Café com Anime – Magical Girl Spec-Ops Asuka, episódio 12
Bom dia!
Bem-vindo a mais uma sessão do Café com Anime! A mesa redonda virtual na qual eu, o Diego (É Só Um Desenho), o Gato de Ulthar (Dissidência Pop) e o Vinicius Marino (Finisgeekis) conversamos sobre alguns animes que estamos assistindo juntos.
Cada um publica em seu blog sobre um anime diferente, e nessa temporada nos dividimos assim:
Dororo no É Só Um Desenho
Kouya no Kotobuki Hikoutai no Dissidência Pop
The Promised Neverland no Finisgeekis, e
Magical Girl Spec-Ops Asuka aqui no Anime21!
Leia a seguir nosso bate-papo final de Asuka sobre o episódio 12:
Chegamos ao fim de um anime que francamente foi menos do que eu esperava antes de começar e menos do que parecia ser quando ele começou. E esse episódio final, como previsto, não precisava existir. Vou só destacar os pontos importantes (?) dele:
– Aquela loira é mesmo a Peipei, a garota mágica chinesa.
– A Kurumi tem problemas.
– Aquele urso de pelúcia é mesmo a irmã da Tamara???
– Acho que agora não falta mais nada para ser hentai. Faltou bem pouco pra ser explícito.
– Não que a Francine já não fosse pervertida assim quando ainda era “do bem”.
– E querem transformar a Sayako (se minha hipótese for verdadeira) não apenas em garota mágica, mas em uma terrivelmente forte.
É isso. Pelo bom começo, 7/10.
Você foi bem abrangente nos seus pontos, mas eu quero enfatizar como a direção desse episódio foi péssima. Tivemos cortes desconfortáveis, tomadas que pareceram começar e terminar sem qualquer sentido (a cena de sexo), flashbacks repetitivos e uma completa esquizofrenia tonal.
Esse final pareceu uma história contada por um bêbado. Que esquece das coisas e volta no tempo, repete o que já disse e faz piadas que só tem graça na cabeça dele. Ou vai me dizer que eu deveria ter rido ao ver as vilãs labutando no maid café?
Se não as tivéssemos visto na prévia, engraçado não seria, mas pelo menos seria uma surpresa, e isso pode ter seu valor, suponho. Sobre a péssima direção, acho que tem muito a ver com um episódio desnecessário e com uma tonelada de informações – e sem nenhuma hierarquia entre elas. Informação precisa ter hierarquia. Mesmo assim, assistindo esse episódio, fica parecendo que a Francine ser uma ninfomaníaca é tão relevante quanto o grande plano da Brigada de Babel.
Diz muito sobre a qualidade do anime… E minha vontade de continuar a acompanhá-lo.
Convenhamos, esse episódio foi uma bosta, bosta mole e fedida. Mas me diverti mesmo assim vendo as bizarrices que me foram apresentadas. Qual a necessidade daquela cena quase hentai? Eu dificilmente me irrito e me impressiono com esse tipo de coisa, mas tudo tem limite. E temos a Kurumi, já não foi uma boa ideia a primeira cena em outro episódio dela torturando a menina e agora temos isso de novo e de uma forma muito mais bizarra. Sério, como alguém pode pensar ser uma boa escolha fazer a Chisato se converter em boa moça naquele contexto? A pá de cal foi a Kurumi trazendo a outra menina como um cachorrinho, eu juro que pensei que estava em um hentai bem controverso. E quando pensei que nada podia piorar, temos as duas trabalhando no maid café. Mas isso não me surpreendeu pois estava no preview no episódio passado. Mas digo uma coisa, se tiver uma continuação eu vou assistir, sou um pouco masoquista.
Jesus, por onde eu começo a falar desse dumpsterfire de episódio 😃 Aliás, já sei, por aqui:
O que diabos foi essa cena?! Metade hentai, metade lição de vida? O quão bêbado você tem de estar pra querer combinar talking no jutsu com tags de hentai?! Ri do começo ao fim com essa cena, só pela completa estupidez.
Aliás, “completa estupidez” resume muitíssimo bem esse episódio. É nível “rir pra não chorar” de tão ruim que foi. E por sinal: não pareceu que o episódio “acabou” umas vinte vezes? O Vinicius apontou o quão mal feitos foram os cortes e acho que foi isso que me causou essa impressão. Já estava gritando “acaba de uma vez, cara-“
Todo mundo falou várias coisas sobre a cena da Kurumi, e as cenas de tortura da Kurumi vêm torturando o anime e nos torturando faz tempo, então pensei em algo.
