Meiji Tokyo Renka – ep 11 – O gato preto dá sorte, azar ou ambos?
O que pode sair de um episódio no qual se tem um quase cego que quer ver – achar também o seu gato perdido – e uma desmemoriada que não desejava lembrar de onde veio? Bom, as probabilidades diziam que ambos podiam se dar mal, ou então os dois sairiam lucrando e numa terceira hipótese, um ganharia e o outro se lascaria.
Os problemas da dupla de protagonistas eram inconvenientes, cada um a sua maneira, porque afetavam os planos e sonhos deles. A diferença aqui são os reflexos que essas duas situações trariam no final de tudo – o gato preto ajudou um e deu azar para a outra.
Shunsou estava com a visão deteriorada e apenas poucos tinham conhecimento de tal fato, como oseu amigo – introduzido agora no final – Taikan Yokoyama. Mori talvez desconfiasse, mas só confirmou depois que fez aquele teste básico com a fita métrica, que ele reagiu mal e nem se tocou que o chefe notou a falha dele.
Quando ele troca sua maleta de pincéis com uma outra, é necessário que Mei intervenha e é aí que as coisas começam a andar para uma resolução. Ela por sua vez já está feliz e deslumbrada com as novas possibilidades, se esquecendo de que tinha perdido a memória e tinha vindo de outro lugar – é irônico, mas foi isso que ficou traduzido nas ações dela.
Mei vai até Shunsou e conhece seus colegas de classe – rendendo uma boa cena por causa do jeito masculino “animístico” de ser dos garotos -, que se chocam porque um nerd como ele arrumou uma “namorada” e bonita ainda por cima.
A garota faz o seu papel e ajuda ele, mas antes que se despeça, Taikan encara o amigo e descobre que ele ainda não tratou seu problema de visão, surpreendendo a esquilinha que não fazia ideia da situação emergencial.
É engraçado porque durante todo o tempo, a discussão entre Taikan e Shunsou faz o problema parecer real e fisicamente difícil de resolver, mas observando os detalhes isso apenas soa como um retrato do psicológico do estudante – como eu teorizei no episódio passado com a coisa do gato preto.
Shunsou sabia que estava degenerando e não pretendia fazer uma cirurgia, inclusive jogando para o alto tudo o que tinha conquistado, em nome desse desespero de não querer seguir adiante. Na teimosia ele não ouve Mei, nem o amigo que queria fazer seu nome junto a ele.
Depois de uma linda parte onde ela recupera todos os desenhos perdidos e salva a alma do companheiro – que parece apaixonado, mas conformado com a derrota -, fica a dúvida: se de fato ele tinha um problema de visão tenso, como Mei resolveu tudo com o poder da amizade?
É bem verdade que o anime explora o lado sobrenatural e que ela detém poderes especiais como tamayori, mas até onde nos lembramos ele não envolve cura, apenas comunicação audiovisual com espíritos.
Apesar de não ter tido uma explicação conclusiva, consigo visualizar a cegueira psicológica como uma razão pra o que aconteceu aqui, logo sendo o gato a representação da mente ou do desejo perdido. Quando ele entra em equilíbrio e se decide é quando o gato retorna ou seja, a mente sã dele é capaz de restaurar tudo.
O gato voltou a sua origem e aí voltamos a nossa esquilinha. Mei veio a esse mundo sem memórias especificas sobre si, porém todos os conhecimentos gerais do seu mundo e algumas outras coisas foram com ela – aceitei de boa, afinal ela só não lembrava de sua vida pessoal, acontece muito. Só que o que me surpreende é o ocorrido no final, quando ela se lembra de tudo.
Mei já sabia antes mesmo de recuperar as memórias, que ela vinha de algum lugar para o qual precisaria voltar, mas nessa cena o choque da lembrança causa uma pequena bagunça na mente dela. Essa bagunça faz parecer que de algum modo ela percebeu que não se encaixa ali e vai precisar voltar – já complementando a cena da despedida no começo do primeiro episódio.
Se for como penso, me pergunto o porque dessa memória criar na mente dela uma obrigatoriedade sobre sua estadia no passado, quando antes isso não criava. Será que essa manobra foi ação do Charlie?
Antes ele ficou em choque com a decisão dela, mas deixou claro que a apoiava, só que caso ele tivesse o dever de levá-la de volta – para não alterar as linhas temporais -, existe a possibilidade de que ele tenha dado uma mãozinha pra que ela se recordasse e facilitasse o serviço dele.
E então, o que Charlie quer afinal? Será que Mei volta a sua linha do tempo e fica apenas com a lembrança dos bons tempos? Quero apostar que ela mude de ideia totalmente ao pensar na sua vida infeliz anterior e fique com os seus novos amigos e amor.
Enfim, essa aventura no tempo está chegando ao seu ápice e eu fico aqui torcendo pelo final positivo, porque a Mei é muito amor e merece a felicidade. Nos vemos no próximo artigo!