Toji no Miko – ep 8 – A mãe da Kanami
Bom dia!
O episódio dessa semana foi praticamente um especial de dia das mães. Mas se já conhecíamos sobre a mãe da Hiyori e o quanto ela era importante para a história, nada sabíamos da mãe da Kanami. Bom, nada exceto o fato dela assombrar a espada da filha e aparecer em seus sonhos – quero dizer, o anime não havia dito isso ainda, mas eu já imaginava que fosse o caso. Acho que não cheguei a escrever sobre isso em nenhum artigo anterior, não foi? Enfim, o anime confirmou, de todo modo.
O fato mais relevante sobre a mãe da Kanami, contudo, não é ela ter se tornado uma alma penada presa à espada ou algo parecido. É bem mais importante do que isso: foi a mãe da Kanami quem estragou tudo. O grande aradama da Tragédia da Baía de Sagami deveria ter sido derrotado. Isso custaria a vida da mãe da Hiyori, porém, e a mãe da Kagami não quis permitir isso. Elas viveram. E o aradama também, enfraquecido sim, mas apossado do corpo de Yukari, o que foi o pior resultado possível. Elas morreram menos de duas décadas depois, e Yukari – possuída pelo aradama – continua viva. E supostamente se preparando para se tornar full aradama de novo e causar tragédias ainda maiores. O lado positivo? Hiyori e Kanami existem.
Ou é isso que Sana, uma das diretoras das cinco escolas (que ainda não havia aparecido), e Akane, a irmã de Yukari, acreditam. Só tem um furo nessa conclusão: apenas a mãe da Hiyori deveria ter morrido. A mãe da Kanami nem deveria ter ido enfrentar o grande aradama em primeiro lugar. Então suponho que a Kanami iria existir de qualquer jeito. Se me perguntar quem está realmente em desvantagem ali e tem motivos para querer vingança, eu diria que é a Kanami. Mas ela é a protagonista, ela é bondosa, altruísta, nunca nem passou pela sua cabeça algo tão vil – nem mesmo depois de descobrir toda a verdade.
Com efeito, ela nem sabia da participação da mãe na Tragédia. Dá a entender que nunca sequer perguntou. Ela diz que não conversava com sua mãe sobre isso, e claro, por que uma mãe falaria sobre coisas pesadas assim com sua filha ainda criança? A mãe da Hiyori viveu até ver a filha adolescente pelo menos. Então isso explica porque a Kanami nunca falou sobre sua mãe – nem passava pela sua cabeça que fosse alguém tão importante. Mas não explica sua resposta para a Hiyori quando essa a perguntou porque nunca contou que sua mãe era tudo isso: “Porque você nunca perguntou”. Ora! Se ela tivesse pelo menos rido na hora eu acharia que ela estava tentando ser engraçada (o que não combina com ela de todo modo). Mas essa não é a resposta: ela não contou porque não sabia, ponto. Detalhe bobo mas que fez a Kanami passar por uma grande bobalhona. O que parece fazer parte da construção de personalidade dela, como uma garota aparentemente normal, tão mediana que todos a subestimam, mas que na verdade é incrível – até a mãe dela é incrível.
De um jeito ou de outro, Toji no Miko se esforça para construir um vínculo que vai além das barreiras do tempo e das gerações entre Hiyori e Kanami. Suas espadas eram as espadas de suas mães. As duas tiverem o mesmo destino. Uma salvou a outra na Tragédia da Baía de Sagami. As espadas ressoaram no primeiro episódio e Kanami sentiu-se imediatamente interessada e atraída por Hiyori, a quem depois ajudou a escapar mesmo sem nem a conhecer ou saber sua motivação. Ok, tudo bem, já entendi, as duas são uma espécie de par previsto pelas estrelas, seus destinos estão intimamente entrelaçados, etc, etc. Será que isso irá se refletir em alguma reviravolta dramática/sobrenatural no enredo? Seria interessante.
Também seria interessante saber se o vínculo é imemorial, entre as espadas mesmo, ou se foi forjado entre as mães das protagonistas. A mãe da Kanami vive em sua espada, afinal – ou, mais especificamente, uma pós-imagem dela, de quando ainda era uma toji, vive na espada. Será que o mesmo se dá com a mãe da Hiyori? Mas espera: a Kanami sempre se esquece dos sonhos. Talvez a Hiyori esteja sendo visitada por sua mãe todas as noites e apenas não se lembre. A realização disso renderia um episódio particularmente emotivo, se for o caso.