Magical Girl Spec-Ops Asuka – ep 11 – Todo mundo é triste
Bom dia!
O Giess é triste e a Chisato é triste. As garotas mágicas são tristes, e os soldados e oficiais militares se sentem mal por dependerem de crianças para lutar suas guerras. Os monstros invasores foram derrotados mas o mundo em si é um lugar triste.
Pelo menos a Asuka é privilegiada de ter suas amigas queridas. Mas fiquei com a impressão que do que depender da Brigada de Babel isso não vai durar também.
Em primeiro lugar, há que se reconhecer: a Brigada de Babel é um inimigo e tanto. São vilões, mas não são do tipo que para para contar todo o plano para as heroínas ou coloca seus planos em ação e ficam apenas torcendo que os mocinhos não os descubram.
A Brigada tinha uma missão em Naha: roubar o item mágico que eles sabiam que a General Tabira iria levar. Danos colaterais às garotas mágicas ou aos emissários do mundo espiritual eram desejáveis, mas não condição de vitória. Tampouco era fundamental que seus próprios soldados sobrevivessem. Certamente prefeririam poder continuar contando com os serviços do Giess e da Chisato, mas oh, bem, acontece, né?
Obtiveram o item. Venceram. As heroínas apenas conseguiram evitar que o estrago fosse ainda maior, e como consolo capturaram a Chisato e eliminaram o Giess.
Os combates do episódio não foram espetaculares, mas foram bons. De um lado, Kurumi enfrentou Chisato, e do outro, Asuka enfrentou Giess.
Entre Kurumi e Chisato, a heroína tinha mais poder mágico e mais experiência, mas a Chisato era muito mais fisicamente habilidosa. A Kurumi é uma garota mágica de suporte, afinal, ainda que tenha treinamento para combate completo. Essa simplesmente não é a sua praia.
A Chisato continua sendo um personagem problemático, e ainda não entendi porque ela se tornou psicopata. Por que ela queria tanto matar a Kurumi? A Kurumi, por sua vez, tinha motivos muito bons para querer matar a Chisato.
A vilã cutucou, sem saber, no trauma da heroína desde antes dela se tornar uma garota mágica. A Kurumi ficou com alguns parafusos soltos depois de todo o bullying de que foi vítima, e isso é compreensível. É admirável que ela consiga se controlar – e a Asuka é muito importante nisso.
No final, a experiência (e o uso de drogas mágicas) prevaleceu e Kurumi derrotou Chisato, mas àquela altura ela já tinha voltado a si e não queria mais matar a adversária.
A luta entre Giess e Asuka foi um pouco mais complicada. Foi boa, também, mas o uso de animação repetida pegou muito mal para o que deveria ser a principal luta da protagonista no clímax do arco final da série. Ok, ainda tem mais um episódio, mas o anime tecnicamente “já acabou”, né?
Então a luta em si não foi ruim mas teve esse detalhe negativo. E teve outro detalhe negativo também: alguns parágrafos acima eu elogiei como os vilões em Magical Girl Asuka são inteligentes. Mas isso não vale para o Giess desse episódio.
Claro, a missão já estava cumprida, mas ele precisava gastar tanto tempo conversando com a Asuka? Tempo que convenientemente foi vital para a sua derrota, já que permitiu que a fada da Asuka localizasse o tal tanque de magia líquida que protegia sua armadura. Giess, você não é muito esperto.
Foi ele porém, e nessa conversa, quem tocou em um ponto que parece ser chave para o anime: o mundo ansiava por paz graças às garotas mágicas, mas elas derrotaram os disas e depois disso as calamidades normais entre seres humanos se sucederam normalmente, como sempre foi.
Eu imagino que na verdade possa ter até piorado. Imagine a situação em países do terceiro mundo devastados pela guerra contra os disas. E as garotas mágicas voltaram para seus países de origem. O mundo nunca foi um paraíso, mas esse tipo de contraste o faz parecer especialmente ruim.
Asuka, porém, diz para a criança-soldado somali que vale a pena lutar pelo mundo porque ele ainda tem coisas bonitas, como as amigas dela. Acho que ela deveria apresentar o Giess para Nozomi e Sayako. Ah, o que será que ela diria se soubesse que eles já se encontraram?
Tudo bem, estou sendo chato agora, ela apenas pensou nas amigas, não disse isso para o Giess. Mas o ponto dela continua difícil de defender, se isso é mesmo tudo o que ela tem a dizer. Suponho que esse anime é que não tenha muito a dizer em primeiro lugar.
Enfim, o Giess é derrotado e mais papo-furado se segue. Sobre como ele acha a Asuka triste. E nessa hora a Kurumi chega arrastando a Chisato (precisava mesmo fazer isso?), e ela acorda a tempo de escutar uma confissão do ex-amigo de fé, irmão camarada: foi a Brigada de Babel que engendrou a morte de sua mãe.
Será que ele se sentiu aliviado por ter contado isso antes de morrer? Acho que faltou muita coisa para o Giess para eu poder entender ele. Da forma como aconteceu, foi tudo jogado e eu não estou com vontade de preencher as lacunas sozinho.
Ele morreu triste (mas talvez aliviado), a Chisato ficou tão triste que riu, chorou, enlouqueceu e ficou catatônica, as garotas mágicas continuaram tristes … até saber que todas sobreviveram, daí elas ficaram felizes com sua pequena reunião. Elas ainda são adolescentes, mas já estão aprendendo a ser adultas:
“Então a gente fica de marcar alguma coisa um dia, ok?”
“Ok, vamos marcar sim!”
E cada uma vai pro seu canto e nunca vão marcar nada.
Enquanto isso os adultos de verdade continuam lamentando que dependam de crianças. Mas eles dependem de crianças mesmo? Eu sei que as garotas mágicas que existem são adolescentes, mas precisava ser assim?
A Sandino era adulta. Os gêmeos russos eram adultos. Ok, não eram tão poderosos quanto as garotas mágicas, mas o que impede?
Eu totalmente entendo porque os adultos nesse anime se sentem incomodados por dependerem de crianças para um trabalho tão sujo e perigoso. Mas preciso entender porque dependem delas em primeiro lugar.
Será que o anime ainda vai revelar? Certamente que não. Esse episódio teve jeito e cara de final da temporada já. Tem mais um episódio ainda, mas aposto que nele só serão amarradas algumas pontas que ainda estão soltas e deve ter um gancho para uma possível segunda temporada.
Quem sabe ela venha para responder essas questões pendentes?