Teve tortura antes da Kurumi ser a torturadora. Duas vezes, se me lembro bem: a tortura do policial no terrorista, e a da Abigail e seus russos na Nozomi. As duas foram cenas fortes, mas me pareceram adequadas. Daí vieram as torturas da Kurumi e a gente ficou aqui de queixo caído com a mudança tonal.
Não obstante, sempre foi a Kurumi. E se interpretarmos isso como uma característica, ou vá lá, falha de caráter, da própria Kurumi? Ela é creepy em várias outras situações também, e mais ou menos entendemos que isso tem a ver com seu trauma de ter sofrido bullying severo. Eu sei que em termos de fanservice não muda nada, continua uma safadeza, mas a história em si, o anime, fica mais coeso se interpretarmos dessa forma? E faz sentido interpretar dessa forma em primeiro lugar?
Dá pra interpretar como a Kurumi sentindo prazer em humilhar as pessoas da forma como ela foi humilhada? Dá. Isso torna as cenas melhores? Nem um pingo, já que o problema aqui não é o conteúdo, mas a apresentação. Você pode ter uma cena de tortura em uma história de ação militar. Mas uma cena onde a “tortura” mais parece saída de um pornô ai já é outra história.
Não discordo. Mas talvez a Kurumi goste de humilhar justamente no sentido sexual.
Ainda seria responsabilidade do anime de não fazer essas cenas na tentativa de excitar sexualmente a audiência. Que apresentasse as atitudes da Kurumi como o deturpado que elas são, e não como piada.
Daria para abordarem humilhação sexual no contexto de uma tortura militar. Estupros e outros assedios, afinal, são táticas comuns em cenários de conflito. Nada disso justifica cenas pornograficas interpretadas por uma enfermeira de sex shop. A Kurumi é uma torturadora porque os fetiches dos criadores exigem que ela o seja. Não por respeito a qualquer propósito maior.
Como eu disse, o fanservice continua igual. Apenas talvez quem sabe interpretar dessa forma salve um pouco a coesão do anime, que ficou prejudicada com a mudança tonal.
Mas não é exatamente só ela também, né? Talvez só ela faça esse tipo de tortura. Mas a Francine é absolutamente depravada, a Peipei apareceu só para a gente descobrir que ela faz sexo frequentemente com sua parceira que parece uma criança com peitos grandes, e até a Mia deu a entender que está ficando “parecida com a Francine”, o que me faz reavaliar toda a relação dela com seu pelotão militar.
Vistas as coisas dessa forma, acho que o motivo da melancolia da Asuka é sua inexperiência e “pureza” sexual. O que dá mesmo um bom roteiro pra hentai 😛
Existe o dito de quê, em certos animes, “os doujinshi se escrevem sozinhos”. No caso de Asuka, eles aparentemente se animam sozinhos também, porque foi cada cena…
Quando Mahou Shoujo Site foi lançado muita gente se perguntou se a obsessão com garotas mágicas “dark” tinha ido longe demais. Eu mesmo escrevi uma matéria a respeito, defendendo o potencial do gênero. Não me arrependo do artigo, mas não sei se eu o escreveria hoje.
Asuka conseguiu se mostrar uma verdadeira caricatura de tudo o que o sub-gênero tem de pior. Foi o suficiente para me traumatizar. Não acho que acompanharei outro anime do tipo tão cedo.
Eu sou masoquista 😂 Se bem que não considero que uma maçã podre tenha destruído todo o gênero, mas só vendo outros para saber mesmo.
O pior de Asuka foi mesmo a Kurumi, o jeito que trabalharam as perversões dela foi totalmente caricato. Haviam mil outras possibilidades de trabalhar a personagem de maneira mais adequada.
Já vi animes ruins em tudo que é gênero, mas por mais maus exemplos que um tenha sempre vai haver pelo menos aquele um ou outro que agrada. Não vou dizer que daria prioridade a outro dark mahou shoujo, mas também não me recusaria a ver algum caso ouvisse coisas boas a respeito (ou tivéssemos de cobrir algum aqui num futuro Café ☺️)
Que isso, a culpa não é do gênero 😛 E a ideia inicial de Asuka é muito boa, por isso o escolhi, o Gato teria pegado se não fosse eu, e se me lembro os demais ficaram interessados em assistir também. Como poderíamos saber que era uma armadilha? Ok, poderíamos ter lido o mangá, mas nunca fazemos isso. E o pior é que toda essa pornografia explícita é tão desnecessária, desconectada da história do anime (e não ser que a minha hipótese de o potencial mágico delas ter a ver com a perversão sexual, mas meio que não deve ser porque o caso da Chisato não encaixa).
