Babylon – ep 9 – A fronteira da morte
Como imaginado o presidente Alexander virou um personagem de grande destaque na trama. Aliás, se esse não fosse o caso, eu duvido muito que ele tivesse tido tanto tempo de tela no episódio anterior.
Uma das primeiras coisas que ele fez nesse episódio foi confrontar o prefeito que havia aprovado a lei do suicídio. Eu dou um destaque a cena em que eles discutem sobre o “espírito da fronteira”, isso é, a necessidade de ultrapassar os próprios horizontes. Os horizontes da humanidade. E por que essa fronteira não seria ultrapassada com a superação da morte?
Aliás, a vitória sobre a morte não é algo novo em nossa história. Uma das coisas que fizeram de religiões como o cristianismo tão poderosas foi justamente o fato de dar uma solução ao grande problema da morte. Muitas filosofias, como o epicurismo, falavam sobre a superação da morte, ao menos com a sua aceitação. Pois ela não seria algo que vale a pena se temer.
Nós sempre tentamos responder esse problema com duas diferentes respostas. A negação e a aceitação. Nada muito complicado. Sobre as questões da aceitação, nunca é visto como algo necessariamente positivo. Ainda que o cristianismo trate a morte como uma vitória, já que a vida eterna está na próxima esquina. Desde que você tenha se comportado! Mas a negação é um pouco mais problemática.
Na negação nós buscamos a imortalidade, como os casos dos alquimistas e suas buscas pelo elixir da imortalidade. Ou o imperador Qin Shi Huangdi da China que tentou alcançar imortalidade, mas ironicamente é bem provável que sua morte tenha decorrido do uso de poções tóxicas com mercúrio. Ou mesmo o mito de Gilgamesh, cuja aventura em busca da imortalidade acaba em fracasso total.
Hoje, com o desenvolvimento da biotecnologia o debate sobre a busca da imortalidade está de volta. E aliás, está sério demais para o meu gosto. Bizarro. Mas o da aceitação da morte está mais ou menos aparecendo. Isso é, de forma disfarçada. É cada vez mais normal tratar o suicídio como algo normal. Mas claro, isso tudo muito bem disfarçado com linguagens pomposas e jargões de psicólogos.
Mas, perigoso é o fato dessa discussão poder existir. Uma ideia impacta o mundo, mas o mundo é que molda as ideias. Não existiria a crítica de Marx sem o capitalismo, por exemplo. Da mesma forma, essa discussão de Babylon pode ser muito mais verdadeira do que puramente ficção. Poderia dizer que talvez ela aconteça, mas talvez já esteja acontecendo bem na frente de nossos olhos. E não a vemos.
Enfim, o Seizaki foi parar nos EUA! Dois ou três episódios atrás isso seria algo que eu nunca imaginaria. Mas aconteceu, e ele ainda encontrou com o presidente dos EUA. E mais, ele pode prosseguir com sua investigação. Objetivo: Magase Ai.
Os poderes da Magase, como sempre, são uma coisa que evitarei comentar aqui. A maioria das críticas de Babylon eu estou deixando para comentar futuramente. Pois elas fazem mais sentido quando aplicadas a obra toda, não a uma ou outra cena.
Mas, a forma como elas impactam o Seizaki é de impressionar. Eu não sei até que ponto aquilo faz parte do plano dela, ou é coisa da cabeça do Seizaki mesmo. Pois ele realmente está mal da cabeça, então não deve ser muito difícil de desequilibrar ele. Mas a Magase provocou tanto ele que é impossível não atribuir aquele estado a uma ação premeditada.
Magase discute sobre a (não) existência de Deus. Para os japoneses não é algo difícil de dizer, eles nunca foram lá muito religiosos. E sempre trocaram de religião mais do que prostituta troca de calcinha. Ainda assim, a “morte de Deus” é mais do que um fenômeno religioso. É algo social, cultural, e comportamental. Agora aquilo que nos dava sentido não pode mais nos prover sentido. Não em nível social. Então estranhamente tirar o sentido da morte nos faz tomar duas inevitáveis decisões.
Eu já comentei elas. Uma é a negação da morte, vamos evita-la ao máximo. A outra, é um dos temas dessa obra. Não é apenas aceitar ela como algo inevitável ou necessária, como os cristãos e Epicuro, mas vê-la como uma real alternativa a vida. Vamos aceitá-la como uma opção, vamos discuti-la, vamos tratá-la como algo normal, etc.
Lembrando que isso tudo são só devaneios, não se deve levar mais a sério do que o leitor achar necessário. E, embora tenha perdido muito tempo falando sobre isso, irei lembrar que o tema abordado é sobre o anime, além de ser de muito mais utilidade que dizer “Seizaki fez isso” e “Seizaki fez aquilo”.
