Ir embora de uma cidade pequena sem graça, ou ficar nessa mesma cidade onde você tem laços fortes com parentes e amigos? Este é um dilema comum de quem mora em cidades rurais de qualquer lugar do mundo.

Nesse episódio duas personagens representam bem esses pensamentos: Erika e Shiori. A primeira é uma típica pré-adolescente que fica zangada com tudo e com todos, mas que esconde um sentimento romântico pelo irmão da Maki.

Na faixa etária dela é comum começar a pensar no futuro, mas o que Manoyama tem a oferecer à Erika no futuro? Provavelmente ela seguiria os passos da mãe, tomando conta de um simpático restaurante. Entretanto, não é isso que ela quer, e para fugir de tal destino ela resolve fugir de casa. É normal as pessoas seguirem a mesma carreira de um parente muito próximo (geralmente pai ou mãe), ou assumirem os negócios da família, mas quando isso não acontece, a probabilidade do empreendimento familiar fechar é grande. Isso vem ocorrendo com grande frequência em Manoyama, pois temos muitos comércios fechados. Como foi dito pelo Noge (dono da livraria), as pessoas se acomodaram, esperando a ajuda dos filhos que se mudaram para cidades maiores e que não têm mais interesses em reabrir ou alugar seus estabelecimentos comerciais.

A realidade comercial dessa pequena cidade, embora não seja boa, é interessante do ponto de vista narrativo, pois a revitalização de qualquer cidade tem que passar pelo comércio. Aparentemente a cidade tem um setor rural forte, mas precisa de um comércio que venda o que é produzido no local.

O anime continua mostrando um olhar interno sobre a realidade da própria cidade, e isso é interessante, pois, detectando e consertando as falhas, a cidade pode pensar em atrair turistas. Isso é algo que já repeti em artigos anteriores, mas como redator, tenho que destacar essa característica positiva do anime.

Yoshino conversando com o dono da livraria

Enfim, voltando para a questão central deste artigo, se de um lado temos uma jovem garota querendo ir embora, do outro temos uma jovem adulta que passou a vida naquele lugar e não pensa em hipótese alguma em ir embora. É inegável o fato que Shiori criou raízes profundas em Manoyama, e que está disposta a revitalizar a cidade que tanto ama. Ela nunca precisou sair da cidade, pois conseguiu um emprego estável lá mesmo. Outro ponto a ser destacado é a sua falta de ambição em almejar uma carreira que talvez fosse impossível de conseguir sem sair da cidade. A mesma tem tudo o que precisa no lugar onde vive, tanto financeiramente como emocionalmente.

Yoshino, Maki e Sanae podem dizer para a Erika que a vida na cidade grande não é tão fácil como sua mente infantil imagina. Mas quais argumentos que Shiori pode usar para convencê-la a não partir? Ela nunca passou por isso antes, mas creio que ela dará um jeito usando sua sensatez e mansidão para domar uma pequena “fera revoltada”.

À medida que a história explora temáticas interessantes, as meninas vão conseguindo os itens para recriar um antigo festival, e elas estão bem próximas de encontrarem o último item. Por fim, é interessante ver personagens secundários sendo desenvolvidos, e isso não aconteceu somente nesse episódio, pois em episódios anteriores isso também é notável. Tal qualidade deixa a série ainda mais interessante e prova como a história está sendo bem trabalhada.

O artigo vai ficando por aqui e até o próximo!

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