Quão melhor acham que seria Asuka se as cenas mais pesadas simplesmente não existissem?
Muito melhor. Não pelas cenas em si, francamente eu passo longe de um purista nesse assunto. Mas porque tornaria o anime bem mais coeso. O problema dessas cenas é que você tem esse fanservice quase pornográfico no que parecia ser uma história séria sobre guerra e seus efeitos nas pessoas. O que resulta em cenas estapafúrdias como a que eu já mencionei, onde a Kurumi está dando lição de moral numa garota enquanto a outra tá do seu lado, de quatro, só de roupa íntima, com coleira e latindo feito cachorro. É muito dissonante pra ser levado a sério.
Em dada medida, concordo. Muitas dessas cenas não são apenas agressivas, mas supérfluas. As duas cenas de estupro durante a grande batalha, episódios atrás, foram o exemplo mais gritante. O anime fez questão de interromper a ação decisiva de seu clímax para dar corda a um fanservice de gosto duvidoso. Por outro lado, para mim é evidente que “algo” ficaria faltando. Sem essa mão pesada, Asuka simplesmente não teria conteúdo para preencher seus 12 episódios. Como, por exemplo, justificar a participação do Geiss sem seu flashback-exploitation da Guerra da Somália? O que dizer do tempo em cena das duas escravas sexuais, se fossem reduzidas a antagonistas comuns?
Claro, isso é só sintoma de um problema maior: Asuka é um anime sem muito conteúdo. Por mais que se ancore em clichés sobre PTSD e terrorismo internacional, ele não tem o que dizer sobre eles. Isto fica evidente na tomada final desse episódio, que simplesmente reitera banalidades que já ouvimos (repetidas vezes) desde o início da série.
Eu não sou contra as cenas mais pesadas, elas podem continuar a existir, o problema é a maneira que Asuka ridicularizou tudo. Não vejo problemas na Kurumi torturando as pessoas, é uma faceta da sua mente doentia. O problema foi transformar tudo numa “pornochanchada” caricata.
A tortura que a garota mágica das tesouras fez na menina que é amiga das protagonistas e que esqueci o nome ficou bem retratada. Eu poderia dizer até mesmo verossímil dentro de um contexto onde existe magia. Mas porra, ver a Kurumi levando a menina como um cachorrinho na coleira e colocar as duas como maid é o fim da picada do ridículo.
Isso sem falar nos outros absurdos.
Quanto às cenas de estupro essas sim poderiam ser retiradas. EU novamente digo, não sou contra ver representações de estupro, mas é necessário um contexto para isso e não somente porque sim ou com mero objetivo de “shock value”. Um problema que vejo em vários animes e em outras mídias é justamente esse “chocar por chocar”, como causar uma impressão forte fosse o suficiente para mascarar um enredo fraco e personagens rasos.
E olha que nem entrei no “borderline hentai” da menina das tesouras pegando a chefona do mal. O engraçado é que naquela cena ela foi realmente briga de “tesouras”, se é que entendem o meu trocadilho de teor sexual
Eu já cobri Kujira no Kora. Vocês sabem, a gente cobriu. Aquele anime é objetivamente ruim, pior do que Asuka em quase qualquer quesito que se compare. É uma história tão ruim que dá raiva. A animação é deslumbrante, então acho que pelo menos tivemos isso, suponho. Mas justamente por não ser tão ruim, justamente por ser uma história interessante, razoavelmente bem construída, cheia de elementos bem pensados e bem planejados, eu fiquei muito mais frustrado com Asuka do que com Kujira.
Vejam, quando algo é apenas ruim, eu entro em modo de gozação e só curto a ruindade, sem compromisso. Mas ficar separando o joio do trigo em algo que tem potencial, em algo que se não fosse alguns detalhes poderia ser realmente bom, é cansativo, é desgastante, é decepcionante. Kujira era ruim, mas me sinto pior por ter coberto Asuka, ainda que seja como anime melhor que o outro.
Pessoalmente me foi muito menos penoso cobrir Asuka do que Kujira. Tirando as escolhas erradas foi até que um anime divertido de se acompanhar.
Asuka também chegou a ser engraçado de tão ruim. Kujira era só irritantes mesmo.
E Asuka até que estava fazendo um trabalho relativamente decente até desandar no final.
