O ditado é um pouco diferente, mas pra o contexto eu quis dizer exatamente o que está escrito. Esse é de longe o melhor episódio da série até aqui, e acho que que muito disso se deve ao brilho especial que as meninas trouxeram em sua maior participação no anime até agora.

No primeiro bloco, nossa confusão da vez nada mais é que uma disputa pelo amor mais válido, ato protagonizado pelas garotas e onde elas extrapolam. Todo mundo sabe que no universo Sengoku temos alguns pares românticos, uns encaminhados, alguns definidos e outros longe de serem canônicos mas ok.

Tsuruhime gosta secretamente de Fuma, um aluno misterioso que faz boas ações e desaparece a todo tempo, deixando como rastro penas negras o corvo 2. Ao invés de buscar uma aproximação direta nossa doidinha faz o que toda pessoa apaixonada e tonta faz, tentando chamar atenção por vias tortas, apelando até pra suas habilidades de arqueria pra demonstrar seus sentimentos.

Decidindo apelar para o apoio externo, em um de seus esquemas ela acaba lidando com o sanduíche “Sasuke-Kasuga-Kenshin”, e num momento de desencontro com as afirmações da ninja, elas acabam se antagonizando ao melhor estilo Yu-Gi-Oh, jogando imagens e descrevendo os atributos dos amados só lamentei que não tiveram criaturas saindo das cartas.

Não bastasse isso, Matsu e Magoichi-sensei entram no meio da briga, com a nossa professora badass enfatizando as pupilas uma verdade clara e simples: elas não se valorizam, logo vão ficar se matando pelos homens sem chegar a lugar nenhum.

Oichi então entra em cena, culpada e insana como sempre, completando o time de loucas varridas que não sabem como fisgar seus crushes, e que bolam ideias mais alucinadas ainda pra chegar no seu objetivo.

Essa mulher é a única professora/ser, racional e decente nessa escola

A dinâmica entre as meninas é extremamente funcional, porque ela mostra as facetas diferentes das amigas e rivais. Num momento inimigas que discutem qual o melhor namorado, contando vantagem sobre qualquer qualidade mincha que eles tenham, já depois são aliadas que quando se veem no mesmo limbo tentam achar meios de sair dele juntas, rendendo as melhores sequencias.

O segundo bloco é menos divertido mas não é de todo ruim. Quando temos o bom e velho episódio da viagem escolar, tudo se resume a praia, fan service e pessoas com interesses comuns em concordância. Aqui é exatamente o oposto, cada um só pensa em si e buscam destinos que não são a praia (exceto Oichi, mas por motivos sem malícia/ecchi), e que favoreçam somente a eles o resto que se lasque.

Em suas ondas de oposições um contra o outro, ninguém vai a lugar nenhum e Tokugawa então leva o assunto a votação coletiva. Quando finalmente chegam num consenso, os novos obstáculos se tornam o transporte e o clima, levando eles a um beco aparentemente sem saída.

A solução apresentada pra esse problema foi interessante, dentro do que vemos nos animes anteriores e no que historicamente algumas fontes apresentam. A maioria dos shoguns se não todos, não tinham vínculos claros com fé alguma, fosse o budismo, catolicismo ou qualquer outra. A permissividade religiosa deles estava mais ligada a objetivos de expansão política do que de crença mesmo.

Aqui o anime sabiamente se vale desse fato quando Tsuruhime, como uma boa sacerdotisa, propõe como solução que eles orem e rezem pra concretização da viagem e a maioria se nega, acreditando que o ato é humilhante ou sem valor algum.

O ponto alto aqui é que no fim, foi a sua pouca fé que os levou a “vitória”, mas como nossos samurais só não são mais burros porque não são mais altos by Chiquinha, as coisas não saíram como o esperado e eles acabaram com o passeio do mesmo jeito.

Mais uma vez Gakuen Basara segue apostando mais na diversidade e no carisma de seus personagens sendo que alguns ficam devendo né Keiji nas diversas situações cotidianas, do que em um plot minimamente razoável e com algum pano de fundo, como supostamente se sugeriu no episódio de estreia, mas ainda assim digo que ele cumpre seu papel e entretém.

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