Fiquei tão triste com o final de Kimetsu que enrolei horrores para escrever o artigo desse último episódio, não queria parar de escrever sobre o anime, mas cá estou eu para dar minha opinião de que a primeira temporada acabou muito bem e o futuro é promissor para os fãs da obra. É hora de Kimetsu no Yaiba no Anime21!

O quão inusitado foi ver o Muzan fazendo crossdresser? Eu não esperava por isso, não peguei spoiler algum nas redes sociais, e o mais engraçado foi que sequer contextualizaram.

Deu para entender que era um disfarce, mas por causa de quem? Além disso, o Kekkijutsu do oni da Biwa criou um território em outra dimensão, nela ele precisava mesmo do vestido e da maquiagem? Ou foi mais excesso de cautela, porque a aparência nem mudou tanto assim, né?

De toda forma, ri muito disso e só com esse detalhe já entrei de cabeça no episódio que trouxe um evento interessante, a reunião de Muzan com seus Kizukis inferiores. Adorei a forma como ele se livrou deles, pois confirmou o que eu já imaginava, os inferiores pertencem a uma casta de “ascensão”, criada também para não deixar os superiores se acomodarem.

O Michael Jackson é uma trap e eu posso provar!

Contudo, se eles não proporcionaram nenhuma “competitividade” em mais de cem anos, que utilidade têm? Ainda mais quando são presas fáceis para um Hashira. O Tanjiro derrotou um ex-seis inferior e o Giyu nem suou para exterminar um cinco, então, com um pouco mais de esforço Giyu derrotaria o “sortudo” um? Acho que é até fácil responder que sim.

Se eles não fossem descartáveis, facilmente substituíveis, o chefe não teria “demitido” a maioria deles, o que, aliás, foi uma ideia legal para reforçar a crueldade do vilão e mostrar algum tipo de movimentação, até indicar uma retaliação, no núcleo dos antagonistas.

O um inferior restou e deve tentar matar o Tanjiro. Seria pedir demais ver o garoto exterminando ele para mostrar o quanto ficou mais forte? Se não isso, espero algum momento de destaque do herói para o próximo arco, ainda que ele não vença o vilão principal dele.

Porque este certamente não é o um inferior, afinal, o Pilar das Chamas foi enviado para a missão do trem infinito antes da reunião dos onis, ao menos foi isso que o anime deu a entender, então, o problema já existia antes. O inimigo é um Kizuki superior, aposta?

Será que ele vai conseguir avançar de “casta”? Veremos!

Virando a página, esse episódio foi igual final de novela, cheio de despedidas, a diferença é que elas não foram assim tão previsíveis, principalmente pelas cenas do Tanjiro se despedindo da Kanao. O protagonista é o tipo de pessoa que cativa a quem quer que conviva com ele, não foi diferente na Mansão Borboleta e gostei ainda mais desse trecho pelo que ele simbolizou usando a Aoi e a Kanao.

As palavras de apoio e agradecimento a Aoi foram importantes para lembrar ao público de algo que ele nunca pode esquecer, da importância que os personagens de suporte, desempenhando suas funções de suporte, têm. O Tanjiro e todos os outros exterminadores contam com a ajuda de inúmeras pessoas para salvar tantas outras e nenhum desses esforços pode ser menosprezado.

Ouvir o que o Tanjiro disse dá a Aoi confiança para continuar com seu bom trabalho e assim fazer ainda mais e melhor. Confesso que não esperava que uma despedida curta tivesse uma utilidade tão bacana. Quanto a Kanao, mesmo sem saber, o Tanjiro fez a relação dos dois evoluir consideravelmente a ponto de quebrar um pouco a concha ao redor da garota.

Meu shipp favorito de 2019! ❤️

Nada como a simpatia, o calor humano, a proatividade de alguém que se importa com o próximo como o Tanjiro se importou com a Kanao. Ele não só parou para agradecer, mas também para dialogar, estreitar o laço criado com seu “retiro” na casa da garota.

Eu achei isso bem bacana, pois a conversa dos dois foi muito prazerosa, a forma como ele assustou, ao mesmo tempo em que instigou, a Kanao e a fez se comunicar, se abrir, evidenciou bem esse carisma que ele tem e que ela é sim uma “personagem”, basta que receba o empurrãozinho da pessoa certa.

E esta pessoa certamente é o Tanjiro, alguém com o qual ela compartilha semelhanças, afinidades, mas também diferenças que chamam sua atenção e já a fizeram sair um pouco de sua zona de conforto.

Ainda há espaço para progresso? Há sim, mas por ora se você me perguntar se eu acho que ela está se apaixonando por ele eu vou responder que sim, e vou dizer mais, isso é uma coisa muito boa!

O protagonista continua aéreo a esse sentimento, como manda a cartilha dos “bons” e velhos clichês do battle shonen, mas não se pode ignorar que a partir de agora a Kanao tem tudo para se tornar uma personagem mais interessante, uma personagem pra valer. E, claro, todo mundo sai ganhando com isso.

Enfim, o Zenitsu deveria se tocar e seguir o conselho do trio mirim. É sério, acho que a personalidade horrível dele puxa um pouco o grupo para baixo. Mas deixando isso de lado, foi legal ver o Giyu se despedindo do Tanjiro, assim como eles terem conseguido soprar no pote. Não posso reclamar desse arco no quesito consequências, muito menos desfecho.

Foi arrastado? Foi, mas em compensação teve vários momentos bacanas e fiquei com a sensação de que os heróis saíram dele melhores do que entraram. Isso para mim já basta.

Sobre a breve introdução ao novo arco, como não elogiar a comédia afiada pela “matutice” dos bichos do mato ao se depararem com o trem? Eu me diverti demais com as besteiras deles e só aí caiu a ficha de que o anime estava acabando. Mas não poderia acabar sem duas coisas e ambas foram entregues!

Primeiro, uma bela cena em que o Tanjiro reforça o laço que tem com a irmã, aquilo que faz essa história ser o que ela é, aquilo que dá certeza ao público que Tanjiro e Nezuko continuarão caminhando lado a lado, porque família para eles é maior que tudo!

Segundo, o anúncio do filme adaptando o arco do trem infinito. Ainda não é uma segunda temporada, mas tem três fatores que me tranquilizam quanto a isso.

As vendas avassaladoras do mangá (só One Piece vende mais no Japão), filmes de animes de sucesso têm sido cada vez mais frequentes e o estúdio Ufotable tem um histórico com produções para as telonas (felizmente, mantendo ou até elevando a qualidade da produção em comparação aos animes para a TV).

Kimetsu no Yaiba é, de longe, o grande sucesso, o mais importante anime, do ano de 2019. Não me arrisco a chamar de melhor, mas tenho total convicção de que é uma franquia que alia a qualidade ao sucesso e, sendo esse o caso, tem todos os méritos pelo retorno que está tendo em vendas, em popularidade, etc, em tudo que torna uma obra relevante para o universo otaku.

Ansioso para o filme? Eu estou bastante, vai ser legal ver o Rengoku lutando e quem sabe dando uma luz ao Tanjiro sobre a Respiração do Sol, Hinokami Kagura. Me despeço por aqui, já com saudades do anime e da cobertura que fiz dele, mas garanto que nós nos veremos quando o filme sair, pois como o Torreto disse um dia, nunca é um adeus.

Até a próxima!

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