Ulysses: Jeanne d’Arc to Renkin ni Kishi – ep 5 – Problemas e confusões desnecessárias
Ulysses é uma obra engraçada. Por mais que seja uma light novel que aborda um tema histórico bem rico, o anime não parece conseguir aproveitar tudo isso e no fim, usa as mesmas táticas, seja para o bem ou para o mal. E em meio a tantos problemas para Montmorency e seu grupo, o destaque acabou sendo situações toscas que não são dignas de ter alguma relevância (ainda que tenha por conta dos envolvidos). Dá para afirmar com absoluta certeza que o anime não melhorou, apenas deu passos para o lado ou para trás e jogou um exército de clichês e situações sem sal e sem açúcar.
Vamos começar com o drama da Richemont. Ela é a típica personagem honrada que possui seus valores e no caso dela, um irmão covarde (aos olhos dela) por não decidir que lado se aliar nessa guerra tão incerta. Sinceramente eu não culpo ele, afinal, ele faz parte de outro povo e uma escolha errada poderia causar-lhe enormes danos sem contar com o que poderia acontecer com sua irmã. De qualquer forma ela não conseguiu os reforços que eram tão importantes e no fim, ainda teve uma discussão com sua amiga, a princesa, na qual assuntos delicados foram tocados. Mas a parte que realmente me tirou do sério veio depois disso tudo (que já havia sido bem fraco).
Montmorency é o típico protagonista de light novel que tem seu harém mesmo sendo um bosta e que tem como qualidade sua gentileza (principalmente com as garotas de seu harém/pseudo-harém). O problema disso tudo é que ele solta frases toscas que até mesmo já foram refutadas de alguma forma e no fim, sai fazendo promessas para todas as garotas. Uma delas foi para Richemont e tal ato deu a ela uma esperança em seu amor unilateral, porém tudo foi jogado por água abaixo após ela ver ele abraçando Jeanne. Percebe como é tosco? Ela vê ele abraçando uma garotinha, não pergunta nada, não se expressa de forma alguma e simplesmente fica por isso. Se fosse um beijo seria menos ruim mas por algo tão trivial ela foi embora e sei lá se voltará em algum momento.
E bom, o mordomo primo do Montmorency voltou pois sua ganância é grande demais e começou a incitar revoltas. Nesse tipo de história se tem algo que é irritante é ver vilãozinho ruim incitando o povo com mentiras (assim como naquela época) e o protagonista fazendo vários nada. Porque não mata logo ele? Qual é cara, você tem um exército e a coroa ao seu lado e ele tem o quê? E claro, o Montmorency apanhar como se fosse o maior pacifista do mundo foi apenas muito clichê e tosco, afinal, tinha um grupo enorme mas apenas um ou outro quis bater nele enquanto os soldados assistiam.
Por fim, parece que finalmente teremos Jeanne numa batalha de verdade e estou curioso para saber o que vai acontecer, ainda mais que ela tem um limite extremamente tosco e curto. Aliás, eu estava pensando sobre isso agora mas já perceberam que estamos na metade do anime e não teve uma mísera guerra onde a Jeanne iria apresentar seus poderes? Ok, tiveram alguns entraves mas no fim, isso não muda que ela matou apenas bandido inúteis mesmo sendo a Santa que irá livrar a França dos Inglesses. Ah, e eu realmente gostaria de saber o que vai acontecer com a Richemont, afinal, parece que a obra gosta de ver ela sendo raptada e sofrendo assédio sexual.
Kondou-san
Este episódio 5 de Ulysses Jeanne D´Arc foi execrável.
Começando pela única coisa de verdade e de jeito neste episódio, os testes de virgindade na época do anime eram bastante comuns, principalmente no círculo dos nobres e em casos especiais, podiam fazer esse este em mulheres acusadas de bruxaria. O problema nos testes de virgindade, principalmente para as mulheres da plebe, é que as mesmas tinham o risco de ser violadas pelos sacerdotes da igreja (o episódio mencionou isso) e depois os sacerdotes darem o teste de virgindade como negativo e as mulheres ou ficavam na má fama ou então iam para a fogueira (em alguns países a mulher não casta antes do casamento, poderia levar o nariz cortado e até mutilação genital).
Passando para a Jeanne, que representação vergonhosa de uma personagem histórica tão boa, chega a dar vergonha alheia dela (custava muito colocar uma armadura na garota, até a lança com o brasão dela é estranho). O designer devia ter aprendido com o designer que fez a Joana D´Arc de Rage of Bahamut, aquilo sim é uma representação boa dessa figura histórica.
Agora a Richemont, este episódio estragou e humilhou a personagem ao máximo, já se sabia que a Richemont gosta do Gilles de Rais, mas era preciso colocar a personagem com ciúmes de uma criança e fazer aquela cena da Richemon a cavalgar e a dizer que a pureza dela era do Gilles de Rais, só faltava dar a entender que agora a Richemon vai se tornar uma rameira como vingança ou afoga mágoas, este anime está a beirar a nojice.
Por fim, o Gilles de Rais, o anime está a fazê-lo bom e honrado demais (não que o Gilles enquanto combatia com a Joana não fosse um bom cavaleiro), só quero ver se o anime mostrará a versão monstro dele (o Gilles de Rais tinha uma queda pela Joana e quando ela foi morta, ele se transformou num monstro, que violava e matava a sangue frio crianças, em especial meninos).
Como sempre mais um excelente artigo Kiraht.
Kiraht
Opa, obrigado XD.
Sobre o episódio, sinceramente ele conseguiu acabar com uma das poucas coisas que eu gostava que era a Richemont. É bem verdade que eu costumo gostar de personagens desse tipo mas ela me parecia bem interessante (ainda mais por conta de tudo que lhe ocorreu) e no fim, jogaram toda a construção que poderiam fazer na lata do lixo sem dó nem piedade.
E confesso que um dos meus maiores motivos iniciais para ver esse anime foi o fato de ter uma Joana D’arc e eu acho que nem preciso expressar minha decepção, né? Ela é uma criança e isso por si só já tira 99% do meu interesse nela e eu nem vou citar a roupa que ela veste e o que ela faz para entrar no modo berserk porque não vale a pena (mas pretendo tratar disso na resenha). Enfim, eu sou masoquista e parece que cada vez mais isso fica escancarado na minha cara.
Kondou-san
A Richemont de todas as personagens, era a que tinha mais potencial (que foi completamente destruído neste episódio). Prevejo que vão fazer coisas piores com a Richemon, como por exemplo ela dar a sua pureza em troca de ajuda. A única coisa que o anime acertou na Joana é o facto dela ser criança, a verdadeira Joana tinha treze anos quando afirmou que falava com deus, mas a verdadeira Joana era pura e religiosa devota, não agia como a Joana do anime. Outro facto, a verdadeira Joana aos quinze anos já usava armadura e durante o cerco de Orléans ela usava uma armadura de cavalaria (que pesava uns 35 quilos). Agora é só esperar que o anime não piore mais.
Kiraht
Piorar sempre dá, infelizmente. E parece que essa obra tem potencial para isso em mais de um aspecto, o que é uma pena pois a proposta em si é boa mas teria que ser feita de outra forma.
Sobre a Richemont, se algo desse tipo acontecer a chance de parar de fazer os artigos desse anime ficarão bem altas para ser sincero. Seria praticamente o cúmulo do absurdo e sinceramente eu não duvido que isso possa ocorrer, o que eu realmente torço contra, afinal, o que seria tão ruim para estar no mesmo nível? Bom, melhor não pensar nisso e simplesmente ficar com a esperança de melhoras.