A união entre o autor do popular e elogiado Soul Eater com o estúdio que dá vida ao clássico Jojo não poderia resultar em menos que um anime de qualidade, né? Sei que as expectativas eram essas, e eu confesso que também pensava isso, mas o David Productions apelou. Fire Force, Enen no Shouboutai é o título original japonês, teve uma estreia de tirar o fôlego que empolgou mais por sua animação, é a verdade, mas não deixou de entregar um universo e uma trama interessantes. Há potencial na obra e ele brilha como o fogo ardente que os bombeiros tentam apagar. É hora de Fire Force no Anime21!

Antes de mais nada, você sabia que atualmente o mangá da obra está sendo lançado pela Panini aqui no Brasil? Está saindo naquele precinho nada camarada de 20 e poucos reais, e, na época, muita gente não entendeu lançar um battle shonen sem tanta exposição midiática.

Agora tudo faz sentido, né? Eu tenho certeza que o mangá vai ser beneficiado pelo “advento do anime em exibição”. Espero por isso já que adorei essa estreia. É mais um battle shonen, mas é um que mais acertou do que errou logo em um momento tão importante: o primeiro contato com o público. Enfim, sem mais delongas, FIRE!

Que loucura seria um mundo em que uma pessoa pudesse entrar em combustão espontaneamente e passasse a atacar aqueles ao seu redor, né? Pois então, esse é o mundo de Fire Force, e bombeiros se fazem necessários nele para lidar com esses casos de explicação desconhecida. Descobrir a verdade é o outro objetivo desses heróis – como na vida real os bombeiros são.

Fogo só se combate com fogo e é segundo essa máxima que o primeiro trecho do anime apresenta uma operação dos bombeiros, em paralelo somos apresentados ao protagonista da história, Shinra Kusakabe, um terceira geração. Mas o que significa ser de “terceira geração”? O anime não explica, mas não é como se fosse difícil inferir!

O segundo episódio deve explicar esses detalhes, mas acredito que se trate de um poder despertado quando a pessoa se envolve em algum desses incidentes de combustão. Geração depende do tempo e cada geração surge após alguns anos? Duvido disso, pois a diferença da idade entre o protagonista e os integrantes do seu esquadrão não é grande e o fenômeno de combustão não é algo tão recente, o que me leva a crer que se trata da característica do poder de chamas que a pessoa desperta.

Enfim, isso é algo que logo deve ser explicado, então não adianta muito especular agora, é melhor comentar algo que apenas ficou implícito nesse episódio, mas acho que já podemos tomar como certeza, quem integrar essa força de bombeiros especiais tem um passado relacionado a esses casos.

Parece que a dor de barriga é um constante problema na vida desse rapaz.

É como o caso dos investigadores de ghouls serem em sua maioria órfãos que tiveram seus pais comidos por ghouls.

É essa a situação do Shinra e também parece ser o caso da irmã, ao menos segundo o encerramento. Aliás, que belo encerramento, né? A abertura também não fica atrás. Seja em animação ou música – e me refiro tanto às cantadas, quanto à trilha sonora do anime em si –, Fire Force está um deleite!

Eu vou pegar o gancho, já que estava falando de uma das garotas, e fazer um comentário sobre algo que até me agradou, mas meio que pelos motivos errados, e eu acho que pode se virar contra o anime ao longo dos episódios. O fanservice.

Se dissesse que achei ruim, eu estaria mentindo, além disso, ele foi pouco, e não mostrou nada demais, mas fico com medo de que as personagens femininas da obra se desenvolvam apenas em torno disso, e isso, no fim das contas, seria igual a desenvolvimento nenhum, né?

Que Fire Force não acabe como um Boku no Hero da vida – que mal passa do meio termo quanto a isso –, mas é cedo demais para me preocupar, certo? Afinal, foi mais uma apresentação de conceito e personagem principal.

Como arrebatar os corações dos otakus solitários com uma única imagem.

Seguindo as chamas, eu gostei bastante de como essas coisas se conectaram e como foram apresentadas. Breves flashbacks que responderam o motivo da urgência do garoto em querer se tornar um herói sem precisar apelar para explicações diretas.

Ele perdeu a mãe e o irmão e antes mesmo disso já queria se tornar um herói, assim, essa perda apenas deu vazão a esse desejo de infância. Algo que faz ainda mais sentido devido ao seu poder e a presença que ele sentia no recinto na hora em que sua família foi engolida pelas chamas. Ele foi considerado o responsável, mas nós sabemos que não é o caso.

O responsável deve ser um vilão importante na série, e talvez um que saiba algo a mais sobre a verdade por trás dessas combustões. Aposta quanto? Além disso, não restou corpo do irmão, então não vou achar nada estranho se ele reaparecer ou se ele mesmo for esse vilão. Clichê? Clichê e muito clichê, mas se tudo for bem trabalhado, como foi nesse episódio, qual é o problema?

Me desculpa Todoroki, mas esse é o verdadeiro herói das chamas.

É o battle shonen bom e velho como nós conhecemos, mas nem por isso devemos subestimar a trama. Dá para encontrar um meio termo e ter tanto uma história boa com bons personagens, quanto uma estrutura manjada.

Porque esse lance do passado triste e todo o resto é bem manjado, mas, sorri feito o Shinra ao ver tudo isso em tela, e por quê? Porque gostei dos personagens, e da maneira como foi abordado esse passado e o desejo dele de se tornar um herói.

Aliás, o lance do sorriso me lembrou um pouco o Boku no Hero, porque assim como na série de heróis, é algo que foi passado como sendo positivo. Da mestra para o pupilo lá, da mãe para o filho aqui.

O garoto reagir sorrindo a situações em que o mais normal seria justamente o contrário foi algo que, em um primeiro momento, pensei que seria apenas bobeira de protagonista de battle shonen com um parafuso a menos na cabeça.

Mas não, é algo dele mesmo e deve causar muitos mal-entendidos e situações pitorescas ao longo do anime, então espero para ver o que o autor vai aprontar e, claro, mais deleite visual para os meus olhos, porque, tanto no começo do episódio, quanto no final, foi a isso que o estúdio nos apresentou.

A animação fluida bem consistente e bonita. Com um acabamento primoroso, que até mesmo blu-ray de muitos não têm. Sei que manter esse nível todo episódio é impossível, mas eu vejo Jojo. Você vê jojo? Se não, veja, daí vai entender como dá para esperar consistência do estúdio e poucas quedas ao longo da jornada.

É claro que há uma diferença, pois, o nível de exigência de Fire Force é maior, mas se não tiver mais que dois cours por vez não deve cair bastante para entrar na casa do decepcionante.

Enfim, achei essa estreia espetacular, a história é simples, mas a parte técnica deu uma compensada e tem um baita potencial, que se bem aproveitado, vai render um battle shonen acima da média em todos os sentidos.

Quero é um dia ver um anime no qual bombeiros são considerados heróis sem os superpoderes, eu acho que seria muito legal, mas por ora me contento com bombeiros que têm superpoderes, são os heróis das chamas, literalmente falando.

Se ainda não viu o anime faça isso, se deixe queimar por suas chamas!

Até mais!

Achei essa estreia do c*ralho. E você, concorda?

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