Excelente episódio de ação do anime, ouso dizer que o melhor desde o começo da série. O que, é evidente, apenas aumenta a ansiedade para o embate final contra o Musashi – que se eu pesquisei direito aqui, vai se dar em um cenário interessantíssimo. Falo mais sobre isso no final do artigo. Foi mais uma batalha naval, dessa vez com a novidade da abordagem, que foi uma escolha arriscada mas naquele local talvez não existisse mesmo outra opção para um barco pequeno como o Harekaze.

O que não quer dizer que não houve, também, batalha naval do tipo “tradicional”, com bombas e explosões. Teve e bastante: foi a batalha mais dura do Harekaze até agora, o navio sofreu danos severos e agora aguarda reparos para poder prosseguir. Em comparação os danos ao Spee foram mínimos, mas suponho que a embarcação já tivesse danos de outras batalhas (como a outra que teve contra o próprio Harekaze) além de estar sofrendo um problema grave de falta de recursos depois de tanto tempo navegando à esmo. Eu dificilmente poderia pedir mais de um anime com ratos mutantes como antagonistas.

A batalha contra o Spee ocorreu próximo às Ilhas do Almirantado, que fazem parte do Arquipélago de Bismarck, em Papua-Nova Guiné. Sim: um navio de estudantes japonesas já está em Papua-Nova Guiné, aquele país que ninguém sabe nada a respeito e fica imediatamente ao norte da Austrália. Essa informação é importante para dar uma noção da escala de Haifuri. Acho que o episódio anterior mencionou o nome de uma ilha também mas não me lembro com certeza agora. De todo modo, agora sabe-se exatamente onde elas estão: longe pra caramba do Japão. Fronteiras internacionais para quê, né?

Harekaze dança entre explosões

Harekaze dança entre explosões

O Spee é um navio menor que o enfrentado no episódio anterior, mas mesmo assim é um navio bastante grande para o Harekaze. Não foi à toa que tiveram dificuldade contra ele no primeiro encontro, e estavam apenas tentando fugir. Agora a situação era pior, pois precisavam se aproximar: as garotas estavam no ataque. A pequena vantagem delas era contar com a Wilhelmina, a alemã que resgataram do mar na ocasião de seu primeiro encontro com o cruzador alemão (não tenho certeza se é um cruzador ou um cruzador leve, o Spee é algo por aí; não que a maioria das pessoas tenha noção de embarcações de guerra, então tudo bem, hehe).

E essa “vantagem” era também a fonte de todo o drama: o Harekaze provavelmente não combateria o Spee se não fosse em solidariedade a uma colega do mar que tanto as ajudou durante o tempo em que estiveram juntas. De todo modo, o plano traçado com a informação de Wilhelmina falhou: os torpedos passaram direto por baixo do Spee. O que aconteceu? O navio é raso demais? Talvez tenha se tornado raso depois desse tempo todo no mar, conforme gastou seu combustível e outros suprimentos consumíveis? Ou foi uma manobra arriscada do próprio navio alemão? Bom, o episódio nem esboça tentar responder essa pergunta, e o Harekaze desiste desse plano para adotar outro: levar a equipe de invasão com as super-lanchas.

Funcionou, mas não sem que o Harekaze tomasse dano devero: foram destruídas duas baterias e a torre de artilharia, e um dos depósitos possui um buraco mais ou menos remendado para que o contratorpedeiro não afunde. Fora outros danos menores. Felizmente ninguém saiu ferido graças a um sistema de, sei lá, air-bags que o navio parece ter por toda parte. Isso não faz o menor sentido mas a gente não liga porque não queria mesmo ver nenhuma dessas garotas morrendo, não é? O destaque do episódio porém, sem sombra de dúvida, foi a abordagem e a luta dentro do navio.

Excelente cena de ação do episódio

Excelente cena de ação do episódio

E a estrela inconteste da abordagem foi a Macchi, que fez quase todo o trabalho sozinha. As cenas de combate pessoal nesse episódio ficaram tão boas ou mesmo melhores que as cenas de batalha naval que eu já estava acostumado a assistir em Haifuri. O trabalho da equipe de animação responsável sem dúvida foi excelente. Eu não sei como armas dágua derrubam pessoas, mas a animação foi tão divertida que nem ligo. E é Haifuri, um anime leve sobre o uso de armamento de guerra pesado, quem é que não gosta disso, não é? A cena da capitã do Spee toda séria (e toda dominada pelos ratos) atacando a Wilhelmina com muita técnica mas zero eficácia porque ela é pequenininha e fraca foi o momento mais engraçado do anime. Que teve também um momento emotivo com a separação da Koko e da Wilhelmina, que agora voltou para o seu navio e sua tripulação.

