Just Because! – ep 7 – Pondo conhecimento e sentimentos à prova!
Que episódio meus amigos! Confesso que não esperava que algumas coisas ficassem mais claras logo no começo dessa segunda metade e nem que o anime fosse ficar ainda melhor do que já estava. É sério, se continuar assim, para mim Just Because! vai desbancar Tsuki ga Kirei como romance do ano!
Mostrando os detalhes do que aconteceu antes da cena do episódio passado, esse começa e logo temos um pouco mais de background para a personagem Komiya, algo que estava mesmo faltando. Pode parecer simples, e é, mas desejar por muito tempo criar um lugar no qual “se encontrar” e poder fazer isso é importante para muitas pessoas, aliás, outro dia falava com meu melhor amigo exatamente sobre isso, sobre como há pessoas que se sentem bem participando dos sonhos das outras e pessoas que gostam de fazer seus próprios sonhos se realizarem com suas próprias mãos.
Com a Komiya é o segundo caso, então mesmo que não haja um motivo complexo ou dramático para ela querer por querer que o clube sobreviva, ela tem um desejo puro e sincero de querer que ele continue porque ele é um espaço no qual ela pode se concentrar em fazer o que gosta com certa liberdade – algo que todo jovem da sua idade almeja. Percebendo isso, percebendo que o amor dela pela fotografia é algo real, belo e edificante – apesar de às vezes ela tirar fotos de gente que não quer, mas ok, otakus de qualquer coisa sempre exageram mesmo kkk –; o Eita se compadece com o desejo da garota e permite que ela use a sua foto no concurso. Algo bonito e legal, algo que só faz ela gostar mais dele, como pessoa, como amigo, como… Que me perdoe o triângulo Natsume x Haruto x Horikawa – que, aliás, mal existe –, mas o triângulo Natsume x Eita x Komiya é muito, muito melhor!
Passada a linda abertura vemos mais um pouquinho do simpático Haruto e da fofa Horikawa, mas quem é o destaque desse episódio são os outros três personagens principais e aproveitar a situação da prova da Natsume para reforçar os sentimentos do Eita por ela com força total não poderia ter sido feito de uma forma melhor! Sabe o que é o mais legal do Eita? É o fato de que ele em si não é lá um personagem muito interessante e nem carismático, mas que brilha quando faz ótimas ações para o benefício das pessoas das quais ele gosta. É sério, apesar de ter sido duro com a Komiya ele sempre ajudou e “aturou” ela; foi um ótimo amigo que apoiou, incentivou e ouviu o Haruto e caramba; ele já levou umas patadas da Natsume, mas nunca deixou de se preocupar com ela e de tentar ajudar ela sempre dando o melhor de si, coisa que vemos bem na sua tentativa de fazer ela chegar a prova.
A dedicação dele em achar a Natsume e ajudar ela a chegar na hora para a sua importante prova foi belíssima, ainda mais quando vemos a raiva que ele demonstra ao lembrar de todas as vezes em que infortúnios acometeram a garota – que, aliás, não foram poucos e não ficou algo deslocado e “inventado do nada” vendo o quanto ela tem azar no amor e, de certa forma, nos estudos – e toda a sua gentileza ao se esforçar para tranquilizá-la e fazer com que ela tivesse confiança em toda a preparação que ela fez para aquele dia. É sério, para mim isso é amor de verdade, não é ficar de chororô lamentando a pessoa não gostar de você ou ficar sonhando acordado com ela, é amá-la na vida real, no dia a dia, conhecer seus defeitos e suas qualidades, se preocupar com ela de verdade, com o que a faz bem e é importante para ela, lutando com todas as forças para ajudá-la a ser feliz.
As ações do protagonista dessa história são tão impactantes nos outros personagens que logo depois vemos que seu amigo e sua kouhai não conseguem deixar de querê-lo por perto, e por quê? Porque ele é uma pessoa agradável com a qual as pessoas querem estar, pois ele valoriza e cultiva cada relação que tem com quem está próximo a ele. Por isso eu entendo a Komiya estar se apaixonando pelo Eita, e como ela não é uma pessoa de perder tempo dando voltas no mesmo lugar – Natsume cof cof – vemos que logo ela percebe que está interessada nele e que quer tentar algo, o que, de novo, é completamente normal para uma jovem da sua idade. Não há aqui um relacionamento idealizado de shoujo ou shounen, mas sim personagens bem escritos e verossímeis que podem ter dificuldade para expressar o que sentem ou mais facilidade para conseguir decifrar seus sentimentos.
