Agora que assisti a todos os episódios de Kishuku Gakkou no Juliet posso dizer com toda certeza que este foi um dos melhores animes que acompanhei nesta temporada. Trazendo a melhor mistura de comédia, romance e inclusive ação, a adaptação teve uma ótima conclusão bem fiel ao original, com o trágico fim do casal… Mentira, ninguém morreu!

Confesso que desde que soube da existência desse anime estou com uma dúvida na minha mente: será que os dois protagonistas vão morrer no final? Todo mundo sabe como termina a tragédia de Shakespeare, que não tem esse nome à toa. Mas para um anime, esse final sempre me pareceu bastante anti-climático. Felizmente, a história aqui seguiu por outro caminho, o que faz sentido, já que muitos elementos foram adaptados – praticamente tudo.

Mas o que aconteceu neste episódio? Muita coisa. Para começar, assim como previsto, todo o clímax se deu no dormitório dos White Cats, durante o aniversário de Persia. E, logo no começo, o anime deixou bem claro que Cait realmente é um idiota e todo aquele suspense dele como monitor era apenas para criar tensão antes de ser apresentado. Gostaria que ele fosse um personagem mais sisudo, assim como o irmão de Inuzuka, mas até que esse contraste parece ser algo interessante.

Você teria fé em alguém que faz a dança do Michael Jackson DO NADA?

Por outro lado, o que não posso deixar passar é a falta de aproveitamento de Sieber. A presença dela não faz nenhuma diferença na trama, portanto, seria melhor que ela nem existisse. E pior que pela sua aparição na abertura e a forma como ela trata Cait, parecia que ela seria uma boa vilã. Infelizmente, não foi o caso.

E o que falar de Rex? Apesar de sua participação rapidíssima, o personagem se mostrou mais interessante do que parece. Mesmo sendo muito estranho, seu visual fofo contrastando com os músculos não é um recurso para torná-lo ridículo, mas sim uma forma dele entender como as garotas se sentem. Também achei ótimo o fato dele continuar bancando o “machão” com aquela roupa e não ser zoado por ninguém. O conceito do personagem poderia ser algo gratuito pela comédia, mas no fim surpreendeu. Forte e fofo é uma combinação estranhamente boa.

E sobre a relação do nosso casal protagonista, o que esse episódio mais deixou claro é a confiança que um tem no outro. Primeiro, a confiança – ou maluquice, chame como quiser – de Inuzuka por pular do terceiro andar acreditando que Persia estaria lá para ajudá-lo. E depois disso, a confiança de lutarem a sério, com espadas reais, a ponto de repetirem a história original, mas com um plano em mente.

O plot-twist funcionou muito bem para mim, pois foi um elemento plantado lá no início e que não foi esquecido. Além disso, vimos o quanto aqueles rosários eram importantes um para o outro e o significado que eles tiveram por serem responsáveis por mantê-los vivos. Basicamente, um salvou a vida do outro.

A Char quase ferrou tudo – de novo.

Outro grande acerto do episódio foi desenvolver Inuzuka de uma forma que eu nunca imaginaria. Durante todo o anime ele não tinha um objetivo definido senão ficar com a Persia. Mas depois de tudo que passou, agora parece que ele realmente está focado em se tornar um homem de verdade. Um exemplo disso é ele agora ter como objetivo ser um monitor, assim como seu irmão, mas não como ele.

Foi muito bonito o discurso dele de chegar ao topo para mudar as regras da escola e poder ficar junto de sua amada. Além disso, partiu dele a iniciativa de dar as alianças para Persia, concretizando esse compromisso. Mas como nem tudo são flores, não gostei tanto da forma como o anime veio deixando a personagem em segundo plano, focando apenas em Inuzuka, e agora fazê-la chorar durante o episódio inteiro. Essa não é a Persia que conhecemos no primeiro episódio, mas acredito que foi uma forma de crescer um personagem diminuindo o outro. Ou apenas uma maneira de deixá-la mais humanizada.

De qualquer forma, o casal funciona muito bem. Eles têm muita química e o amor dos dois é algo palpável e crível. Realmente é possível acreditar que eles se amam e fariam de tudo para ficar juntos, o que é fundamental para esse romance. Mais bonito que isso, só aquele plano dos dois no barco.

Espero que o anime faça muito sucesso e a história continue, pois ainda há muita coisa para ser explorada nesse universo, assim como um longo caminho que os dois deve trilhar pela frente. Quem sabe um dia veremos o clássico baile de máscaras sendo adaptado ou até mesmo o final trágico de Shakespeare?

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