E mais uma vez, com muito diálogo expositivo, Kokkoku entrega um episódio que não acontece basicamente nada e ao mesmo tempo acontece muita coisa. De certa forma é meio imbecil da minha parte falar isso, mas é exatamente a sensação que eu tive!

Após um final de primeiro episódio um tanto inesperado, esse foi infinitamente mais tranquilo do que o anterior, pois apenas no final é que algo realmente de importância acontece. Note que eu disse “acontece”, pois é evidente que apesar de não acontecer algo importante de fato no decorrer do episódio, acabamos sendo apresentados a uma série de diálogos explicativos sobre o mundo, as pessoas e o mais interessante, o vilão; e sim, eu achei bem imbecil a motivação dele, apesar do fundamento para ela ser bem interessante, digo, a parte do criador da religião ter vivido muito mais do que uma pessoa comum seria capaz.

Ao que parece, a maioria dos Arautos são da linhagem da Juri, visto que a família dela atrai os espectros para habitar em seu corpo; mas é claro que não é apenas questão de favoritismo, a linhagem criou um elo muito forte com os espectros, e claro, para que você vire um, alguns passos precisam ser seguidos, como estar em um estado mental propenso a isso para que então o espectro domine seu corpo de vez – essa parte não foi explicada de fato, no entanto, parece mais claro e eu duvido que em algum ponto isso vai ser de fato simplificado. Como o irmão da Majima era mais velho que ela, mas está com uma aparência de criança, sendo a mesma que ele tinha quando virou um Arauto (bom, tirando o severo nível de desnutrição em que ele se encontra, claro), é dedutível que o tempo também acaba ficando parado para eles. Ficou clara a linha de pensamento? Digo, como ele não envelheceu, mas continua vivo, o tempo ficou estagnado, mesmo que ele possa se mexer; bom, não é como se fosse ele mesmo, já que o espectro havia tomado conta do corpo do menino, mas a ideia em si é plausível.

Realmente há muitos diálogos expositivos aqui, no entanto, Kokkoku sempre fez isso desde seu primeiro episódio, não é como se tivesse perdido a mão ou qualquer coisa do tipo, certo? Afinal, são coisas que é mais viável falar do que mostrar. Existem casos em que seria mais dinâmico mostrar, mas em outros episódios, pois aqui tudo que é de fato dito não tem como ser mostrado e ainda sim ficar bem encaixado. Ao menos é essa a impressão que tive ao ver o episódio e ler comentários criticando isso.

E é claro que o Takafumi iria mais uma vez querer se aproveitar da situação, resta ver o que ele fará agora. Ele não é exatamente um cara do mau ou algo assim, mas com certeza não tem um caráter muito admirável, aliás, nada admirável. Seria ele capaz de deixar o Makoto sozinho lá? Ele vai levar o Makoto e se meter em mais uma furada com o menino? Ou será que ele não vai fazer nada? Nos próximos episódios, só aqui, no Anime21 (ou não).

A trilha sonora deixou muito a desejar no finalzinho do episódio. Aquela cena de início de transformação ficaria bem impactante com uma música épica de fundo, e claro, acho que o fato é interessante, mas não a execução.

A criação dos Arautos não é o resultado, mas sim o processo. É, de fato, algo que foi jogado lá e não foi explicado de verdade, e bem, acho que neste caso, precisaremos prestar mais atenção nas coisas, pois eu duvido muito que isso vai ser mastigado e cuspido para que possamos de fato entender o que ele quis dizer com isso. E claro, como ele quer prolongar sua vida ainda mais e o criador fez isso, ele vai usar o mesmo método, que é basicamente virar um Arauto; mas será que ele vai de fato sobreviver como o criador e o irmão da Majima fez? Eu diria que sim, pois não há lógica o único vilão de fato fracassar totalmente em seu plano mais ou menos no meio do anime, certo?

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