Sendo literalmente a última estreia a ser lançada, essa obra era a outra que estava sob o estigma de ser uma das poucas com os menosprezados idols masculinos – ao menos por essas bandas -, pois essa impressão não poderia estar mais errada.

A3! Spring & Summer, lida com o universo da atuação, as trupes e seus artistas únicos, todos dividindo os mesmos holofotes na cidade de Veludo. Trazendo histórias de superação e crescimento pessoal, o anime tem a difícil missão de representar bem esse gênero dos bishounen, será que teremos aqui mais um dos poucos candidatos dignos?

Veludo vive pelo teatro e suas ruas e prédios são repletos de histórias, dramas, sonhos e conquistas. A aura da cidade é bem interessante porque transmite algo mais interiorano, um clima próprio de lugares não muito grandes e que passam longe de uma Tóquio da vida – a arquitetura de baixo gabarito e fachadas simples é um elemento clássico para ajudar nessa definição.

Aqui qualquer canto se faz arte e o anime já nos mostra isso cedo, através de seus moradores e estudantes. Somado esse aspecto, a ideia de que a cidade realmente funciona em torno da atuação, o lugar criou um efeito único que foi me tragando na história conforme ela caminhava.

Apesar de haverem várias outras, o foco aqui é a trupe Mankai. Em seu auge essa se dividia em sub trupes estações – as que inclusive dão nome ao anime – e como já deu pra entender, as da Primavera e Verão novas, serão as primeiras a conquistarem novamente o seu lugar ao sol.

Pertencente a ela, Sakuya é o protagonista sonhador que ama ser ator e não se vê fora de um palco, embora não tenha lá experiência. Ele é o tipo carismático que já se identifica como o coração da história por seus discursos e ações, fora a protagonista feminina.

Essa por sinal é a Izumi, filha de um conhecido ator da região que desapareceu misteriosamente. A ela agora cabe a missão de salvar o Mankai e particularmente acredito que ela tem as características para tornar esse objetivo possível e a experiência de ver esse processo ainda mais divertida.

A garota não foge de desafios, é intuitiva e tem chance de ser aquela boa protagonista feminina de harém que sempre pedimos a cada anime que surge, uma que age, que move a história em várias direções e além – gostei mesmo dela e torço para que minhas expectativas não sejam traídas.

Vendo a necessidade de todo o grupo ela se move e se envolve na batalha para salvar o teatro, angariando o que precisa. O Tsuzuru é recrutado de uma forma bem simples e até orgânica, mas o Masumi galã de novela, foi um destaque. Acredito que ele será um dos alívios cômicos pela sua personalidade “amorosa” e anti homens.

O episódio explora também, parte do passado da Izumi e do proprietário do teatro, já que ela foi uma atriz mirim e deixou a carreira, enquanto ele tem conhecimento da área e parece ter uma forte conexão com o pai dela. Pela aspereza com que trata do assunto, me intriga a possibilidade de ele ter sido um ator, junto ao Tachibana pai e um eventual desistente traumatizado.

Enfim, ele estabelece suas três condições e ela acaba encarando o papel de líder, mesmo reticente quanto a sua habilidade para tal. A corda continua no pescoço deles, mas ao menos existe uma possibilidade de vitória nas mãos da moça e seu time de jovens bonitos.

Esse foi um anime que me interessa continuar vendo pela proposta incomum e que não parece ter foco algum no romance, o que é comum para outros com estilo similar. Penso que o enredo tem um bom potencial em mãos e protagonistas com boas histórias e que podem render se bem trabalhadas – até porque a segunda parte com a outra metade dos grupos já está programada.

Tecnicamente o anime me causou surpresa, já que eu estava esperando bem mais do que vi, considerando que esse é um trabalho conjunto de dois estúdios bem sólidos, o PA Works – um dos reis absolutos do gênero slice – e o 3Hz, que constantemente executa bons trabalhos. No geral ficou tudo muito ok e nada detalhado ou que sobressaísse em qualquer sentido, torço por uma melhora nesse aspecto.

 

Concluo essa impressão com um saldo positivo e curioso para ver o que farão com essa “peça” diferente.

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