Tokyo Ghoul:re 2 – ep 11 – Estalando os dedos até o final
Agora que o anime está perto do final fiquei com a curiosidade, Tokyo Ghoul:re deixará saudades? O que você, caro(a) leitor(a), me diz disso? Eu sou daqueles fãs que nasceu com o sucesso do primeiro anime e desde então não conseguiu mais largar aquele que veio a se tornar o meu mangá preferido. É um momento triste para mim como fã, mas ao mesmo tempo feliz, pois não precisarei mais assistir essa péssima adaptação. É hora de Tokyo Ghoul:re – e já em clima de despedida – aqui no Anime21!
Como em todo clímax de Tokyo Ghoul, é hora das lutinhas, e se o nosso Rei e salvador Kaneki Ken foi para longe da luta mais movimentada é porque a trama está guardando o melhor para o final, apesar de que esse melhor muito provavelmente será bem questionável.
O fato é que o Kaneki iniciou isso e é ele que vai acabar, mas não é como se o resto não fosse importante, ou ao menos não devesse ser, por que se observarmos bem, para que raios o Ayato foi para o subterrâneo? Eu sei, dá para explicar isso no próximo episódio, mas será que vai ser de tanta relevância assim com tão pouco tempo?
Não só isso, por que a maneira como exploram as possibilidades de uso das células vêm aumentando em uma velocidade alarmante, ainda mais em um momento decisivo desses? Ora é o jutsu de clone das sombras, ora é um genjutsu que causa uma alucinação fantasmagórica no protagonista; o outro “só” é capaz de controlar um meio-ghoul sem cabeça a distância forçando-o a usar sua kakuja. Espera aí!
Sim, isso mal é um spoiler e não tem tanta relevância, afinal, o monstro que apareceu tinha a forma da coruja, e a única coruja capaz daquilo na trama era a Eto. Então, o Donato controlou ela de longe e sem cabeça e o autor quer que a gente engula isso? Eu engulo ghoul não morrer com tiro na testa ou conseguir conectar uma cabeça decepada ao corpo, ao menos no caso extremo do Noro, mas isso já não é demais não?
Okay, ela pode estar morta, né. Mas se ela estivesse mesmo, por que as células ainda se moveriam daquela maneira, ou o Donato também pode assumir o controle da multiplicação das células dos ghouls? Eu vou parar de divagar, porque isso não vai nos levar a lugar algum. Enfim, a luta contra os “ternos pretos” da V também não foi das mais interessantes, afinal, aquele cara que o Hirako estava enfrentando apareceu nesse anime? E se apareceu, sequer teve alguma importância?
“Isso é adaptação pra leitor do mangá ver!” É só o que eu consigo pensar dessa adaptação, apesar de que até um fã do mangá mais fanático – como eu – não tem como curtir esse anime sem estalar seus dedos de raiva. Sim, estalar os dedos pode ajudar a aliviar a tensão – e esperar calmamente pelo fim.
De toda forma, praticamente nenhum dos figurantes que estavam na luta contra a coruja e os ternos pretos é digno de nota. Diria até que essa luta só existiu para me fazer abaixar a nota desse episódio, pois as outras duas batalhas dele foram até boas, apesar de terem sofrido com a falta de mais tempo ao longo do anime e também nesse episódio. Como cenas de ação também não foram de todo ruins.
A luta do Yomo contra o Uta careceu de um trabalho mais minucioso de desenvolvimento da relação dos dois, algo que já era deficiente nos animes anteriores, mas poderia ter sido “compensado” nesse.
Mas não foi, e por mais que saquemos que os dois são amigos e que o Uta sempre esteve envolvido com as ações dúbias dos palhaços, fica difícil entender toda a profundidade do laço que os une e faz de uma relação tão peculiar – é uma vontade de estar sempre perto, sempre em colisão, o que o Uta sente pelo Yomo –, apesar de simples, algo a ser celebrado como um momento “emocionante” dessa trama.
Não foi, eu que me emocionei bastante quanto li isso no mangá curti muito o que eu vi nesse episódio, mas o que isso tinha a ver com a trama principal do Dragão, do Furuta e do Kaneki? No final das contas, acabou se tornando mais um desperdício de tempo, pois foi mais raso do que deveria ter sido. E isso também vale para a luta do Amon com o pai, Donato, apesar dela ter tido sua construção.
O público já sabia, ou deveria saber se viu os primeiros animes, o que o ex-investigador, agora meio-ghoul, sentia pelo pai. O ódio, a frustração por ter sido enganado por ele, o ressentimento por ele ter roubado a felicidade que ele sentia por poder conviver com alguém que o dava amor.
Sim, ele sentia o amor que o psicótico Donato dava para ele e, apesar de todo o ressentimento, ele também amava o pai que o criou. Isso pode parecer errado, pode parecer estranho, mas é até fácil de entender, pois o amor, e todas as distorções que advém dele, é o sentimento que nós sentimos com mais facilidade.
O Amon só poderia seguir em frente aceitando sua nova vida como um meio-ghoul se superasse seu passado com o pai ghoul, contudo, isso não foi tão bem trabalhado nesse anime, mas um “acerto de contas” entre os dois já era algo previsível desde o início da obra, então ficou mais fácil de “aceitar” a necessidade desse trecho justamente nesse penúltimo episódio onde não há mais tempo para nada.
Aliás, o anime foi corrido desde o início, principalmente nessa segunda temporada. Por fim, o Kaneki encontra seu maior algoz depois de ter delirado lembrando do seu antigo maior algoz. Há explicação para isso, mas precisavam tornar essas aparições da Rize algo tão trash, como se ela fosse fantasma de filme com baixo orçamento?
Foi essa a impressão que o anime me fez ter. Próximo episódio só há tempo para desenvolver melhor o Furuta, acabar tudo com a vitória de um dos lados e os trechinhos finais nos quais os personagens vão estar felizes, ou não, ou vão estar felizes e também tristes.
Não é impossível se lembrarmos que a maioria dos fãs devem se sentir assim. Felizes por ter tido um anime da obra, tristes por ele ter sido tão ruim. É estalando os dedos até o final ruim(?) que eu me despeço!