Imouto sae Ireba Ii – ep 8 – Amor e amizade
O quão tênue é a linha que separa o amor da amizade? Você percebe quando a atravessa e externa isso ou, por algum motivo, apenas segue com a vida? É a partir dessas e de outras indagações que o oitavo episódio de Imouto sae constrói seu argumento e nos faz vislumbrar melhor o que cada um de seus personagens centrais sente pelo outro. Tudo o que você precisa é de amor e amizade!
Aproveitando o gancho do episódio anterior, a primeira parte desse contempla o aniversário da Miyako, uma festa surpresa na casa do Itsuki, a qual é interessante por reforçar a boa relação de amizade que há entre a aniversariante e a autora-boca-suja-fofa e mostrar a adolescentes que até adultos têm problemas comuns quanto a paquera – já que o Haruto pediu ajuda ao Itsuki para dar um empurrãozinho e ele não ajudou, e o próprio Haruto não fez nada, e ficou no zero a zero mesmo.
Na verdade, eles são autores otakus caseiros que não têm muita experiência, ou experiência nenhuma, com relacionamentos, então é completamente compreensível a necessidade de um “meio de campo” para uma investida amorosa já que, em tese, não saberiam como fazer isso sozinhos. Por outro lado, a própria Miyako, que é uma universitária, também não tem experiência nenhuma com isso – e nem um objetivo definido traçado para a sua vida, algo que a faz “invejar” seus amigos e que já é trabalhado desde o começo do anime –, o que mostra que essa “falta de habilidade” não é pertinente só a pessoas que não precisam necessariamente de muita interação social para viver.
Aliás, esse é um dos problemas que o Japão vem enfrentando atualmente e que vem sempre ganhando espaço na sua produção artística e cultural – através de animes e de outras mídias –, a inabilidade de seu povo para criar relações amorosas e constituir famílias. Observando esse contexto acredito que há sim verossimilhança em um grupo de quatro jovens adultos que interagem bem entre si, mas não necessariamente assim tão bem com os outros, e digo isso não só no quesito amoroso, mas no campo das amizades também, afinal, a partir delas um relacionamento amoroso se facilita. Bem, ao menos eles têm o pequeno grupinho deles, não é mesmo? Podia ser pior, acreditem.
Voltando ao episódio, foi bacana ver como a Nayuta gosta da amiga, chegando a considerá-la sua irmã mais velha, a engraçada reação do Itsuki a isso – inconscientemente acho que ele só procura uma desculpa para aceitar logo ela – e a novel erótica que ela escreveu de presente para a sua onee-chan – o que já regou a sementinha que foi plantada lá no começo da história e que, se assim podemos dizer, começou a florescer na segunda parte do episódio: o que a Miyako sente pelo Itsuki.
No parque de diversões ficou clara a proximidade e compatibilidade que o Itsuki tem com a Nayuta, o que acredito que só faça o público torcer mais pelo casal e torne ainda mais difícil para a Miyako se permitir dar vazão a qualquer sentimento romântico que tenha pelo amigo. Me parece que ela não quer se meter entre ele e a Nayuta, nem criar um clima desconfortável entre eles – o que poderia provocar uma cisão e um afastamento de todo o grupo. Eu entendo e acho válido o que ela está tentando fazer, mas se isso não for resolvido – se em alguma hora as cartas não forem postas na mesa – isso só a trará infelicidade depois, e é aí que o Haruto entra – ou que eu quero que ele entre.
Ele ter percebido a partir de um olhar que ela sente algo a mais pelo Itsuki foi não só uma cena bonita, mas mostrou uma característica necessária a um escritor: a capacidade de perceber nuances nos pequenos detalhes. Sendo assim, o posicionamento dele – que antes já não era agressivo no sentido de tentar uma aproximação mais incisiva – deve se abrandar e se adequar a situação em que ela já gosta de outra pessoa, mas não busca que esse sentimento seja correspondido por ela.
Foi por isso que gostei tanto do Haruto ter se interessado pela Miyako, porque acho que eles não só formariam um belo casal, como também seria uma boa forma de fazê-la não ficar mal por não ficar com o protagonista, e de quebra fortalecer a união do grupo – afinal, nesse cenário ele seria formado por casais. Há também “o” Chihiro, mas ele é um caso a parte que ainda precisa ser explorado, até para mostrar ao público um pouco do passado do Itsuki – porque ele não se dá bem com os seus pais, por exemplo – e definir o que já é meio óbvio – que “ele” gosta do irmão – dando uma explicação que justifique isso – que justifique o seu amor por ele e porque se mascara como homem.
Esse episódio serviu para reforçar a força desse grupo, a força dos laços formados entre eles, além de permitir ao telespectador fazer previsões para o futuro da história. Agora espero que o Haruto aproveite essa chance para mostrar a sua força como personagem, que o Itsuki se permita aceitar o amor da sua kouhai maluca e que “o” Chihiro tenha seus 15 minutos de fama para “botar ainda mais lenha na fogueira”, mas não com a intenção de queimar ninguém, e sim de pôr tudo em pratos limpos para vermos o que pode sair dali. Não estranharei se o anime falar um pouco mais sério em pelo menos dois dos próximos quatro episódios até o seu final, e digo isso porque pelo título do próximo, “nudez e roupas íntimas”, a gente pode esperar é muita comédia e fanservice e censura.
Por hoje é só! O saldo até 2/3 do anime é positivo e espero que se mantenha assim na sua reta final.
Até a próxima!