Dr. Stone – ep 24 final – A ciência é demais!
Foi ingenuidade minha achar que dezenas de capítulos seriam adaptados em três episódios que sequer foram confirmados. A verdade é que uma segunda temporada foi anunciada e provavelmente já ano que vem veremos o arco da guerra animado.
Se não me engano um cour é mais do que suficiente para animar tudo, então ou devem engatar a outra fase do mangá logo ou fazer só um cour mesmo. O que for, veremos, o importante é que Dr. Stone acabou sua primeira temporada magistralmente!
Os verdadeiros sentimentos do Chrome pela ciência renderam uma quebra de expectativa quase que anunciada, porque era certo que ele não abriria o coração no sentido romântico da expressão, não em um episódio final no qual a corroboração com o tema, com como abordam o tema, seria maior que o normal. É de Dr. Stone que estamos falando, afinal…
Como sempre, a cena foi divertida, mas o que se sucedeu é que é digno de nota: a gravação deixada pelos fundadores, descoberta ao acaso, mas de uma forma até previsível. Algum detalhe passaria e seria explorado em um momento chave como esse, um detalhe simbólico e crucial para o resto da jornada.
A “união impossível” promovida pela ciência é algo banal nos dias de hoje, mas em um mundo no qual a tecnologia se “perdeu”, não é estranho as pessoas reagirem com surpresa e encantamento a mera possibilidade de se comunicar a distância física e temporal e foi isso o que vimos nesse episódio, com direito a nova construção: o toca discos.
Cientistas costumam ser bem práticos mesmo, eu que nâo sou cientista pensaria duas vezes antes de usar um objeto simbólico para fazer um disco, mas é aquilo, né, era uma situação de sobrevivência e, de certa forma, manutenção da espécie. O que eles pudessem fazer para ajudar a raça humana a não desaparecer, fosse ali naquele momento ou em milhares de anos, eles fariam. E fizeram. E foi bonito.
Oh, se foi… Você aprendeu a fazer um toca discos vendo esse episódio? Eu não, mas aprendi, ou lembrei, que um anime se faz também de momentos, não só de um bom roteiro ou direção, e o jeito como a ligação entre pai e filho foi explorada tendo como impulso a ciência foi um desses. Até o Senku sorriu, para a gente ver como a parada foi emocionante.
É por isso que me entristece como as pessoas ainda não dão o devido valor que a ciência deve ter, ainda mais em uma época em que fatos comprovados cientificamente são tratados como opinião. A ciência é sim maravilhosa, capaz de quebrar infindáveis barreiras, como Dr. Stone tenta vender, o problema é as pessoas que não a dão o devido valor ou se aproveitam dela para ganho próprio.
Não é o caso de Senku e seus companheiros, pelo contrário, e o belíssimo trecho musical e recapitulativo que se seguiu concluiu com chave de ouro o anime da ciência, usando um meio de transmitir uma mensagem que se conecta muito bem a ela, afinal, só transcende o tempo devido a ciência: a música e seu poder de cativar as pessoas.
O que foi essa canção da Lilian, hein? Uma bela peça tanto instrumental quanto vocal capaz de aguçar o interesse até mesmo de quem é cercado por música como somos hoje. Vou atrás de ouvir o trabalho dessa cantora, uma pena só que não tenha tido tempo de achar nada antes de escrever o artigo.
Aliás, foi principalmente por isso que ela foi inserida na história e se eu der mais detalhes vai ser spoiler, só o que posso garantir é que a utilidade dessa música não vai ser apenas dar motivação, apesar desse já ser um papel fundamental antes de uma guerra. Levantar a moral sempre é essencial!
Por fim, mal acabou a primeira temporada do anime e já anunciaram a segunda, o que dá uma aliviada no vacilo que é não concluir um arco narrativo de uma vez só e pode levar um fã mais atento a questionar, por que Dr. Stone vai ter segunda temporada mesmo com o mangá vendendo tão pouco?
Porque o anime foi um sucesso e isso independe das vendas do material original, é claro, só que se não houve boost o que leva a editora a seguir interessada na produção? Os ganhos com streaming, venda de produtos relacionados e a popularidade geral da obra.
Por exemplo, Black Clover teve um boost bom nos primeiros meses do anime e depois suas vendas se estabilizaram, mas como dá lucro ao estúdio e contribui para o “domínio” de popularidade da Jump mundo afora se mantém firme e forte, ao menos até alcançar o mangá de vez.
O estúdio de Dr. Stone não tem esse cacife todo para tornar a obra um anime infinito e nem faz muito sentido, adaptá-la em doses é o mais coerente nesse caso. Por exemplo, outro anime similar a Dr. Stone, Hataraku Saibou, já teve sua segunda temporada garantida.
Enfim, o que posso comentar mais sobre esse anime que bem conheço e considero pakas? Dr. Stone mexe com um tema muito legal de maneira positiva, você pode até achar ele inocente demais, mas a história é contada do ponto de vista de um genuíno cientista genial e aqueles que ele converte para a sua “fé” científica, então não dá para esperar muito além disso, né.
A forma como o roteiro e a direção fazem a sua parte alterna ótimos, bons e razoáveis momentos; às vezes repetitivos, às vezes revigorantes; como em quase todo anime bom que se preze. Nada inovador, mas autêntico a sua maneira e instigante também.
É mais um anime divertido que exatamente educativo, mas acho que assim fica mais fácil para o público “comprar” a ideia que tenta ser vendida. A ciência é divertida e enveredar por seu caminho não se resume apenas a decisões lógicas e mecânicas, pelo contrário, pois deixar sua vida ser guiada pela ciência pode render as mais variadas emoções.
Você está a fim de continuar sentindo essas emoções, e agora em clima de guerra? Se a resposta for sim, nos vemos na segunda temporada!
Prepare-se para a Stone Wars!