Gakuen Basara – ep 3 – As pessoas são um caso sério
Gakuen Basara finalmente chega a seu terceiro episódio trazendo coisas sem sentido como sempre, mas também alguns pontos de reflexão sobre a vida, explorando sobre essas características humanas na forma dos aloprados shoguns, sigam-me os bons!
Sempre existem momentos em que cada um de nós se vê em um poço sem fundo, seja por chegarmos aos nossos limites em alguma situação, ou porque o infortúnio simplesmente decide cair sobre nossas cabeças.
O dragão de um olho só, Masamune, é conhecido por ser intempestivo, indomável, e a sua coragem sempre conquistou respeito e incentivou aqueles ao seu redor a continuarem lutando e o seguindo. No primeiro esquete do episódio ele nos mostra uma faceta diferente de si exibindo uma casca vazia e sem vida, não que exista um drama pesado em cima disso (nem o anime é tão profundo a tal ponto), mas a mensagem a se entender é boa.
Na vida real quando chegamos à boa e velha fossa, tem aqueles que demonstram o valor da amizade ou simplesmente a humanidade e empatia, tendo uma compaixão real ao se importar com você, como também há os que aproveitam a desgraça alheia pra criar um caos maior, seja por falta de noção ou por mera maldade mesmo, o que é o caso aqui.
Katakura e Otani, respectivamente, representam as duas faces disso e expõe em suas ações esses extremos da humanidade e como eles afetam aqueles ao seu redor. Otani mostra ser a pessoa maléfica que nunca deixou de ser, manipulando pessoas e criando dissensões (não que eu achasse que por ser um anime cômico ele fosse agir diferente), já Katakura persiste, desafia os seus limites e une o time até o fim pra reerguer o companheiro abatido, o que por si só não é uma tarefa fácil.
O segundo esquete traz outra situação, melhor executada que a primeira. Penso que independente de como funciona o mundo, nenhum de nós deve deixar que pessoas nos moldem ao que elas são e ao que acreditam ser o melhor, porque isso nunca dá certo. Cada um deve seguir suas convicções e a nossa própria experiência de vida vai ajudar a compreender o que de fato é bom, agradável e correto.
Todos na Academia Basara parecem ter o seu histórico de aventuras, badernas e comportamento não muito exemplares, mas Yukimura tenta ser uma exceção, ele vive conforme suas próprias definições de viver bem e saudavelmente.
Como já sabemos, muita gente gosta de questionar nossos valores, modo de vida e as escolhas que fazemos sem respeitar nossa opinião e espaço, mesmo que nada disso traga prejuízo a nosso convívio pacífico na sociedade, e ele não é um caso a parte, logo se vendo pressionado por isso. O que chama atenção é que em suas tentativas de mudar a si pelos outros, ele falha, se sente mal e confuso, como muitos que seguem esse caminho, validando assim o que eu disse mais acima.
Devo dizer que não gosto de Maeda Keiji desde Sengoku Basara, a filosofia dele de ser diferentão e metido a elevado já me irritava desde lá, ele sempre representou uma oposição pacífica desnecessária naquele mundo, diferente de Tokugawa que não me desagradou, e aqui vim eu esperando que ele parecesse menos obtuso, mas ele repete de outro jeito esse papel chato de ser diferentemente desagradável. Mudar forçadamente não funciona, porque a pessoa precisa acreditar que aquilo é bom pra ela e aceitar a mudança, e Yukimura parece ter entendido essa lição (mesmo que num anime de comédia tudo “termine em pizza”).
O objetivo do anime é mesmo mostrar o cotidiano desse povo Sengoku em forma de comédia sem pé nem cabeça, no meio dessa bagunça eles mandam umas “mensagens subliminares” até legais, mas a essência é o nonsense mesmo e acho que nesses três episódios eles foram ok, tiveram erros, acertos e no geral não está ruim, mas espero que melhorem mais ainda.