Uchi Tama – Os animais estão monopolizando a fofura – Primeiras impressões
Gente o que foi esse anime? Fiquei com vontade de ter todos os pets só para mim. Demorei para ver essa estreia, mas felizmente não a deixei passar, porque conseguir se destacar no quesito “moe” numa temporada onde se tem Nekopara e Koisuru Asteroid, não é pra qualquer um.
A obra tem outras animações que lhe antecedem, mas todas são originais. As primeiras contam como é o cotidiano desses bichinhos, se utilizando apenas de sua forma animal, enquanto essa nova, joga com a ideia de mostrar uma forma secundária e meio humana.
Entendam, não é que eles se transformem nem nada do tipo, mas a staff joga com uma ideia bem interessante na qual eles se enxergam de outro modo. Ainda que pareça estranho, o que torna essa intenção mais atrativa e fácil de comprar, é que todos eles mantém os seus hábitos e manias, independente de qual forma assumam na cena.
Essa dualidade abre espaço para que se criem uma gama maior de situações e que funcionam muito bem, mesmo com a troca constante das aparências. Admito que de começo fiquei um pouco agoniado com o truque, mas passados alguns minutos a transição fica bem harmônica, por conta da eficiência no ritmo das historinhas – que se dividem em esquetes de duração variada.
Quanto aos personagens, a primeira coisa que gostei é a interação entre cães e gatos sem o clichê da rivalidade, que algumas vezes funciona e outras não – o que não daria certo aqui. Cada um deles é fofo e divertido ao seu modo, sem testar a paciência e inteligência do espectador, com suas peculiaridades.
Tama, o protagonista aparente do grupo, é aquele tipo personagem curioso que movimenta toda a história em função de suas ações – sempre junto do seu fiel escudeiro Pochi. Apesar de ser desse jeito, ele é um agitado saudável e carismático que conquista fácil. Também ficou meio subentendido que ele deseja reencontrar sua mãe perdida, então vejamos como isso se desenvolve.
Os demais bichos partilham das características comuns que sempre aparecem, indo do preguiçoso, passando pela idol e chegando ao valentão, que por sinal foi uma das pérolas dessa estreia.
Bull é o metido a valentão que de imponente tem é nada, ele apenas parece usar sua aparência para se impor e não ser gozado pelos demais. Me pergunto se a história pretende explorar algum problema vivido por ele em função disso, ou se essa bipolaridade é só uma ferramenta cômica.
Outro que gostei bastante foi o Nora, que apesar de ter um jeito mais quieto e reservado, sendo o lobo gato solitário, ele tem consideração aos amigos menores e mais inocentes. Assim como os outros dois, ele tem um mistério pessoal e que jogaram rapidamente para nos deixar curiosos, mas no caso dele já envolve uma humana – provavelmente sua dona.
No mais as esquetes foram bem legais de acompanhar e souberam explorar cada um dos personagens. Mesmo eles sendo vários, acredito que nenhum ficou com uma participação sem sentido ou desvalorizada, todo mundo teve seu momento.
Não tenho muito o que dizer da parte técnica, a não ser que tem uma trilha sonora adequada e uma boa animação. O design de cada animal está bem feitinho, sabendo aproveitar os detalhes do original nas formas humanas, deixando a caracterização mais legal ainda.
Uchi Tama para mim foi uma das agradáveis surpresas da temporada, enquanto um amante incorrigível do slice of life e das comédias levinhas. Não posso dizer que essa será a revelação da temporada e nem que ira figurar entre os mais populares, mas se quiserem uma indicação boa para relaxar e deixar para trás todos os carregos do dia, esse é o anime perfeito para fazê-lo.