Nesse mundo todo mundo passa diariamente por situações e circunstâncias diferentes, agora imagine se colocar no lugar do vizinho e viver sua vida, as alegrias e/ou aflições dele?

Fisicamente ou não, Gakuen Basara vem em seu oitavo episódio pra mostrar um pouco dessa experiência inusitada do jeito que só os samurais podem reproduzir.

Primeiramente, respondendo a pergunta que fiz antes, particularmente já tenho problemas demais sendo eu, então imagine sendo outro que pode estar numa caca maior… Passo. Trocar de corpo com outra pessoa não deve ser algo muito agradável, e quando esse alguém ainda é um inimigo seu a experiência sem dúvida se torna ainda pior.

Burros fazendo burrice, só isso

A primeira esquete trabalha com essa temática explorando a ótima junção entre Masamune e Yukimura, que do nada mudaram de posição durante mais uma de suas brigas constantes. Quase todo anime que tem alguma ação costuma dizer que os homens falam com os punhos, pois falar aqui não deu um bom resultado.

O que torna a esquete engraçada é que a estupidez dos dois é absurda, ao ponto de assustar até os colegas de classe. Nossos samurais não sacaram que a troca tinha mais a ver com o impacto da energia “espiritual” deles do que com a pancada em si, e resolveram testar maluquices pra resolver o impasse. Masamune é barraqueiro e impulsivo, daí dava até pra saber, mas Yukimura parecia ser mais inteligente já que o desempenho escolar dele é melhor, ledo engano.

Além de demonstrarem a burrice natural com a qual foram agraciados, eles são péssimos atores, não sei nem como os outros demoraram tanto pra perceber a mudança – ponto pra Akechi que não é tão idiota e sacou rápido -, estava gritante desde o momento que um começou a usar honoríficos e o outro desbocou, sem contar os outros deslizes. Fingir até o fim ali claramente não era a melhor opção.

Achei uma pena que não tiveram tempo pra explorar mais a mentira dos dois criando outras situações cômicas, o que poderia ter sido uma alavanca do episódio junto com o retorno de Oda e as trocas de corpo entre Mitsunari/Tokugawa (principalmente com a história da eleição) e Sasuke/Kojuro.

Na segunda esquete já se explora uma condição de tentar entender a condição alheia. Kuroda é um sofredor nato, algemado por causa de sua própria tolice e fadado a arrastar corrente por onde passa, literalmente. Ele se sente azarado e injustiçado não só pela sua condição, mas também pelo julgamento dos colegas e vive seus dias consumido por isso.

Sabemos que Gyobu é um sujeito que não veio pra essa vida a passeio, ele inferniza e sacaneia qualquer um na primeira oportunidade que acha, e com o pobre miserável do Kuroda não é diferente. Ele simplesmente satisfaz sua mente doente e joga com a inocência e desejo de liberdade do rapaz, mentindo e causando problemas pra ele sem pensar duas vezes.

Em uma dessas brincadeiras Kuroda passa por uma montanha russa de sensações, e posso dizer que o coração e a mente dele estão em bom estado, porque encarar as figuras mais tenebrosas da escola numa noite só e ainda sair vivo e ileso, não é pra qualquer um.

Ao meu ver uma mensagem positiva que ficou escondida aqui é que nenhuma tristeza vale seu tempo (ele meio que chegou forçadamente a conclusão de que é melhor aproveitar a única vida que tem). Outro ponto bacana é que mesmo debaixo de toda essa tensão, o coitado ainda conseguia imaginar a angústia dos seus algozes pra tentar ajudar – e acabava piorando mas valeu a intenção, o importante era sair vivo pra ver o dia seguinte.

O episódio teve ideias interessantes pra trabalhar em mãos, esses que mesmo faltando um roteiro mais ousado (alá Asobi Asobase) ainda renderam um bom resultado, continuemos acompanhando e até a próxima loucura.

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