Em seu terceiro episódio Meiji Tokyo Renka continua trabalhando seus protagonistas em doses pequenas, dessa vez dando um foco maior ao pesquisador Yakumo Koizumi. Ele é um estudioso de eventos paranormais e é extremamente fascinado por esse universo mesmo que muitos não compreendam isso. Apesar de sua personalidade bobalhona e sem noção, Yakumo escondia de nós uma face mais séria que pra ser bem sincero não esperava ver, achei que ele não passava de um alívio cômico sem profunidade e pronto só que não.

Num primeiro momento vemos o inspetor Fujita e Yakumo enfrentando uma força sobrenatural, até que o pesquisador note através da lâmina da espada que o espírito revoltoso é uma amiga do passado, colocando em cheque coisas que tinham sido guardadas no baú. Eu não entendi bem como ele conseguiu enxergar a mulher dada a sua falta de poderes, mas creio que talvez a espada de Fujita apenas reflete espíritos. Enfim, vou esquecer esse detalhe por hora porque ele acaba se tornando irrelevante no final das contas.

Como Yakumo nos foi introduzido como alguém sem talentos espirituais assim como alguns dos outros rapazes, não dava pra entender bem o porquê da ligação que ele tinha com a paranormalidade, sendo que talvez pudesse ser apenas por loucura e curiosidade. O anime então decide nos dar algumas respostas e nisso ficamos cientes de que na infância Yakumo desfrutava dos mesmos poderes que Mei, Fujita e Kyoka, que lhe permitia se comunicar com fantasmas, mas por um acidente ele tinha perdido tal habilidade.

Quando era mais novo, o pesquisador teve de lidar bem cedo com o divórcio dos pais e consequentemente a solidão constante. Ainda nesse período ele conhece a fantasma Jane notando assim seus poderes e com a convivência, o tempo os fez criar um elo que os uniu como uma família – ele até era chamado de Patrick por ela, olha que gracinha.

Mesmo com essa forte amizade, Yakumo cometeu em sua infantilidade um pequeno erro que lhe custou caro, “rejeitando” a amiga quando ela lhe mostrou sua verdadeira face ou pelo menos foi o que ela disse. Logo que notou a falha, ele tentou corrigir mas veio o acidente em seguida e acabou sendo tarde demais pra que isso pudesse ter conserto.

Ficando aprisionado com essa culpa Yakumo seguiu adiante e Jane também, ele agora só não tinha como saber de que forma e é aqui que vemos o lado mais adulto do personagem. Depois do acontecido Yakumo se dedicou a encontrar formas de se comunicar com a amiga pra fazer o pedido de desculpas e retomar de onde tinham parado o que demonstrava a importância que ela tinha, além de mostrar que seu trabalho tem uma certa origem.

Seu passado com Jane, o ganho e a perda de suas habilidades, além de outras coisas que devem ter acontecido no caminho, levaram Yakumo a ser quem ele é hoje fora as palhaçadas que ele faz. Dá pra ver que existe uma paixão real no que ele faz, o sentimento dele é tão genuíno que também fica presente nos seus livros, como foi observado por Mei – normalmente quando alguém que é fascinado por algo e decide mostrar os resultados, exibe todo um trabalho de pesquisa e execução muito bem feito.

Falando em Mei, ela não só teve um papel importantíssimo na resolução do mistério como teve mais um pequeno grau de crescimento individual. Mei é uma Tamayori e todo mundo já está ciente, mas as incertezas que ela tinha em relação a si e a seus poderes não davam a entender o que ela podia fazer com isso nesse primeiro estágio de sua jornada.

O que mais gostei nesse episódio é que reforçaram mais uma vez a forte personalidade dela, Mei é do tipo de pessoa que se dá pra fazer algo, já tá fazendo e ela veste a camisa mesmo. Ela é um oposto dos outros dois tamayoris Fujita e Kyoka. O primeiro é rude e vê toda a coisa sobrenatural como algo a ser combatido, já o segundo parece bem relaxado e indiferente as coisas como um todo – não sei o que vão tratar mais a frente na personalidade deles em relação a seus poderes, mas espero que seja algo bom.

Sabendo que não podia contar com a compreensão e paciência de Fujita, Yakumo recorre a Kyoka outra péssima opção e por fim chega a Mei, que assume o serviço e o acompanha com Shunsou ficando ciente de toda sua história. Durante a resolução do problema de Yakumo com Jane, a direção fez uma jogada interessante nos intervalos intercalando o problema com a interação entre os protagonistas, pra que isso fortalecesse um pouco a química entre eles – ou pelo menos entre Mei e Shunsou, porque Mori acabou fora de combate devido a imprevistos.

Depois de muita espera pra dar fim na confusão, Jane se apresenta aos protagonistas e Mei tem seu momento de brilhar, permitindo o contato direto entre a moça e seu amigo, acabando com o mal entendido entre eles e permitindo que Yakumo visse que o elo que ele construiu com Jane não tinha se apagado e que era tão forte como nunca – mais uma vez Mei mostra sua superioridade e humanidade contra Fujita que deu as caras por lá pra acabar fazendo besteira mas sobrou.

Algo bem interessante que aconteceu, é que a teoria de que Mori se associou também a Mei por questões de proteção naquele lugar parece se confirmar. Creio que alguns vieram se incomodando com o comportamento assertivo de Mori, mas se olharmos com detalhes, ele só tem ajudado a moça, não a desrespeita e nem avança demais, o que é bom eu acho. O que notei de extra também é que teve um “p.s.” ali com o tal convidado misterioso que ele receberia e isso deixou um certa dúvida – estou realmente curioso pra saber o que Mori esconde e a razão de agir como agiu até agora.

Enfim, mais um bom episódio, tudo tem sido bem consistente e a série tem se encaminhado bem considerando os padrões do gênero. Não sei se já disse isso antes, mas o que chama a minha atenção constante é o carisma dos personagens principamente Mei e a relação natural entre eles, que também tem me agradado de forma geral.

Acho que o anime só tende a evoluir, ao menos até aqui é assim que tem sido pra mim, então vamos em frente e até o próximo artigo!

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