Alguns episódios atrás o Diego disse que estava tratando Asuka como trash desde o primeiro episódio, então acho que essa resposta dele é bem coerente, mais ou menos o que eu esperava mesmo 😛
Para mim não há comparação. Assistir a Asuka foi incomparavelmente melhor que cobrir Kujira. Primeiro porque sim, o anime entregou (alguma coisa) pelo menos até seu terço final. Segundo porque suas cenas de ação foram praticamente onipresentes e nos engajaram pelas vísceras, se não pelo cérebro.
Kujira, por outro lado, falhou como ação, falhou como drama, falhou como qualquer coisa. Não houve um minuto mais suportável que outro. Ao ligar a TV, sabia que o que me esperava eram 30 minutos de sofrimento.
Acho que não fui claro, o que quis dizer é que a experiência foi mais frustrante no final justamente porque é melhor. É melhor mas tem alguns defeitos incontornáveis, e isso me deixa frustrado, mais do que apenas assistindo algo ruim.
Ainda assim eu prefiro Asuka, pois Kujira tinha muito mais potencial. No caso de Asuka, nós temíamos desde o começo que degringolasse em um mahou shoujo “dark” trash. Kujira parecia ser uma obra de arte, um desses animes épicos com cenários fabulosos que nos levariam a uma jornada por mundos fantásticos. Nossos comentários nos primeiros Cafés estão de prova. Ver Asuka virar hentai foi um perigo a que eu já estava preparado. Ver essa desgraça, por outro lado, foi um raio em um céu azul:
Grande cabelo de chiclete que eu nem quero lembrar o nome 😃
Bom, eu acho que ninguém aqui é muito esportista ou ligado em esportes, nem eu sou, mas se ajudar alguém aqui ou o leitor a entender, falo da diferença de frustração entre jogar bem mas perder por causa de um lance só e a frustração de jogar mal desde o começo e nunca ter tido chance nenhuma.
A gente entende, Fábio 😛 Mas falando por mim, prefiro algo ruim com pontos bons do que ruim por completo mesmo.
Tá bom, tá bom, desculpa. Digam aí a última coisa, qualquer coisa, que queiram dizer sobre esse anime. “Nada a declarar” é uma resposta aceitável.
Não me arrependo de ver, se tiver uma segunda temporada a verei de certeza. Não é bom mas me entreteve, e estou realmente curioso onde a história vai dar.
A música de abertura foi bem legal. E no mais: tchau tchau Asuka 😛
Acho que Asuka é a prova de que, às vezes, as partes são melhores que o todo. Foi um anime decepcionante, mas com brilhos pontuais suficientes para me fazer sentir que não desperdicei meu tempo. Acredito que, em algum lugar da minha mente, exista um Asuka em “estado ideal”, sem a insensibilidade e o fanservice desnecessário. Uma série em potencial, capaz de nos eletrizar e emocionar. Por respeito a ela, acho que saio dessa com um sorriso no rosto.
É a existência dessa Asuka Ideal (acho que chamam isso head canon? não sei, não entendo mais a língua dos jovens…) na minha cabeça que evita que eu goste tanto de Asuka quanto eu sei que ele merece 😃
Mas é … também gostei da abertura, como o Diego, e se tiver segunda temporada eu assistirei, como o Gato.
E ficamos por aqui com Magical Girl Spec-Ops Asuka, até a próxima temporada! ☺️
Sergio Schwarz De Assis Farias
Vocês resumiram perfeitamente a minha opinião em relação ao anime. No início eu fiquei vendo pq senti que a história tinha potencial, depois senti que a história estava prestes a engatar, e, no final, percebi que ficaria frustrado.
Resumidamente, o anime tinha potencial, mas depois fui pesquisar sobre o mangá e vi alguns capítulos e deu pra ver que seria impossível salva-lo. A história é cheia de fanservices gratuitos e não parece amadurecer muito com o tempo (pelo contrário)…
Fábio "Mexicano" Godoy
Olá Sergio, tudo certinho?
Infelizmente muitas boas ideias acabam subaproveitadas em histórias assim. Continua sendo bom que existam, e fica a esperança que um dia esses temas e ideias sejam explorados por uma obra melhor.
Por enquanto, ficamos com as aproximações. Para garota mágica dark, Mahou Shoujo Site é uma boa escolha. Sofrimento de adolescentes criadas para lutar, talvez SukaSuka? Tem uma enrolação no meio mas acho que a história principal ficou bem redondinha no final das contas. Garotas nas forças armadas? Sora no Woto. E por aí vai. Aceito sugestões também 😊
Obrigado pela visita e pelo comentário!