Ao mesmo tempo em que existem pessoas mais objetivas e perceptivas quanto as relações interpessoais há pessoas mais “lentas”, e é aí que a Natsume entra, pois foi lentamente que ela passou a prestar mais atenção no Eita. O flashback que teve na parte da Natsume no trem foi ótimo não só por reforçar a ideia de que ela é meio azarada, como também por mostrar que ele sempre foi assim com ela, alguém gentil e paciente que não pedia nada em troca além da felicidade e do bem-estar dela. Aliás, o que ocorre no final do episódio 4 foi uma ótima prova dessa característica dele.
Voltando a parte da lentidão dela, falo isso porque ela não é só lenta para “resolver” amores não resolvidos, mas também para se tocar de um amor que está bem na cara. Ela ainda não se deu conta do porque ele era, e ainda é, sempre tão afetuoso com ela, de que era por amor! Na verdade, acredito que ela ainda nem pense direito no que ele sente, mas é certo de que nesses últimos episódios ela acordou para o fato de sentir algo além de amizade por ele. Foi preciso que uma “rival” chegasse no pareô, o que convenhamos, faz sentido, pois não é incomum o ser humano só se dar conta de que alguém é importante para ele depois que sente na pele o risco de perder esse alguém.
Just Because! é um show de verossimilhança, realismo e de como conduzir uma história com leveza e dramaticidade no tom e na pegada certas, sem apelar e nem esbanjar, com uma consistência que até assusta! É por isso que o final em que a Komiya vai perguntar para a Natsume se ela pode sair com o Eita é tão, mas tão bom, porque se fosse alguma outra história clichê e caricata ela teria dito “Sim, pode ué, o que é que eu tenho a ver com isso?” e desconversado com vergonha, mas não, aquele “não” dela foi uma recompensa excelente para tudo o que foi trabalhado até agora em cima da relação desses personagens, e é até um pouco corajoso por apontar caminhos interessantes pelos quais a história poderá seguir quando ainda falta cinco episódios para o seu final. Sei que não é como se já não estivesse na cara que os casais principais vão ficar juntos – e essa previsibilidade aqui é o completo oposto do ruim, vale dizer –, mas, ainda assim, o anime tenta fazer com que a sua história seja interessante enquanto continua com os dois pés firmes no chão, mostrando que é possível sim escrever um romance belo e cativante em anime sem precisar de certas “trapaças” para isso.
Just Because! está sendo um anime realmente muito bom, todo consistente e cativante sem “forçar” nada. Não é o tipo de história que você acompanha por adorar personagem X ou Y por ele ser muito legal ou muito interessante, mesmo sabendo que há diversos problemas na história, mas sim uma que você acompanha porque é realmente muito bem-feita! A animação que infelizmente está inconstante e longe da qualidade do resto do anime, mas também está longe de estragar a prazerosa experiência que é vê-lo. Espero que vocês compartilhem do mesmo sentimento que eu e que o anime não nos decepcione até o seu final daqui há um mês. Até já sinto a dor da saudade, meu deus!
Fico por aqui! Espero que após esse episódio maravilhoso o anime não deixe a peteca cair e estrague o que está ótimo. #EitaxNatsume ou #EitaxKomiya? Escolha seu time, torça pela vitória e até o próximo artigo de “Só porque é uma produção modesta não quer dizer que não possa ser foda!”
P.S.: Só eu acho fofo e bem a cara da juventude ele querer estudar na mesma universidade que ela? Isso já ficou bem claro e acho bacana da parte dele, pois, ao meu ver, significa que ele não desistiu, mas que prefere respeitar o tempo dela, para que ela cure as cicatrizes do seu amor não concretizado pelo Haruto, antes de tentar alguma coisa – algo que seria mais propício depois que todos saíssem do colegial e seguissem por caminhos diferentes. Boa sacada do roteiro essa de não o transformar em um personagem vitimista que já aceitou que não tem chance com a garota, mas sim um que é paciente e compreensivo com os sentimentos dela. Esse cara merece muito ser feliz!