Se eu fosse mais chato do que já sou acho que não teria gostado desse episódio, além disso, minha expectativa para ele era mais ou menos o que vimos em tela. Apresentaram o grupo de mocinhos fortões do anime e teve um bocado de clichês. Nada novo sob o sol em um battle shonen. Mas na medida do possível foi um bom episódio. É hora de Kimetsu no Yaiba no Anime21!

Que bom que os Hashiras são estilosos, porque a introdução deles não foi das mais interessantes. Para piorar, tem uma personagem um tanto quanto sexualizada que é a Hashira do amor. Como essa moça luta, usando a respiração do feromônio? Isso faz algum sentido para você?

Não sei o que esperar, mas deixando de lado o fato de que cada um foi construído em cima de um estereótipo e só tem duas mulheres (uma pena, quanto mais mulher forte melhor, né), o grupo é okay, quero até ver eles em ação.

A história do Tanjiro contada pelo garoto naquele estado e a situação tensa que se desenrolou quando o último Hashira apareceu tacando a espadada na Nezuko foi um ponto alto desse episódio. Não que o caldo fosse entornar para valer, mas você cansa de ver o Tanjiro lutando com unhas, dentes e até cabeçada para defender a família dele? Eu não canso.

Aliás, a cabeçada do Tanjiro já está se tornando sua marca registrada, é uma saída inusitada que tem trazido comicidade quando a coisa aperta. E apertou porque apareceu um esquentadinho, sempre tem que ter um mocinho com uns parafusos soltos, né? Menos mal que o Tanjiro mostrou que não é nenhum saco de pancadas e que a oni que ele quer proteger é muito importante para ele.

A maioria dos Hashiras se manteve cabeça dura sobre a permissão a Tanjiro manter a irmã viva e viajar com ela, mas se nos colocarmos no lugar deles é fácil pensar que eles devem ter suas tragédias pessoais causadas por onis e vasta experiência com todo o mal causado por essas criaturas.

A verdadeira arma secreta do Tanjiro sempre foi a cabeçada.

Então, o estranho seria aceitarem essa situação sem ter tido a ligação que o Giyu teve com os irmãos ou conhecerem ao menos um pouco a dupla, como a Shinobu. Que na verdade parecia mais em cima do muro que exatamente a favor.

Em seguida o mestre aparece e sua aparência só me faz pensar em um cenário, suas cicatrizes e cegueira foram proporcionadas por Muzan, ou na mais branda das hipóteses por um de seus lacaios mais poderosos.

Em tal estado o mestre não deve mais atuar como Exterminador, mas o respeito incorrigível que os guerreiros mais fortes do Esquadrão prestam a ele denota que a figura não é apenas o dono de uma voz firme e pacificadora, mas também alguém que lidera devido a sua experiência e competência.

Sendo assim, eu também não estranharia se um deles levasse as palavras do mestre em consideração mesmo sem ter tido a experiência de ver a força do laço dos irmãos ao vivo.

Mas isso não aconteceu, ou até ocorre, mas mais pela personalidade “receptiva” da Hashira do amor que por um pensamento racional. O das nuvens fica literalmente nas nuvens o episódio inteiro e eu não poderia ter achado isso mais bobo.

Felizmente, um momento bom se segue a entrada do mestre e este é a leitura da carta de Urokodaki. O ex-Hashira deve ter sido avisado pelo atual representante da água e redigiu uma carta para assumir sua parcela de responsabilidade pela situação de Tanjiro.

Foi tocante ver o garoto chorando pelo apoio ofertado por sua primeira inspiração e seu mentor, a comprovação de que laços verdadeiros também podem surgir entre aqueles que se aproximam pelas circunstâncias da vida. É reconfortante ver o protagonista sendo apoiado e defendido, não precisa apelar para a violência para isso e o Giyu sabia muito bem disso.

O mestre continua e revela que Tanjiro se encontrou com Muzan, como deu-se a entender que nenhum dos Hashiras presentes jamais fez.

É normal que os guerreiros fiquem curiosos por qualquer informação sobre o grande mal a ser combatido, mas foi só impressão minha ou ficou subentendido que o mestre também está passando por cima das regras no caso dos irmãos a fim de usá-los como uma espécie de “isca” para atrair Muzan?

E esse é um pensamento lógico, uma decisão estratégica, que não me parece exatamente cruel ou moralmente questionável, ao menos não se os dois não forem tratados como reféns, usados com esse propósito descaradamente.

Como não acredito que esse será o caso nem me preocupo, mas questiono se seria caso de burrice ou convicção inabalável o que Sanemi fez ao forçar a barra para poder acusar a Nezuko de ser uma ameaça.

Que ele não visualizou a situação por esse ângulo deu para perceber, afinal, há de se considerar que o interesse de Muzan não aparenta ser apenas na irmã, mas também no irmão, e prejudicar Nezuko tornaria qualquer colaboração de Tanjiro incerta.

Por conhecer o personagem sei que ele ainda faria a “coisa certa”, trabalhar para exterminar o grande mal, mas os Hashira e o próprio mestre não têm como ter certeza disso, né, então deveriam ter mais cuidado ao lidar com os protagonistas.

Aquele babaca que o público adora detestar ou detesta adorar?

Por fim, a Nezuko se ergue claramente faminta e fula da vida, os irmãos foram maltratados o tempo todo, e episódio que vem ela deve justificar a manutenção da exceção que sua sobrevivência representa.

Os Hashiras ainda vão aparecer por mais tempo e torço para que desfaçam um pouco a primeira impressão um tanto quanto “pobre” sobre a personalidade deles. Giyu e Shinobu, por exemplo, já são mais personagens, menos um estereótipo espichado por 24 minutos, por terem tido mais tempo de tela.

Querem matar a best girl, mas felizmente ela é uma moça forte e decidida que sabe muito bem se defender sozinha e espero ver um pouco disso na próxima vez.

Até a próxima!

Se eles estivessem em um galge a Shinobu e a Mitsuri seriam as heroínas.

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