Infinite Dendrogram – ep 2 – A primeira morte a gente nunca esquece
Sim, o anime de Dendro não deve ser grande coisa, então por que estou aqui? Tenho a suspeita de que algo grande vai acontecer na história e quero comentar isso no anime. Sou corajoso, eu sei. É hora de Dendro no Anime21!
Em Dendro o tempo se resume ao triplo do mundo real, e é assim também para a velocidade de crescimento de um jogador? Digo, nem a velocidade de crescimento em si, mas o quão rápido um jogador consegue sair da estaca zero e encontrar um meio de vida. Um ótimo, por sinal.
Ray já chegou ao jogo mostrando que não seria apenas um novato comum e ter feito justamente um contatinho que mais se adequava a sua vocação foi a maior demonstração disso. Nada surpreendente para o protagonista da p*rra toda. Mas sabe uma coisa legal disso, talvez a única?
A reunião de jogadores de outra nação (era o caso naquela introdução visualmente bem boba) e a clara interferência do irmão ursão de Ray em seus planos denotam que em Dendro os jogadores têm poder ativo em como a política define o mundo. Não à toa a participação deles meio que decide a guerra, né.
Esse “detalhe” me anima com Dendro, porque faz parecer que o jogo é mais uma soma de ações diversas, quase todas imprevistas a quem administra a parada, que um simples jogo cheio de NPCs irrelevantes, eventos geridos pela “máquina” e uma estabilidade que com o tempo entenderia a muitos.
O mundo de Dendro está em constante mudança e grande parcela disso é de responsabilidade dos jogadores. Foi à toa que os jogadores rankeados sumiram em quantidade para dar a Ray uma chance de upar sem tanta competição e subir nos rankings mais fácil? Não, não foi. Ele é o protagonista, vai receber todas as facilidades possíveis. E está recebendo.
Inclusive, meu maior incômodo quanto a essa primeira parte do episódio vem disso, dessa conveniência toda, a qual nem combina com a ideia de que não tem um mastermind mexendo os pauzinhos para tal jogador fazer tal coisa. Menos mal que ele morre. Ao menos nisso o anime tinha que ser um pouco realista, né.
Antes disso, ele e Nemesis conhecem Rook e Babylon, duplinha que deve aparecer recorrentemente no anime. Só me pergunto porque ela é uma succubus, será que é porque no fundo o Rook é um tremendo tarado? Será que no fundo Ray tem fetiche por hentai de empregada? Não sei e com certeza o anime não deve explicar isso.
O que importa é que Ray morreu, mas sequer deu para sentir sua frustração ao retornar abruptamente ao mundo real. Por quê? Porque a direção do anime é ruim. Corta o desenvolvimento em momentos chave para que a narrativa cresça na mente e no coração do público. Deu dois episódios e você conseguiu se apegar aos personagens? Eu não.
Estou aqui mais porque gostava dos personagens na novel e a Nemesis é uma fofa, mas mesmo que eu gostar dela no anime seja uma das concessões arbitrárias do moe que um otaku faz, sou obrigado a admitir que sua participação até aqui pouco ou nada me cativou, o que é uma pena. Na novel a Nemesis me ganhou rapidinho.
Enfim, sabe o que essa direção meia boca (tão ruim quanto ou talvez até pior que a animação medíocre de Dendro) poderia fazer para o anime ficar melhor? Forçar um cliffhanger no final do primeiro episódio, jogar a introdução da Nemesis para o segundo e no segundo fazer o mesmo com a introdução do Figaro, deixando dúbia a impressão de ele ser inimigo ou não.
Isso com certeza mexeria com a estrutura de adaptação; provavelmente faria um volume ser adaptado em quatro e não três episódios, como vai ser o caso do primeiro; mas daria mais tempo para que a frustração do Ray fosse explorada, para que a intimidade dele e de sua Embryo fosse trabalhada, para que até mesmo o “tutorial” dado pelo irmão urso parecesse mais natural. Não pareceu, foi muita informação comprimida em pouco tempo.
Por fim, o episódio acaba sem graça, ainda que menos pior do que começou. Não me diverti com o medo bobo da Nemesis, porque antes disso ela no máximo teve um ou outro momento de fofura. Personalidade que é bom nada. Nada que a distinguisse de uma personagem feminina fofa e genérica que existe apenas para apoiar um ikemen, o protagonista. Se não rolar nada que “estremeça” esse mundo o anime deve ser um porre.
A existência de um PK (Player Killer = Assassino de Jogadores) que marcou o protagonista e a própria confabulação de jogadores de um território inimigo (que provavelmente tem relação com o PK) dão o mínimo de esperança ao público de que a coisa pode melhorar, tem caminho para isso. Mas se ficar só no Ray upando e a Nemesis soltando frases feitas… É sério, ainda tenho muito medo de que fique só nisso.
Até a próxima!