Agora que venha o Musashi! Que se a informação dada no episódio estiver correta, está na Lagoa Truk (ou Lagoa Chuuk), que é na verdade um atol. Há várias ilhas dentro dele, são poucas as entradas, e só isso já daria um terreno de batalha muito interessante, mas há mais ainda! O atol, hoje parte da Micronésia, foi a principal base japonesa no Pacífico Sul durante a Segunda Guerra. Vários navios japoneses foram afundados lá (e pelo menos um britânico) e seus destroços talvez possam ter algum papel na história (embora eu duvide). Curiosidade máxima: foi afundado na Lagoa Truk o Rio de Janeiro Maru, navio de carreira que trouxe vários imigrantes japoneses para a América, inclusive, lógico, para o Brasil, e que com a guerra foi requisitado pela Marinha Imperial e transformado em navio de guerra, sendo usado como navio auxilar e depois navio de apoio a submarinos. Ele está a 33 metros de profundidade (mas no mundo de Haifuri deve estar bem mais profundo do que isso). O cenário é bom e a equipe de Haifuri ja mostrou mais de uma vez que sabe fazer batalhas incríveis. Você está suficientemente ansioso pela batalha final?

  1. Este episódio para mim, foi o melhor demonstrou a essência deste anime, batalhas navais, que é algo que particularmente tenho um fascínio enorme sobre navios de guerra (inclusive tenho várias réplicas em miniatura de vários navios de guerra, uma que desataco é a nau Vera Cruz que foi uma das utilizadas para descobrir o Brasil, e tenho duas munições de baterias de um navio de guerra). A batalha entre o Harekaze e o Admiral Spee foi épica nunca pensei que a tripulação do Harekaze saísse ilesa do combate mas felizmente tudo acabou bem. Gostei da atitude da Mashiro neste episódio em não discordar da Misaki, esta nunca na vida ia recusar um pedido de ajuda da alemã, mesmo a situação não sendo favorável para a sua tripulação. A Mashiro esteve muito bem,em comandar a embarcação, aquando a capitã ia liderar a abordagem ao Admiral Spee (eu ia dizer incursão, mas isso é em terra), eu achei que a Mashiro ia ter uma ataque cardíaco quando a torre de artilharia foi atingida por um projéctil ela até ficou paralisada. A abordagem teve uma cena de luta muito bem feita, a Macchi derrotou todas as suas oponentes como se estivesse a fazer um treino matinal (eu acho que as pistolas de água tinham algum sonífero para imobilizar as tripulantes do Admiral Spee), também gostei daquela que usou técnicas marciais de naginata até a mim me doeu os golpes que ela desferiu nas tripulantes possuídas pelo vírus). A parte da Wilhelmina a combater a sua capitã ficou muito kawai, a capitã dela até luta bem mas é muito baixa. Gostei da celebração da vitória do Harekaze sobre o Admiral Spee mas fiquei muito triste com a despedida da Coco com a Wilhelmina, notou-se que a Coco ficou triste pela partida da amiga. Estava a ver que era desta que o Harekaze ia ao fundo, quando começou a entrar água nele esta ideia passou-me pela cabeça.
    Como sempre uma excelente matéria.

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Nunca me interessei muito por navios, mas cenários de guerra e batalhas sempre me chamaram atenção. Para um leigo como eu, ignorados os exageros necessários para que a história prossiga, me parece que as desse anime estão bastante realistas. De todo modo, são muito bonitas e interessantes, só por isso Haifuri já vale a pena ser assistido.

      E tem a parte das personagens né? Sempre poderia ser um pouco melhor desenvolvido mas não está nada mal. Nesse episódio teve a partida sofrida entre duas amigas do mar e a nova dinâmica entre capitã e vice.

      • Aquilo que me mantém a ver Haifuri, além das batalhas navais, são os personagens, eu pessoalmente não tenho nenhuma personagem preferida neste anime, gosto de todas. Eu acho que a Misaki e a Mashiro já estão mais próximas como a capitã Misaki diz a tripulação do Harekaze é como se fosse a sua família.

  2. Acho que vai reagir mais ao menos, só não sei se a Kuro queria ser mais do que amiga da Mashiro, se for esse o problema dela pode estar descansada a Misaki e a Mashiro são apenas amigas mais nada (eu já vi o último episódio que saiu e vais perceber aquilo que estou a dizer tal resposta para isso aparece lá na parte final do episódio).

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