Goblin Slayer – ep 9 – No fim, aquela tida como salvadora, na verdade precisava ser salva
Olha, que episódio bom. Fechou bem o penúltimo arco da temporada, trouxe uma batalha bem interessante por conta de todos os detalhes envolvidos e no fim, vimos uma cena muito boa entre ele e a Dama da Espada (aliás, foi uma boa cena, mas deixou a desejar um pouco em relação ao mangá que entregou algo mais tocante… não sei se essa seria a melhor definição). Enfim, foi um bom fechamento de um arco bem satisfatório que inclusive não precisou mostrar nenhuma cena desnecessária para explicar um incidente trágico.
Como encerramento desta quest, nós precisávamos ver algo digno dela e até mesmo do anime que já havia entregado um ótimo clímax alguns episódios atrás. Quando li o mangá e vi aquele espelho, eu esperava algum tipo de atitude diferente do Goblin Slayer, que de certa forma pareceu não se importar muito com o destino do outro lado que havia vários goblins. Claro que ir para o outro lado seria uma atitude impulsiva e arriscada, considerando que eles ficariam encurralados num lugar desconhecido, repleto de inimigos e despreparados por conta do número escasso de feitiços e armas após uma luta difícil contra o olho flutuante.
No fim, a ideia que o GS teve foi talvez a mais óbvia/eficiente dada a situação e considerando os recursos disponíveis para o plano dar certo. Talvez tenha faltado um pouco mais de emoção e urgência no que se refere à função do lagarto, mas de qualquer forma a dosagem foi na medida, afinal, eles correram sérios perigos que poderiam ser maiores se houvesse uma demora ainda maior. Aliás, bem que ele podia ter usado força total logo no começo de sua tentativa, né? Pouparia tempo, energia dos integrantes do grupo e os riscos teriam sido bem menores.
Mas ok, missão cumprida, goblins mortos e espelho devidamente selado, o que resta? Conversar com a Dama/Donzela da Espada. Confesso que no geral eu não havia entendido bem algumas partes quando li o mangá e dessa vez assistindo o anime eu as entendi, mas não compreendi outras. Por isso eu fui dar uma olhada no mangá para rever essa parte e sinceramente ela deixou a desejar. Foi boa, isso é inegável, mas o impacto que teve no mangá e a forma como ela foi retratada lá é simplesmente bem melhor que no anime. Para quem quiser checar está no capítulo 29 do mangá.
A conversa em si eu achei que faltou esclarecer um pouco sobre do que se tratava (que nesse caso era uma seita do Rei Demônio que queria prejudicá-la e que cometia os crimes), pois o único detalhe esclarecedor foi que há um grupo que quer o mal dela. Já sobre a questão do goblins, foi bem interessante por explicarem o trauma dela de forma clara e objetiva, sem mostrar nada desnecessário e focando exclusivamente no impacto negativo que isso gerou. E é engraçado que no que se refere à explicação, no anime ficou bem melhor em todas as cenas, mas na representação de tudo o que estava sendo passado, o mangá sai na frente.
De qualquer forma, foi “interessante” ver como esse trauma estava sendo um estorvo para ela de várias maneiras, afinal, mesmo os goblins matando e cometendo inúmeras atrocidades durante anos e mais anos, a humanidade simplesmente parece não ter nenhum interesse além de ignorar, subestimar e continuar nessa ignorância ao deixar eles viverem e evoluírem. O pior de tudo é ver que mesmo ela, uma heroína que ajudou na luta contra o Rei Demônio e que é muito forte, não consegue fazer nada além de chorar perante o conhecimento da existência deles em seu território. No fim, toda essa história só mostra e reforça de uma maneira mais “sadia” o quão ruim é essa questão dos goblins, e caso você tenha um pouco mais de consciência, dá para fazer uma espécie de paralelo com a vida real, em que casos como esse acontecem e deixam marcas e feridas profundas.
E um dos pontos que mais chamou a minha atenção nessa conversa foi uma simples pergunta da Dama para o GS: “o que mudou na sua vida após começar essa jornada?” Eu realmente gostaria que em algum momento houvesse uma séria reflexão sobre essa questão. Matar todos os goblins é simplesmente uma espécie de estigma que ele carregará até sua morte por conta de sua irmã? Um dia será libertado dessa “maldição” ou morrerá com ela cravada em seu peito? Chegará o dia em que ele irá refletir sobre sua jornada cheia de sacrifícios e sangue e ficará satisfeito ou arrependido?
Claro que não poderíamos esquecer da cena mais impactante que não foi tão impactante. O compromisso dele é de matar goblins não importa a situação, mas a forma gentil na qual ele tratou de responder a Dama foi interessante. Foi de maneira seca e sincera, mas foi uma sinceridade em que ele mostrava que, apesar de tudo, ele estaria ali sempre que ela precisasse de um porto seguro, mesmo que fisicamente ele estivesse em outro lugar. E novamente eu senti que faltou um pouco mais de emoção, de ver a Dama chorar de forma copiosa, e ele, sumir em meio a escuridão rumo a sua próxima missão após fazer muito mais daquilo que havia sido pedido.
No fim de tudo, esse episódio trouxe questionamentos que podem ser importantes no futuro, informações sobre um inimigo que eventualmente será confrontado e claro, a libertação de uma figura importante. Foi bem construído, bem explicado no geral e só senti que faltou um visual que fizesse jus ao que estávamos assistindo. No próximo episódio começa um novo arco, que deve ser o derradeiro e sinceramente estou curioso para saber como irão fazer essa parte.