O episódio dessa semana, assim como o episódio quatro, diminui um pouco o ritmo para nos apresentar diversos personagens importantes. A partir daqui Blade engrena em arcos mais longos, onde os oponentes não morrem de imediato no mesmo episódio em que são apresentados. Tudo bem que isso não aconteceu em todos os episódios anteriores, mas em parte significativa deles, sim.

 

 

Nos deparamos aqui com o senhor Habaki Kagimura, um samurai de alto escalão vinculado ao poder Xogunal, que ao encontrar com Anotsu junto a uma reunião formal, lhe explica o impasse em que o governo se encontra devido às ações do bando da Itto-Ryu, e também desempenha o papel de negociador, onde oferece ao bando um acordo que amenize o cenário de caos que este vem espalhando ao desafiar e destruir diversos dojos renomados. Acordo esse que concede e garante exatamente o que Anotsu sempre sonhou, voltar à luz da sociedade, ser reconhecido e respeitado pela classe guerreira, efetivando e realizando a ambição de seu avô, sendo esta a de que a filosofia da Itto-Ryu fosse a faísca que acenderia novamente na alma dos guerreiros o caminho do aprimoramento.

 

Habaki Kagimura

 

Habaki oferece a Anotsu, em contrapartida pela pacificação das ações do bando, o cargo de instrutores de dojos oficiais, dojos estes concedidos e legitimados pelo governo, ou seja, onde diversos mestres do bando poderiam propagar e ensinar a arte da espada à classe guerreira, concretizando assim uma vitória completa em relação a todos os objetivos cultivados por Anotsu.

Paralelamente a isso, temos novos personagens agindo pelas sombras, mesmo que em plena luz do dia, que efetivam uma caçada voraz aos adeptos da Itto-Ryu. Magatsu é encurralado junto à liteira que o transportava para o encontro de Anotsu, e outros membros, que não são importantes, ou, pelo menos, tem importância o suficiente apenas para estrelar uma morte que dignifique e apresente aos espectadores os seus algozes. Somos assim apresentados aos membros da Mugai-Ryu, uma organização com propósitos ainda não revelados, mas que ao que tudo indica, tem por missão aniquilar os membros espadachins da Itto-Ryu.

 

 

Gyiti, o careca de óculos escuros, usuário de foices em formato de algemas impulsionadas por correntes, Hyakurin, uma mulher com habilidades de dissimulação, disfarce e venenos, que subestimada pelo vice capitão do bando de Anotsu, demonstra também saber usar um arco compacto muito bem. Seu assistente, ou mesmo os oponentes iniciais de Magatsu, não são realmente dignos de nota, mas temos, por último e talvez o mais importante, principalmente por ser àquele que mais se destaca dentre todos os membros da Mugai-Ryu, Shira, o homem com a estampa de girassol sobre a vestimenta. Quem é Shira?

 

 

Sabemos que Magatsu escapa da primeira emboscada, encontra com Anotsu e descobre o acordo deste para com o governo. Magatsu odeia a classe samurai, e nunca em vida ele se submeteria a fazer parte da mesma. Sob tais circunstâncias ele anuncia sua saída do bando, Anotsu aceita sua renúncia, pois está consciente do passado e dos sentimentos do amigo.

 

 

Membro ou ex-membro do bando, pouco importa, Magatsu está mercado como um alvo. Assim que decide sair da Itto-Ryu ele retorna à hospedaria, ou prostíbulo, que é usado como um dos esconderijos do bando. Lá ele conta para Ren, sua amiga que além de ser uma das garotas do local, também é apaixonada por ele, que sairá em jornada de aprimoramento. É muito bonita essa cena, onde o anime reafirma o quanto Magatsu é um cara realmente legal, embora esteja vinculado a pessoas doentias e problemáticas. Mas assim como os espadachins da Itto-Ryu foram convidados a morrer para apresentar nossos novos atores ao palco, os membros da Mugai-Ryu, o desenvolvimento dessa relação do Magatsu com a Ren também é um convite para que seja introduzido o personagem Shira, o qual já adianto, é o ser mais desprezível, repulsivo e que carrega outros inúmeros adjetivos qualificativos que não pronuncio por serem de baixo calão.

 

 

Ren é brutalmente estuprada, torturada e assassinada.

Magatsu, como podem ver ao assistir o anime, é uma pessoa que possui uma sorte bipolar, ora sendo o mais azarado dentre os azarados, ora sendo o mais sortudo dentre os sortudos. Ao confrontar Manji, ele sobreviveu; sua irmã teve um fim trágico que o motivou a se tornar um comparsa efetivo da Itto-Ryu, ao mesmo tempo em que sobrevive, novamente, a um ataque surpresa junto à sua liteira, de modo surreal e ileso, e em seguida, mesmo sem saber, pois já havia partido, perde a sua melhor amiga, e possível futura amante, sem que possa fazer nada a respeito.

 

 

Hyakurin não pode fazer nada quanto aos companheiros com os quais têm que conviver, e Shira é o tipo de pessoa que faz o que lhe der na telha, ela não consegue controlá-lo. Após perder o rastro de Magatsu, Shira decide procurar o matador de cem para recrutá-lo ao bando da Mugai-Ryu. Encontra com Rin, agride a menina gratuitamente, mas não chega a transformar a situação em um confronto real. Ele e Manji conversam, mas Manji não demonstra interesse em se juntar ao bando, tendo em vista colocar em prática a sua própria estratégia para encurralar Anotsu e derrotá-lo.

 

 

O episódio acaba em uma cena revoltante onde Shira, matando o tempo junto ao local onde Rin e Manji habitam temporariamente, resolve, por puro sadismo irracional, dar uma lição de moral em Rin, fazendo a garota engolir que a vida pertence aos mais fortes, àqueles que conseguem aniquilar os seus oponentes e que se nutrem da sobrevivência ao consumir a existência dos outros. Palavras fortes que ele usa para justificar o fato de ser um lixo inumano que mata, tortura e zomba dos sentimentos e valores alheios, por puro capricho.

 

 

R.I.P Ren e o pobre cachorro que não fez mal pra ninguém.

Como sempre, deixo o Hiperlink para direcionar ao vídeo onde debato um pouco mais sobre o episódio e as diferença em relação ao mangá!

 

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