Bokutachi wa Benkyou ga Dekinai 2 – ep 7 – A mini-maid que quer conhecer seus próprios sentimentos
Dá para problematizar um tanto esse episódio focado na Rizu, mas dá para se divertir também, assim como elogiar o amadurecimento da pequena notável. É hora de Bokuben no Anime21!
Com a visita ao campus aberto o Nariyuki e a Sekijo ficaram tentando jogar a Rizu para cima um do outro, mas isso só fez ela se sentir solitária, o que foi bom para mostrar o desenvolvimento da personagem, e aproveitou a situação cômica boba para algo a mais.
Um quer que a Rizu faça uma amiga, a outra quer que ela se dê bem com o garoto do qual gosta, os dois têm uma visão equivocada dela, pois não percebem que ela preza primeiro pela relação de amizade que está construindo com eles que um “algo a mais”.
Isso é ruim? Isso é bom? Isso é cômico, mas achei bem positivo porque não ficou só na comédia, dando espaço para os momentos fofos da Rizu com cada um dos dois e aquele final bacana da primeira parte.
A embriaguez forçada já achei muito boba, acharia melhor se tivessem colocado a culpa no sono, mas a revelação dos sentimentos da Ogata salvou a parte e gostei ainda mais do episódio devido a segunda, que foi um claro complemento (com adições relevantes).
A Rizu de maid foi uma graça, né? Até o fim da obra não duvido nada que todas apareçam de maid e sejam usadas para explorar muitos outros fetiches que o autor e/ou os leitores masculinos do mangá têm. Isso é um problema? Não exatamente. Mas se você pensar por outro prisma é sim!
Por que homens gostam tanto de maids? Porque inconscientemente, e muitas vezes até conscientemente, é muito comum o homem gostar da figura da mulher submissa e bela. Como se ela fosse um objeto que existe apenas para agradá-lo.
Traços de machismo geralmente são fixados na criação do homem e isso é algo difícil de ser mudado, mas acredito que o homem deve combater o machismo de forma constante, em si mesmo primeiro para assim ter razão para mudar o ambiente ao seu redor.
Fazer isso leva a pessoa a refletir sobre a figura da maid e seu uso a fim de agradar um público em teoria majoritariamente masculino e fetichista. É o que estou tentando fazer, ainda que superficialmente, mas tenho consciência de que seria hipocrisia se não me colocasse ao menos em parte nesse bolo.
Sou homem, tenho esse fetiche e adorei ver garotas fofas vestidas de maid nesse episódio. Isso é um problema? Não necessariamente, não se tenho a dimensão do “perigo” contido nesse gosto.
Para termimar, espero que não tenha sido tão confuso, que tenha me feito entender. Reflita sobre o que você vê em tela, questione, veja o lado ruim, não só o moe que encanta aos olhos e a comédia boba que faz rir.
Não estou aqui para jogar pedras no anime, apenas resolvi problematizar um pouco algo que acho importante comentar. E não é nem porque a garota aparece vestida de maid, é mais pelo evento no qual a personagem da maid é explorada para agradar uma patota de marmanjos.
Enfim, deixando a problematização de lado, o trabalho em equipe do Nariyuki e da Pixie Maid foi ótimo. Como os dois já se conhecem bem e sempre se dispõem a ajudar ao próximo, não estranhei nada disso.
Aliás, é por esses detalhes que dá para o público sentir que cada vez mais o Nariyuki vai se tornando íntimo, amigo, das garotas, até mesmo da sensei.
Isso é bom? Isso é ótimo! No fim da obra (espero que o anime cubra todo o mangá em uma continuação) são esses detalhes que vão dar sustentação aos sentimentos das garotas por ele, mas também dele por alguma delas.
Isso é muito importante lá para o futuro, mas por ora também é, afinal, faz com que nos importemos com as relações que vão se desenvolvendo em tela, quer alguma hora acabem em romance ou não.
A cena que deu um belo upgrade ao episódio foi a pós-créditos. Sem ela teria achado o episódio divertido, com ela passei a achar o episódio “útil”.
A exposição dos sentimentos da Rizu sobre o que quer fazer mostra como a personagem está se desenvolvendo, como ela mesma está cada vez mais envolta em sentimentos, é suscetível a esse tal fator subjetivo que antes ela não entendia…
Mas está passando a entender com as experiências que está vivendo; com as amizades que vem fazendo, com a paixão que vem brontando em seu peito, com a convicção que construiu quanto a ideia de se dedicar aquilo em que não é boa.
A sondagem do Nariyuki e a resposta segura da garota rendeu uma cena breve, mas precisa nesse sentido de mostrar ao público que ela não está parada no tempo.
E eu acho que no caso da Rizu, que precisa melhorar em uma área tão delicada, essa afirmação de que ela não pensa em desistir é importante. É um tanto diferente do que seria a Furuhashi aprendendo a fazer um cálculo muito complexo ou a Uruka a falar inglês fluente. Por quê?
Porque se relaciona mais intimamente a pessoa que ela é e não vai ser um conhecimento que ela vai usar mais ou só para a sua profissão. É algo muito importante para a sua vida.
Todas precisam de momentos em que um progresso seja exibido, a Rizu é que precisa de algo ainda mais subjetivo nesse sentido. Rolou dessa vez e por isso o episódio acabou melhor do que começou.
A cena cômica que remete ao fetiche da maid, e por isso é mal-vista pela sociedade, foi uma piada que eu creio ter caído bem sim. Sei que ela não é mal-vista por acaso, mas também vejo que não é nada exagerado usá-la da forma como foi.
Aliás, o anime se aproveitar de um fetiche não é o problema, problema seria banalizar algum aspecto nocivo disso, algo que Bokuben não faz; ao menos não que eu me lembre…
Achei esse episódio muito legal. Divertido. Fofo. Nada enjoativo. E bem feliz em como aproveitou as situações cômicas para trazer algo de relevante a trama. Bokuben nem sempre faz isso, quando faz eu elogio, porque é necessário, né. A história precisa andar…
Finalmente a Uruka deve voltar a ter algum tempo de tela decente. Você estava esperando por isso? Eu com certeza! Não só porque ela é minha personagem favorita, mas também porque das três ela foi a que menos teve destaque até agora. Ou foi só impressão minha? De todo jeito, surfarei na onda da Uruka-chan.
Até a próxima!