Enfim, esse não foi um episódio com lá muita coisa. Parece que a história avançou muito pouco, e mesmo a volta da Magase foi desprovida de muito conteúdo. E, até a animação e direção não tiveram lá uma grande colaboração. Salvo a cena final. Contudo, como um anime de tramas políticas, não há muito para se reclamar.
E é isso, vamos esperar pelos próximos episódios, Babylon ainda tem estrada pela frente.
Uma curiosidade aqui fica com a citação de O estranho misterioso, de Mark Twain. A obra é incrível, e um dos personagens lembra muito a Magase. Embora eu diria que ele está mais para um Johan (Monster). Enfim, essa obra traz indagações perturbadoras sobre a natureza do ser humano. Então para quem gostou das indagações de Babylon vale a pena dar uma chance.
James Mays
E aí peopleessss! James na área!! (Agora saindo do bunker…Visto que só foi uma bravataria)…
Vcs acham que esse veinho aqui não aparece, pois é, ele apareceu dinooovoooo!!!
E vamos ao ep. 09…Pq o Vitor K17 tá instigando…E gosto quando instiga, ò cabra bom para criar furdunço!!!
Não vou me delongar em apontando isso ou aquilo. Mas o que mostrou nesse ep. foi que saímos do mundo “moral” e realmente entramos no mundo da politica e como é digerido um grande “cavalo de pau” moral…
Bem, temos o dialogo do Presidente dos EUA com o Primeiro Ministro Francês em que ficou claro que o Francês só queria ser “moderninho” (diferença entre ele e o Nomaru é praticamente nenhuma…). E temos o dialogo com o prefeito de Hartford, no glorioso estado Connecticut que é a reconhecida capital (um dia foi mundial…) das companhias de…SEGUROS!!
Nessa o autor se esmerou….
E pesquisou (maiiss ou menoooss) ….Hartford foi sempre um núcleo democrata no leste dos EUA e há muito votam em Porto Riquenhos como prefeitos e conselheiros (vereadores)…Neste caso, o prefeito demonstrou uma certa ingenuidade confundindo algumas coisinhas…O tal “espírito de fronteira” foi conversa para boi dormir…Pois Sr. Prefeito (que numa pausa mostra o CV do magano que fez direito em Yale) e eu que sou um idiotinha qualquer e nunca pisei numa fac. de direito (nem aqui e nem lá) sabe de algo chamado 14ª EMENDA ktralho!!!
E a lei que o carinha lá de Hartford aprovou É UMA CLARA E CRISTALINA violação de emenda constitucional…O Sr. Pres. Alex W. Wood não tinha nem que pestanejar, era para entrar com tropa federal e com tudo! Só não fez pq é bonzinho demais…Entendo o lado dele, afinal não é bonito entrar com tropas em uma casa legislativa ou executiva de algum município no país o qual governa…
E voltamos ao Seizaki, agora é um operativo do FBI?? Cuma??? Sem aprovação da Comissão de Relações Exteriores do Senado e sem aprovação da Comissão de Orçamento (sim senhores, para pagar o vidão dele em Washington tem de ter a aprovação de um senadorzinho do Arkansas para pagar um salário ao Seizaki). Caramba! Ele é membro de algo que como chamamos aqui de “Ministério Público” e há uma biblia legislativa sobre um cara desses servir a outro país (pistas? Só ver a história de procuradores da Alemanha nazista servindo como assistentes em Nuremberg)!!!
E só para informar Presidentes dos EUA não são déspotas, as tais “Ordens Executivas” (como citadas no anime) podem muito, mas vc como Presidente tem de informar ao Congresso antes de emiti-las. Não é esse desbunde todo não…
Essa parte foi meio bizarrinha…Mas em nome do “pacto ficcional” aceitamos…E lá vou eu para outra bordoada…
Mas é isso peoples…Mais uma grande resenha do V K17 e mais uma vez usando óleo de cravo nas unhas para não roe-las até o próximo ep. Pq esse anime tá bão dimaiiiissss….
Vitor K17
Opa, olha se não é o James por aqui de novo.
Como sempre está muito bem informado, confesso que dá um certa pena de ver Babylon ter suas falhas e deslizes tão evidenciados. Mas ao mesmo tempo é muito bonito de ver esse paralelo entre o ficcional e o real, em que ponto se encontram e em que ponto se distanciam.
Vou responder atrasado mesmo, pois fiquei uns dias sem meu bom e velho computador. E falando em Babylon, ep 10 já lançou e ainda tenho que assistir. Vamos ver o que nos aguarda :).