Bom dia!

O Café com Anime é um bate-papo descontraído sobre animes da temporada entre mim e meus colegas Diego, do É Só Um DesenhoGato de Ulthar, do Dissidência Pop, e Vinícius, do Finisgeekis.

Continue lendo para ver como foi a conversa da semana sobre o Kujira no Kora, episódio 5!

Fábio "Mexicano":
“É possível que alguém no mundo vá nos encontrar e nos aceitar? E conseguiremos esperar até esse dia?” – Suou, o novo líder da Baleia de Lama
Não vou começar com as inúmeras coisas que podem ser criticadas nesse episódio (não poderiam faltar!), mas sim com essa frase. Esse questionamento, na verdade, que eu acredito que seja o núcleo vital do anime até agora, e com 5 de 12 episódios já transmitidos, creio que vá ser o tema principal até o fim. O que acham?
Vinícius Marino:
Falando sério, Fábio? Eu não sei. Esse episódio nos tacou tanta informação que não sei qual priorizar, em que ordem, por que motivo. Ele é um dos piores casos de “tell, don’t show” que vi em memória recente. Tivemos cerca de 20 minutos de diálogos expositivos, empurrados de maneira tão atropelada que me senti lendo a Wikipédia. Se isso é o núcleo vital do anime, acho que ele seccionou a artéria femural.
Diego:
Eu não tenho problema nenhum com infodump, e pra ser bem sincero eu gostei de recebermos as explicações que a Lycos dá. O resto do episódio, por outro lado, eu achei bem qualquer coisa. Eu não diria que foi ruim – acho que pior que o episódio 3 o anime não fica, ao menos por mais um tempinho -, mas também não vou dizer que achei bom. Em alguma medida me soou uma compilação de clichês que por muitíssimo pouco chega a ser passável, e olhe lá.
Gato de Ulthar:
Também não achei o episódio de todo ruim, até me diverti (moderadamente) com ele. Eu fiquei realmente perturbado com aquele “Nous” na Baleia de Lama. Então esses Nous não são apenas aquelas coisas disformes? Aquela forma deformada sentada na cadeira de balanço me deu calafrios… E aquela menininha? Quem diria….
Uma coisa que me incomodou bastante foi a animação do começo do episódio, uma sucessão de imagens estáticas tremendo…. Me senti vendo uma animação caseira.
Fábio "Mexicano":
A cena das flechas, né? O que me incomodou mais na verdade foi o sentimento de que tinham feito tudo aquilo no episódio anterior para nada, os velhacos estavam ali à socapa só esperando para matar a baleia a qualquer momento 😛 E sem contar a verdade para ninguém, é lógico, e também logicamente a hora que os arqueiros descobriram, desistiram no mesmo instante. Parece que a ideia de suicídio só era popular no Conselho de Anciões – e mesmo lá, na prática como vimos foi empurrada por um só, os demais apenas meio que aceitaram.
Mas quando eu falei em “o tema do episódio” eu me referi a um pedaço específico de informação que não é necessariamente útil para o prosseguimento do anime, nem é revelação sobre a mecânica ou a história daquele mundo. Acho um pouco ruim a ideia de que precisamos ser aceitos por alguém para termos motivo para viver, mas é bem o tipo de coisa que eu esperaria de um mangá shoujo.
Vinícius Marino:
Eu confesso que fiquei bem confuso com essa mensagem. Pelo que foi mostrado até aqui, nenhuma das personagens parece ter dificuldade em arranjar motivos para viver. A cena do Chakuro tirando prazer da escrita em um dos primeiros episódios foi um exemplo bem forte. E também não comprei muito a lorota do “suicídio coletivo”. Não que esse tipo de comportamento irracional não exista (as seitas de fim-de-mundo estão aí para provar), mas a maneira como as personagens do anime esposam essa visão me soa bastante implausível.
Até entendo o imperativo editorial para empurrar essa mensagem, mas não a acho necessária, nem particularmente bem abordada.
Uma coisa interessante: vi blogs de leitores de shoujo renegando esse anime. Não sei quão representativos eles são da comunidade, mas dão a entender que mesmo entre fãs do estilo suas decisões estão fazendo saltar algumas faíscas.
Diego:
