Mei está apaixonada, consciente e agora mais do nunca preocupada. A vida parece não dar uma colher de chá pra pobrezinha e lança ela numa fogueira temporal da qual ela já tinha se esquecido completamente – pelo menos até agora -, o que será da nossa bobinha favorita?

No episódio passado a aparição de Charlie criou muita confusão pra todos e principalmente a Mei. Nossa protagonista estava em êxtase pelas amizades que vem construindo e pelas coisas que está conquistando com seu próprio esforço, no entanto a presença dele e o seu lembrete a fizeram murchar um pouco.

Logo nas primeiras cenas, vemos a empolgação dela se lembrando da noite anterior com Ougai e a boa comida – se não pensasse nos petiscos não seria a Mei né gente! -, quando cai a ficha novamente sobre os dias que ainda lhe restam ali. Apesar da tristeza dela existe um pequeno elemento chave na aparição dele que nos dá uma informação bem interessante que fica nas entrelinhas de sua fala.

Quando ele conversa sobre o momento em que Mei retornaria pra sua Tokyo atual, tem uma palavrinha que faz toda a diferença no contexto: “Eu posso mandá-la de volta na próxima lua cheia”.

Notem o peso da palavra: “Eu POSSO”. Em momento nenhum Charlie disse a Mei que ela seria obrigada a retornar pro tempo presente, assim como não estabeleceu regras ou coordenadas pra sua sobrevivência ali. Ela é perfeitamente livre pra fazer o que lhe convier, o que me leva a crer que a estadia dela na era Meiji não causaria grandes reverberações no “futuro presente” exceto a familia, assim como parece que também não bagunça o passado – ou o Charlie é sacana o suficiente pra esperar o último segundo pra dar mais dor de cabeça pra ela e despejar novos problemas.

Enfim, Mei está num calvário descobrindo o que faz e tendo em vista que o tempo urge, ela decide se aventurar mais um pouco na busca pelo gato preto de Shunsou. Durante a busca na região eles acabam parando no Lago Shinobazu – que mais parece um mar de tão agitado e cheio.

Nesse lago dão de cara com Kyoka tentando uma comunicação com alguém e ele lhes explica a razão para estar ali, sendo essa o espírito da personagem principal de sua nova obra. Shirayuki é um espírito da água que vive uma história de amor marcada por muita tristeza mas que ainda estava longe do fim segundo seu autor.

Nessa história ela estava fadada a permanecer longe de seu amado por viverem em lugares diferentes, e quando imaginou que sofreria ainda mais com um eventual final infeliz, ela decidiu tomar os rumos de seu próprio destino e fugiu do livro – os seres espirituais dessa série são bem voluntariosos e poderosos diga-se de passagem.

Kyoka a queria de voltava porque amava a sua criação e esse sentimento tocou Mei, que passava por um choque mental similar no momento. Só que buscar por Shirayuki tinha uma barreira maior a ser vencida chamada Mori Ougai.

Mori não queria permitir de modo nenhum que ela se arriscasse numa procura por um ser desconhecido, de poderes ilimitados e que poderia acabar a matando – a chuva torrencial e incessante estava inclusive sendo causada por ela, como represália a sua situação.

O que me é interessante nessa parte é que Mori é incisivo, rígido e superprotetor, fazendo de tudo pra manter Mei ocupada e longe dos problemas, porém ele não a prende completamente, confiando na decisão dela. Já Mei o respeita e o obedece sempre que possível, mas também não deixa de realizar o que lhe é importante porque ele lhe disse que não e volta – isso mostra os valores individuais deles e um equilíbrio na relação pelo menos até aqui.

Kyoka volta pro lago e lá também está Fujita, apenas aguardando o momento de pegar Shirayuki e eliminar a fonte do problema como sempre faz. Quando Mei retorna, ela tem uma conversa íntima com Shirayuki revelando ao espírito que entendia claramente a sua dor.

Mei estava se vendo condenada a ser afastada pra sempre do homem que amava e isso a estava consumindo, então quem melhor pra compreender e convencer uma mulher ferida do que outra mulher ferida?

Diferente das limitações de Mei, Shirayuki tinha a opção de ter um final feliz muito mais facilmente, bastando Kyoka querer, mas o caso da mocinha é mais problemático.

Charlie não esclareceu muita coisa e pra ser sincero acredito que tudo é mais dependente da decisão dela, o jeito dele falar meio que já indica isso. Só que por mais que Mei esteja feliz com aquele mundo, ela acredita que não pode ficar ali e dada a atual falta de informação pra ela, é compreensível que sinta isso e se desespere – já que o seu final está num caminho mais trágico que o de Shirayuki.

Quando a “deusa dragão” fica fora de controle ela acaba tragando Mei para suas águas profundas e quando parecia o fim dela Mori surge pro resgate, assim como Kyoka vai pra salvar a sua amada.

Toda a cena de Mei e o ato de amor verdadeiro dos dois rapazes é mais do que suficiente pra que Shirayuki chegue numa resolução e acabe com o problema criado na região do lago – e também com as chances do Shunsou. Kyoka já fica mais amiguinho de Mei, todos ficam bem e tá tudo uma maravilha.

Mei fica curiosa pra saber qual o rumo de Shirayuki e Kyoka decide usar um desejo de boa sorte no romance pra contar o final que só irá aos teatros no exato dia de sua partida. Olha a ironia, o espírito terá seu final feliz no exato dia em que Mei está rumando pra o possível bad ending dela.

Os laços entre o casal de protagonistas está se estreitando cada vez mais e o tempo tá passando, será que Charlie vai dar mais detalhes dessas opções de escolha pra Mei? Cada vez que pensa ela fica pior e Kyoka ter lembrado a coitada mais uma vez – mesmo que inocentemente – foi a facada da noite.

Apesar do dia difícil e do anime já ter aberto o questionamento pro final da Mei, acho que o próximo episódio pretende dar um descanso a mente dela e a nossa. O foco da vez será o Fujita e já estou me perguntando o que o inspetor esconde atrás daquela fachada revoltada e violenta.

Por duas vezes Mei o impediu de eliminar um espírito, e ele não parece muito satisfeito, será que algum deles o tirou algo e por isso a caça minuciosa dele? Aguardo ansioso por mais um capítulo dessa história.

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