Essa longa batalha entre os times Kakizaki, Katori e Tamakoma-2, vem me surpreendendo pela sua duração – já que ainda não terminou -, mas principalmente pelo aprofundamento que ela entrega a cada um de seus personagens, seja em crescimento de habilidades ou mesmo nas questões pessoais deles.

Com as coisas ainda empatadas, porém se encaminhando para o fim, o episódio trouxe elementos bem interessantes que podem mudar o rumo daquilo que vem parecendo fácil demais para os protagonistas, como também a história dos dois times rivais, que a sua maneira concentram problemas internos.

Normalmente graças ao seu medo de atingir pessoas com as balas de trion verdadeiras, a Chika sempre passou muito despercebida nas batalhas, possuindo uma função muito pequena, já que snipers são alvos fáceis e na condição dela isso apenas dobra a fragilidade.

Como uma distração ela nunca pode brilhar, e digo que fiquei bem satisfeito com o avanço que ela demonstrou em seu leque de ataques, ainda mais com o episódio a tornando o canhão que ela nasceu para ser, entregando de lambuja o importante papel de desconstruir um dos times.

Anteriormente eu havia pontuado os problemas do Esquadrão Katori, porém não apontei o Kakizaki e isso apenas por falta de provas, que felizmente vieram nessa continuação. Quando o líder dos “laranjinhas” começou a levantar algumas pulgas, pelo fato de seu grupo estar tão mal posicionado no rank e um tanto quanto desequilibrado – considerando sua força -, imediatamente detectei que ali tinha algo escondido e ligado a ele em específico.

Lembremos que o rapaz vem de uma outra equipe prestigiada e a sua saída não soou como algo sem fundamento e importância, independente da motivação dele. A presença forçosa da Chika, somada a excelente estratégia do Osamu, encurralou o trio de modo que tudo o que seu capitão construiu, ruiu naquele momento.

Os protagonistas não são necessariamente os melhores combatentes – e o histórico deles está aí para comprovar -, contudo aquilo que falta nos demais é exatamente o que vai garantindo a eles a vitória nessa etapa. Achei muito interessante a forma como o anime mostra que a Tamakoma-2 é uma equipe com o equilíbrio perfeito, e analisando as três atualmente, consigo ver com mais clareza a importância dessa luta para a melhoria delas.

Se por um lado Katori tem problemas de comunicação e uma personalidade problemática, Kakizaki sofre do exato oposto e aqui está o ponto que os torna complementares e igualmente necessitados de uma mudança urgente para que eles elevem seu nível e recuperem o que perderam para si mesmos.

O capitão é alguém que desde seu ingresso na Border, se mostra frágil psicológicamente, no sentido de que ele não tem autoconfiança, o que não só prejudica ele, como também a Teruya e o Tomoe. Eu até consigo entender o que deve preocupar ele, afinal se responsabilizar pela proteção da humanidade é uma grande responsabilidade, mas acho que em algum ponto, a sua escolha de recuar piorou a situação, o que impede ele de sair desse looping de dúvidas e incertezas.

 

Agora se por outro lado a força da Katori cria uma confiança em seus parceiros – mesmo que de um jeito bagunçado -, o medo do Kakizaki não faz o mesmo pela sua equipe. Tanto é visível que ele limita o grupo, que quando a Teruya pede para agir por conta, os demais agentes se chocam com a aprovação concedida.

Penso que eles são uma boa equipe e conforme ele for ganhando confiança, os outros dois vão reagir positivamente, até porque o essencial eles já tem, que são habilidades, uma boa relação e muita camaradagem. Isso será suficiente para deter a Tamakoma-2? Sinceramente eu acho que não, mas ao menos essa situação de pressão criada e o contato com dois times tão complementares, criou o impulso necessário para todos saberem onde dá para melhorar.

Digo que a vitória dos protagonistas é certa por dois motivos: o primeiro está na superioridade do time como um todo, por tudo o que eu já citei desde o começo do embate, já o segundo item é algo que tem sido muito comum nesse arco das batalhas ranqueadas. Se você é alguém que ganha flashbacks com um desenvolvimento de personagem, que constrói toda uma simpatia em cima da sua história, espere que a derrota vem – nem os protagonistas escaparam disso.

Falei pouco dela, mas a luta em si tem ótimos momentos, com o Kuga sendo a grande estrela como sempre, e a surpresa sendo as melhorias que a Kitora conseguiu ensinar ao Osamu com os fios de trion, que me parecem ter um terceiro truque oculto e eu percebi, mas comento mais sobre ele no episódio seguinte – isso se minha teoria se confirmar.

Já faz um bom tempo que o “quatro-olhos” não consegue fazer frente a um único combatente, portanto segurar um time inteiro é uma proeza e tanto, espero que esse resultado seja ainda melhor na sequência. A animação estava bem redondinha e eu gostei muito da movimentação dada aos golpes do baixinho, que foi o único a fazer algo mais letal – que essa qualidade se conserve.

Bom, estou bem curioso para ver como isso vai se concluir e como os resultados desse embate vão reverberar nas três equipes, em especial os esquadrões Katori e Kakizaki, já que ao longo da disputa todos precisaram se reinventar e mudar. A Katori vai baixar a bola e dar importância as coisas? O Kakizaki vai ganhar confiança? Os dois vão se abrir aos colegas? Aguardemos as respostas.

Agradeço a quem leu e até o próximo episódio!

 

 

Comentários