Por mais que Saori seja a reencarnação de uma poderosa divindade da mitologia grega, ela é só mais uma donzela em perigo; nobres e corajosos cavaleiros farão de tudo, inclusive sacrificar as próprias vidas, para salvá-la. Enfim, chegamos a um ponto em que a fórmula que o Kurumada criou já está começando a ficar manjada, mas nem por isso entediante.

Boas lutas, não no sentido técnico e sim em relação ao entretenimento, fazem com que a série continue a prender a atenção do espectador, apresentando novos vilões e desafios a serem superados.

Diferente da Saga de Asgard (filler), os vilões da vez, chamados de Marinas, não têm o background que os guerreiros deuses tinham, ou seja, não há muita profundidade em relação à maioria dos vilões dessa saga. Não sabemos as motivações da maioria dos Generais Marinas (com a exceção de Kanon de Cavalo Marinho, e do Isaak de Kraken) para se aliar a Poseidon, e muito menos sabemos o passado deles.

Mudam- se as sagas e o padrão continua, não que isso seja errado ou demérito, afinal franquias têm que manter uma identidade. Se o modelo aplicado em sagas anteriores deu certo, pra quê arriscar a essa altura do campeonato?

Quem assiste de forma descompromissada, da mesma forma quando assistia na minha infância/adolescência, não nota os defeitos e nem se preocupa em analisar de forma mais crítica, e tudo o que se espera ver do show é algo divertido, ou seja, muita porradaria. Como um legítimo battle shounen, Cavaleiros do Zodíaco cumpre essa função em todas as suas sagas.

Os Generais Marinas foram oponentes fortes que proporcionaram bons combates para nossos heróis. Os ataques deles eram os mais variados possíveis, desde uma sinfonia mortal vinda de uma flauta (Sorento de Sirene) a ataques gélidos (Isaak de Kraken).

Falando em adversários, temos nessa saga uma luta interessante que não foi decidida na força e sim na estratégia, que foi entre Shun de Andrômeda e Io de Scylla. Nesse embate o cavaleiro de bronze mostra toda a versatilidade de sua corrente para neutralizar as bestas do seu inimigo. Mas antes, Shun teve que levar todos os golpes para poder pensar numa contra-medida. Como diz uma frase famosa em Cavaleiros dos Zodíacos: “Um golpe não funciona duas vezes em um cavaleiro”.

Refletindo sobre a série como um todo, já repararam como a manipulação sempre está presente em todas as sagas? Nessa não podia ser diferente, aliás antes dessa, o próprio Poseidon foi o maestro que orquestrou a violenta batalha nas terras gélidas de Asgard ao enfeitiçar Hilda com o Anel de Nibelungo. No caso do maquiavélico plano da vez, temos uma figura de aparência familiar que está por trás de tudo. O genial plano dessa pessoa era controlar o mundo usando um deus.

Kanon de Cavalo Marinho é o referido mortal que teve a ousadia de fazer de um deus, encarnado na figura de Julian Solo, uma marionete. O problema é que ele não contava que “meros” cavaleiros de bronze fossem chegar até Poseidon e o provocassem ao ponto de despertá-lo completamente. Ou seja, Kanon (também conhecido como irmão gêmeo de Saga) acabou perdendo o tal controle que ele tinha em relação ao vilão.

Poseidon foi a primeira divindade que os nossos heróis enfrentaram, os anteriores eram apenas humanos que representavam deuses. O Saga disfarçado de Grande Mestre “representava” a deusa Atena, enquanto Hilda, por sua vez, era a representante de Odin na terra.

Analisando o perfil vilanesco do imperador dos oceanos, percebemos que ele não é a pura reencarnação da maldade que quer a destruição pela destruição, mas sim um personagem que quer eliminar o que ele considera podre (a humanidade) para poder reconstruir o mundo segundo a sua vontade inquestionável e soberana. Outro ponto interessante é que ele não é caricato, pelo contrário, ele possui uma postura imponente e tem uma aparência bela.

Obrigado a todos que leram este artigo, e até a próxima!

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