Island – ep 11 – A ilha das viagens no tempo
Se o Okabe de Steins;Gate 0 estivesse vendo Island acho que ele estaria morrendo de inveja de seu protagonista, pois o Setsuna voltou ao passado, salvou a garota que devia salvar e resolveu de uma forma ainda melhor tudo o que deu certo uma vez. Se ele fosse candidato a presidência do Brasil eu votaria nele, pois ele não precisou dizer quase nada, mas fez muito – passando por cima de qualquer convergência que pudesse atrapalhá-lo. Parabéns Setsuna, você é um 10 bem melhor que o Neymar! Deixando a verdade de lado, até que esse não foi um episódio ruim, ao menos não de se comentar…
Setsuna voltou para a Urashima na qual acordou pelado na areia uma vez, só que dessa vez parece que tudo vai ser diferente, afinal, cadê as situações reprováveis e forçadas envolvendo lolis que já eram marca registrada da obra? Mal acredito que esse episódio foi tão sério, mas é de se entender, porque ele foi mais um puro e simples checkpoint do Setsuna fazendo melhor o que já tinha feito um dia do que um episódio com uma nova história em si. E isso é interessante? Não, pois era conteúdo de 8 episódios que foi resolvido em 1, além de que não houve qualquer indício que apontasse uma convergência de acontecimentos, dando a impressão de que o caminho dele até o “sucesso” não foi nada tortuoso, pelo contrário, mas fácil e bem tranquilo. Não que isso fosse impossível para alguém que usasse a cabeça, mas foi bastante decepcionante para quem esperava o mínimo de adversidade.
Ele ajudou a Karen, salvou a Sara do suicídio, cuidou da Rinne como ninguém e no final a garota não morreu ao voltar da ilha menor, além de também ter sido “salva” quanto aos assuntos do “coração”.
Foi tudo às mil maravilhas mesmo, com direito a cena de comédia romântica e tudo, e é aí que entra um problema ainda a ser resolvido: quem o Setsuna ama. É a Rinne com a qual ele casou no futuro, ou a Rinne ele teve a chance de salvar de novo? Não vou considerar o personagem um “canalha” por não ter contado isso para a Rinne do passado antes – já que a trama ignorou qualquer convergência, que garantias haveriam de que ela se apaixonaria por ele? –, até por ele parecer ter se lembrado da história toda só depois e porque é o tipo de coisa que só faria sentido contar se fosse necessário, mas ele ter se aproximado tanto dela – e de uma forma tão íntima – tinha tudo para acabar assim – dessa vez para valer –, então eu o culpo por não ter se dado conta de que tinha tudo para ela se apaixonar, e de que dadas as circunstâncias isso só teria a magoá-la já que ele deu sinais de que não esqueceu a Rinne do futuro, mas me pareceu bem “mexido”. É difícil não ficar em uma situação delicada dessas.
Creio que o certo seria o Setsuna abrir o jogo e não prometer nada, só assim ele não seria leviano com os próprios sentimentos e nem com os da garota. Espero que ele faça isso, que aja como um adulto decente, pois não quero pegar asco de um personagem que não foi ruim a série toda. Não que Island tenha sido um primor – até essa reta final foi quase tudo bem mediano –, mas ao menos até agora os personagens não foram um grande problema. Na verdade, sou quase indiferente a eles.
Só gostaria que explicassem a origem da máquina do tempo vista no anime de forma menos confusa, mas Island sequer é um drama dos bons, quem dirá um sci-fi que se preocupe com a lógica da coisa, então deve ficar por isso mesmo. Agora que tudo parece ter sido resolvido “magistralmente” em um episódio, só nos resta esperar para ver se vão explorar mais a fundo os sentimentos do protagonista e o que a Kuon fazia com outra máquina do tempo no quarto – duvido que ela use aquilo para tratar a pele –, as duas últimas coisas que podem trazer tempestade a calmaria estabelecida em Urashima.
Aliás, e o mistério da lenda das três famílias? E a doença das chagas fuliginosas? E a origem do nosso protagonista? Ainda tem mais um episódio, então se quiserem fechar essas coisas há tempo. Se farão isso, e se farão bem-feito, são outros 500, mas espero que Island volte a abordar seus ditos mistérios. Que o anime não force dificuldades, mas não termine de uma maneira tão leve – e nem tão confusa.