lá: Mori.

Num primeiro momento percebi que Mori fez o fino e fingiu que não a reconheceu pra não desestabilizar ela no seu ambiente de trabalho – muito cortês da parte dele – e aí tivemos uma pequena surpresa, ele já deu uma chamada em Otojiro pra saber suas intenções com Mei, e esse devolveu o alerta avisando que ela era muita areia pro caminhãozinho dele ou seja, ele deve querer ela pra si.

Os outros candidatos do harém também não ficaram exatamente parados e deram suas demonstrações de que estavam na jogada ainda, cada um a seu modo. Yakumo continua sendo a figura que é, ajudando Mei durante boa parte da festa e Syunso fez uma ceninha básica porque a Mei estava se dedicando por todo mundo – é briga galera, mas isso aí ainda é só um pedaço da coisa.

Passada essa parte, a chegada do convidado principal só acelerou alguns processos que precisavam de uma descarga maior pra rodar, assim como a própria eletricidade que ele desejava trazer pro Japão daquela época. Tosuke vinha não só apenas com figuras importantes como trouxe consigo uma outra peça rara, que é o Charlie.

Charlie veio com a intenção óbvia de enrolar os ricos por ali, mas fiquei com a impressão de que ele usou Tosuke como pretexto e foi pra fiscalizar a Mei mesmo. Acho que a resposta que ela o deu sobre seu status atual foi satisfatória – com ele sumindo em seguida e deixando as coisas como estavam.

Achei interessante que na parte da discussão sobre a eletricidade mesmo, o anime trouxe uma visão que era bem comum naquele período, onde os japoneses tinham uma dificuldade imensa de aceitar as mudanças que vinham trazidas do ocidente.

Durante muito tempo eles interpretavam essas novidades como ações “demoníacas” e que influenciariam negativamente no modo de viver simples, porém organizado que eles tinham socialmente. De certo modo isso tinha uma certa coerência considerando o histórico colonizador e conflituoso de muitos dos países que tentavam “ensinar” algo aos demais com suas experiências.

O caso aqui não era diferente e Tosuke tinha encontrado na mentalidade fechada dos milionários um forte obstáculo. Eles viam dificuldades não só financeiramente como também relacionadas ao bem estar geral – que era notoriamente o maior obstáculo pra que a ideia saísse dali.

Por sinal, o rapaz não é exatamente um personagem existente, assim como creio que alguns dos demais também não o sejam diretamente, mas ele é baseado em um famoso homem de negócios chamado Momosuke Fukuzawa (também conhecido como Tosuke Fukuzawa), que ficou marcado por ser o japonês responsável pela introdução da energia hidroelétrica no país – além dele ainda conhecemos o carinha da nota de 10 mil ienes Fukuzawa Yukichi, que também é riquíssimo e influente nas negociações.

Na verdade, uma característica que me surpreendeu foi a capacidade da direção de amarrar certos eventos históricos, como por exemplo o fato de Otojiro, Tosuke e o Fukuzawa serem conhecidos aqui, quando originalmente o Tosuke verdadeiro foi amigo e colega de faculdade do Fukuzawa e de Sadayakko Kawakami – que era uma atriz famosa e geisha, além de esposa do Otojiro Kawakami original fizeram um 2 em 1 aqui.

Enfim, Tosuke não estava tendo sucesso em convencer aos investidores e foi aqui que tivemos o melhor momento do episódio com a dancinha da Mei pra mostrar a importância da energia elétrica. Olha, não sei quem ficou por trás disso, mas a sacada foi ótima, a Mei é inteligente e carismática o suficiente pra levar na lábia os homens ali e não é que ela consegue?

Como não sabem a origem futurística dela, Mei é tomada como uma mulher brilhante e visionária que pode ajudar a revolucionar o mundo, ganhando como consequência mais um admirador e o time de homens mais um concorrente poderoso, culminando no que eu acredito que seja a rota definitiva desse anime.

Mei já tinha sido alertada de sua paixonite por Mori em uma conversa com Otojiro, mas ele em si não deu mostra de quais eram os seus próprios sentimentos. Até então Mei me pareceu apenas uma protegida dele e conveniente pra aquele negócio do casamento arranjado, é ai que percebendo a concorrência, ele a chama pra um momento a dois e se abre, pedindo a Mei que fique ao seu lado e ela deixa os sentimentos contidos irem pra fora e corresponde o gesto dele sob os olhares atenciosos de Charlie.

Meiji Tokyo apresentou um episódio bem divertido do começo ao fim, com o clímax da dança e da “revelação” talvez conclusiva do romance. Semana que vem parece que os holofotes são do Kyoka e ainda temos mais 6 episódios a frente, o que esperar dos eventos futuros?

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