Bom, fica bem evidente que a questão do suicídio, como o Fábio apontou, era uma imposição de cima para baixo, e ninguém ali fora os anciãos – e o maluco de tapa olho – queria morrer. Não chego a achar implausível, só clichê, e ainda daqueles bem mal executado, fora que no fim só serviu de stall para a história. Sobre a suposta mensagem do episódio, de fato ela é bem problemática, e mesmo desnecessária em face do que o Vinicius apontou.
Fábio "Mexicano":
Metadiscussões à parte, o que acharam da Neri nesse episódio? Ela está mais “fantástica” a cada episódio, meio que literalmente.
Diego:
Uma personagem tão fascinante que eu tive de jogar o nome dela no Google para sequer lembrar quem é. Em todo caso, ela parece estar possuída por alguma coisa, ou então nem ser humana para começo de conversa, mas não acho que tenho o que teorizar por agora. Ao menos achei bonitas as asas dela, então tem isso, eu acho…
Gato de Ulthar:
“Uma personagem tão fascinante que eu tive de jogar o nome dela no Google para sequer lembrar quem é” Eu realmente ri disso.
Bom, como gosto de coisas esquisitas, eu gostei da “comunhão” (se é que pode ser chamada assim) com aquele Nous em forma de um ancião. Mas bem, isso foi esquisito e abrupto não é? Em um episódio ela é uma menininha meiga e solidária, e no outro é uma entidade simbiótica com poderes ocultos.
Vinícius Marino:
Parece ser uma daquelas personagens “tampão” que ocupa a função que for necessária, dependendo do episódio. Porém, sarcasmo à parte, parece-me ser uma espécie de “interface humana” de seja lá o que for a Falaina.
A julgar pela cadeira de balanço (diga-se de passagem, o detalhe mais sui generis do anime até agora), quero imaginar que os “Nous” possuem alguma forma de racionalidade, quando não de humanidade. Mas, justamente por serem… digamos… blobs coloridos e disformes, eles precisam de alguns artifícios para se fazerem ouvidos. E, quiçá, fazer suas vontades respeitadas.
Fábio "Mexicano":
Eu queria ver ele balançando aquela cadeira 😛
Aliás, ele está chumbado nela, perceberam? Tem várias cordas ou coisas do tipo prendendo ele lá
Fábio "Mexicano":
Enfim, episódio infodump, pouco inspirado no geral, não me inspira a fazer perguntas muito divertidas também, então vou com uma bem genérica: quais foram o ponto alto e o ponto baixo desse episódio, nas suas opiniões?
Vinícius Marino:
Melhor: ver a Falaina em toda a sua glória (e cadeira de balanço).
Pior: aquele discurso no final que terminou com um “Êeeeeeee!!” bem grande. O fato de eu nem me lembrar o que estava sendo discursado é prova do quão pouco me tocou.
Diego:
O episódio foi tão whatever pra mim que eu nem sei se consigo pontuar um ponto melhor ou um pior. Acho que pra mim o melhor mesmo o infodump da Lycos, ao menos agora sabemos um pouco mais daquele mundo. E o pior… sei lá, francamente. Nada ali me ofendeu ao ponto de eu considerar a pior parte do episódio, eu acho.
Gato de Ulthar:
Bom, penso como o Diego, o melhor foram as informações passadas pela Lycos, e o pior? Todo o resto? Não brincadeira! Acho que foi o discurso da parte final mesmo.
Fábio "Mexicano":
Para mim, o melhor foi um pedaço específico de informação que a Lycos revelou: Falaina não devora sentimentos. Não só porque é uma informação importante, mas porque ela parou por aí, não falou mais nada, e com tudo o que já sabemos sobre o anime dá para tirar conclusões a partir disso. E eu adoro tirar conclusões – e fiz isso no meu artigo semanal sobre o anime. A pior foi a anciã viking no final. Não gosto desse tipo de cliffhanger que vem absolutamente do nada, e também não gosto de personagens que são caricaturalmente maus. A Viking é as duas coisas.
Fábio "Mexicano":
Claro que no próximo episódio ela pode revelar que eu entendi tudo errado, né? Mas o próximo episódio é o próximo episódio, o que importa é a impressão que deixou nesse. Então até a próxima semana, no próximo episódio ☺️

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