Erased é um criado por Kei Sanbe – originalmente intitulado Boku Dake Ga Inai Machi -, com a Kadokawa Shoten como editora responsável e sendo publicado na revista Young Ace. O seinen que envolve suspense e mistério também já ganhou um anime do estúdio A-1 Pictures e um filme em live-action, ambos transmitidos em 2016, de um dorama lançado em 2017, disponível na Netflix e que é o objeto dessa resenha.

Satoru Fujinuma é o protagonista da série. Ele é um adulto de 29 anos que trabalha como entregador e mangaká. Seu segundo trabalho não é muito bem visto, já que ele possui alguns problemas ao desenvolver seus personagens, acredito que a inexpressividade de Satoru seja a chave para isso.

Ele é muito diferente de Airi Katagiri, sua colega de trabalho. Ela sempre se mostra muito alegre e disposta. Mudou-se de cidade para frequentar uma faculdade e trabalha como entregadora. O que o enredo mais valoriza na relação entre os dois é a confiança que Airi tem com Satoru.

 

 

Basicamente, Katagiri é uma personagem secundária criada ao oposto de Satoru. Enquanto ele tem dificuldade de viver abertamente sem parecer alguém com muitos objetivos, mesmo sempre sendo bondoso ou heróico; Airi se mostra motivada com tudo e com todos. O grande ponto pode ser diferença de idades: quanto mais velho, menos motivado se está.

Nunca o vemos sorridente ou alegre, ele sempre está com a mesma cara, assim como os vários outros adultos deste mundo, estando sempre vivendo numa mesma rotina e na mesma percepção do mundo, ou seja, ele não é e nem foi capaz de aproveitar a sua vida. Dá para perceber que ele não teve uma boa relação com a mãe na sua vivência, é sempre pouca conversa, nada muito interativo.

Toda essa vida simples muda bruscamente quando Satoru encontra sua mãe morta e ele acaba se tornando o maior suspeito do crime. No entanto, diferente dos outros, o protagonista possui uma habilidade sobrenatural de voltar no tempo para ter a chance de consertar eventos que podem ocasionar desastres. Podemos chamá-la de “revivescência”.

 

 

Ativando isto, o personagem acaba voltando no tempo há 18 anos atrás, quando ainda era um colegial, bem no tempo onde um assassino fazia de crianças solitárias suas vítimas. A partir disso, Satoru precisará mudar estes eventos para salvar sua mãe e Jun Shiratori, seu grande amigo que pode ter sido condenado injustamente.

Voltar 18 anos no tempo é algo muito proveitoso. Satoru não só tem a capacidade de salvar a sua mãe e os outros, ele tem em suas mãos a oportunidade de aproveitar tudo o que foi deixado de lado. É muito normal vermos obras de viagem no tempo que divulga a tese do aproveitamento da vida.

A resposta para toda aquela vida atual estava ali: mudar os eventos da sua própria vida para resolver a sua péssima vida quando adulto. Cabia a Satoru aproveitar todos os seus momentos com as pessoas do seu redor, mas não só isso, ele precisava fazer as pessoas necessitadas também aproveitarem, como a Kayo, uma das crianças assassinadas, que levava uma péssima vida.

 

 

Por mais que Erased seja algo cheio de suspense e mistério, ele alterna suas expectativas entre os episódios. Há momentos bastante tensos e outros calmos. Estas leves partes são a base do aprofundamento dos personagens. São grandes momentos emocionantes, acompanhados de slow motion para dar ênfase na cena.

Para mim, foi um live-action que deu certo. O slow motion me cativou de diferentes maneiras. Posso citar nas cenas de grande suspense, sempre envolvendo o assassino, mas além disso, as cenas que buscam o emocional, os sorrisos entre os personagens, a movimentação e expressões em seus rostos, o reforço das ideias em cada momento e as diferentes noções que se tinham entre os principais locais da história.

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