Feliz Natal povos e povas! Chegamos ao último episódio de Gakuen Basara e como já era de se esperar, a eleição finalmente toma seu lugar de direito no plot resolvendo o que tinha começado. Com direito a algumas pequenas surpresas não tão inesperadas assim e referências históricas, a série conclui esse louco passeio pelo universo dos Sengoku.

Logo no início, tivemos uma cena onde Oda recebe uma ligação onde ficamos sem saber nada, eu explico o contexto dela mais lá em baixo. Retomando do ponto deixado pela primeira metade da estréia, voltamos a escolha do novo presidente estudantil da Academia Basara.
A primeira coisa a se destacar aqui, é que agora ficou claro o porque de viajarmos em várias histórias, tendo como ponto de referência pra lembrar da eleição os candidatos Ieyasu e Mitsunari.

Além do fato de ser mais interessante pra comédia mostrar situações cotidianas que ridicularizavam tudo e todos, tinha um pormenor que era notório, mas que pelo andar da coisa acabou ficando em segundo plano: com exceção dos dois interessados, o resto da escola estava literalmente cagando e andando pra quem tava se elegendo ou o que iria fazer durante seu reinado. Isso ficou claro no episódio a ponto de Magoichi-sensei apelar pra um último debate, ferramenta essa que seria a última chance de convencerem os alunos, e a deles de optarem por um dos dois conscientemente – votar branco e nulo aqui não é uma opção, só pra constar -.

 

O debate é um desastre, não só pela sua concepção como pelos resultados, tal qual o nosso também é diga-se de passagem. Embora não haja um show de acusações contra o outro nem nada do tipo, as perguntas são sem noção e as respostas piores ainda causando confusão, sendo que Mitsunari sempre se exalta com Ieyasu a cada resposta “laçiva” do rival.

A votação corre e aqui temos uma das pequenas jogadas “surpresa” do episódio. Confesso que eu esperava um empate direto desde o começo, ou numa segunda hipótese algo que cancelasse a votação, mas a direção queria mexer um pouco com nossas emoções e eu errei.

Primeiro “twist”: Tokugawa foi eleito só que não.
Na chegada súbita de Toyotomi e Hanbei vem o segundo “twist”: Mitsunari é eleito só que não 2.
Quando tudo parecia definido, Azai chega com o voto de Ichi e temos o terceiro “twist”: o voto era pra Tokugawa. Agora sim terminamos em um empate!

Nessa comoção nada se resolve pra variar e cabe ao diretor resolver a baderna. Os alunos então decidem se revoltar com a arbitrariedade da coisa e Oda vem pra ensinar que quem é rei nunca perde a majestade, onde alcançamos o clímax e último twist da história. Depois de Oda mostrar o seu domínio completo sobre os alunos, uma invasão repentina à escola acontece com a chegada do misterioso navio de guerra voador comandado por Xavi e seus seguidores – era daqui que partia a ligação no começo, creio que tenha sido um alerta de alguém de fora, ou talvez do próprio Xavi -.

Esses daí planejavam espalhar o “amor de Xavi” e reformular a escola pra ser um lugar “melhor” onde o amor vence tudo – aham saquei, mas como diz o ditado no amor vale tudo né, acho que usar armas enormes “pacificadoras” faz parte do pacote -. Os alunos notando a imposição de mais um possível ditador, tão cruel e traiçoeiro quanto o original, decidem se unir pra expulsar o invasor cara de pau, com a finalização de tudo sendo a corrida pela vitória e liberdade da academia, devo dizer que um final bem próprio pra o conjunto.

Eu quis fazer um adendo extra agora no final porque considerei importante, pra quem conhece ou não um pouco da história japonesa vou só dar uma pincelada geral nessa referência do final. Pelos trajes e aparência de Xavi e dos xavizetes dá pra notar fácil que eles fazem uma rápida menção ao catolicismo e os padres.

Pois bem, na época de Oda houve uma incursão cristã no Japão iniciada pelo português Francisco Xavier (daí o nome Xavi) por permissão do próprio shogun inclusive, pra o aprendizado da religião e difusão cultural em outras áreas – claro que ele devia ter lá suas intenções extras que ninguém sabe ao certo, mas enfim -.

Só que bem diferente da escolha de abordagem do roteiro não foi algo rude e violenta como a chegada da trupe de novos vilões – o que pessoalmente me incomodou um pouco por sinal, mas não a ponto de comprometer o anime ou que eu julgasse isso a ferro e a fogo -, ao contrário, eles de fato vieram pra ensinar a doutrina católica e de brinde comercializar itens, além de ganhar influência no território japonês.

Ao longo do tempo, por achar que o cristianismo oferecia um risco não só religioso e também político (já que desde sempre a igreja católica exercia grande influência sobre o povo no ocidente), o país acabou banindo qualquer ensino cristão independente da ordem (agostinianos, jesuítas, franciscanos, etc) e até mesmo a comercialização com o exterior durante as eras de Toyotomi e Tokugawa.

Essa resistência e fechamento duraram até a reabertura externa geral do país com o fim do shogunato e início da Era Meiji. Existem vários livros, artigos afora e até mesmo um filme que trata dessa passagem cristã pelo Japão chamado “Silêncio” de Martin Scorsese -.

Bom, quero concluir dizendo que apesar de altos e baixos a série foi boa de se acompanhar até o fim, a comédia oscilante ainda sim é funcional e acho que tem pontos interessantes nas pequenas referências que o anime pontualmente aborda, que talvez pela execução no todo não fiquem tão visíveis, mas num panorama geral é um bom anime pra se passar o tempo.

Espero que quem tenha visto tenha gostado assim como eu e vamos em frente, porque nossa jornada pelos animes continua. Nos vemos no próximo artigo!

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