E não é que a justificativa para o beijo roubado até que foi boa? Aliás, há um detalhe que talvez complemente a explicação dada no anime e comentarei isso no artigo de mais um excelente, creio que o melhor até aqui, episódio do anime. É hora de ID:Invaded no Anime21!

A justificativa pensada para o Haruka ter beijado a Handomachi foi boa, pois o raciocínio da garota foi preenchendo as lacunas da história com coerência e perspicácia, apesar de que chegar as suposições que ela chegou não me pareceu tão difícil, ainda mais por se tratar de uma vítima de assassino em série que sobreviveu com uma sequela física, a qual quase que certamente influenciou em sua desordem mental.

É isso o que espero de uma policial que trabalha nessa divisão, ainda mais porque ela quem esteve exposta ao perigo. Só acho que ela deveria se preservar mais e não sair correndo atrás de gente suspeita, mas isso sequer é um defeito do anime, no máximo uma característica de personalidade que já a prejudicou e pode prejudicar ainda mais no futuro. mas também a faz cavar seu destaque na trama.

Ela mostrou seu talento como policial, mas também seus defeitos, nada fora do comum. E isso foi até bem explorado pela direção, a qual mais uma vez foi criativa ao mudar o gatilho para a manifestação das partículas que eles usam para recriar o ID dos assassinos e não só isso, afinal, não é sempre que o Sakaidou resolve o caso com tanta agilidade.

Como o suspeito já era conhecido, tratou-se apenas de uma busca de informações que o ligassem aos crimes. Eu só não engoli tão bem a equipe ter caído na armadilha deixada pelo assassino, sei que era difícil de evitar se a ideia era investigar e assegurar a sobrevivência de uma possível vítima, mas, ainda assim, cautela nunca é demais ao se lidar com a mente perversa e meticulosa de um assassino em série, né.

Enfim, eu achei a “figura de linguagem” do vento passando pelo buraco bem bizarra, porque vem de um assassino e se refere a outro, mas dá a entender que a do outro é pior quando, sinceramente, não é difícil jogar os dois no mesmo saco. E jogar o saco fora.

Inclusive, ao menos em parte a culpa é do cara que perfurava cabeças, porque sem esse incidente mesmo se a vítima ainda tivesse se tornado o assassino em série que se tornou a tendência é de que seria mais fácil detectar suas partículas de intenção assassina e assim capturá-la.

Deixando um pouco o mundo real de lado, o mergulho do Sakaidou dessa vez foi literal e mais uma vez abordou um caso de forma bem particular, pois ao mesmo tempo em que ele rapidamente ligou os pontos, foram os detalhes que se apresentavam as pistas definitivas que apontavam para o Haruka, e ainda teve a aparição do John Walker (até agora mais uma incógnita que pista para alguma coisa).

Assim a dinâmica dentro do ID do assassino fluiu com certa rapidez e pôde ser gasto mais tempo com o que mais atraia a atenção nesse episódio, a investigação de campo, o destrinchamento do caso do escavador. Aliás, a associação entre a morte o sentimento de amor e a forma violenta como ele expressava esse sentimento, como ele buscava alcançar alguém, foi outra bola dentro da Handomachi.

Ela arrasou o episódio inteiro, deu até para relevar sua coragem um tanto impensada, e se formos pensar bem, quem não arrisca não petisca, né. Uma policial sem atitude teria dificuldades em provar seu valor e assim se destacar no ofício. Sua presença de espírito e inteligência para extrair e analisar informações, chegando a conclusões coerentes, provou que não foi perda de tempo dar a ela todo esse espaço na trama.

Dessa vez o Sakaidou foi quase que um personagem secundário e a revelação da complexa relação entre o assassino e sua musa inspiradora, sua cúmplice, não me fez sentir falta de mais desenvolvimento do personagem principal, até porque o caso só vai ser resolvido no próximo episódio, então nada impede que mais uma vez se dialogue com as experiências do “herói”. O que não acho necessário, não deve fazer falta.

Curti como um caso puxou o outro sem usar de forma apelativa a máxima do criminoso sempre voltar a cena do crime (ainda que nesse caso o criminoso nem tenha sido ele) ou deixar de lado o raciocínio de que sua experiência violenta nas mãos de um assassino em série contribuiu para que ele tivesse se tornado um, pois, ainda que, repito, não tenha sido um fator decisivo, certamente o ajudou a passar ileso até então.

Inclusive, outra explicação possível para o beijo roubado é a experiência que ambos compartilham. Eles foram vítimas do mesmo algoz e têm a mesma sequela física. Isso significa que a Handomachi pode se tornar uma assassina no futuro? Calma, também não é assim, a cabeça dela não parece ter sido afetada, mas é de conhecimento geral que essas vítimas carecem de atenção psicológica adequada. Será que ele teve?

Por fim, o que esperar de uma apreciadora de snuff? Sanidade? Normalidade? Não, então entendo a relação platônica doentia da moça com o Haruka. O anime deve ir a fundo nela próximo episódio e mal posso esperar pelas reviravoltas com as quais a sagaz Handomachi (usar o beijo que realmente aconteceu para desestabilizar a suspeita foi sensacional) terá que lidar a fim de prender os criminosos.

Haruka pode ter matado por amor, mas foi a Inami quem o levou a isso, que sabia e o incentivou. Não por acaso, ela se alterou quando exaltou a fofura da Handomachi. Não é todo dia que ela deve conhecer uma garota com esse tipo peculiar de machucado, né? E foi justamente nesses pequenos detalhes que ela se entregou, após um teatrinho pouco criativo e ainda menos convincente.

ID:Invaded se virou bem nesse episódio ao tornar o caso mais instigante que o protagonista, fazer conexões razoáveis entre as situações e experiências de seus personagens e usar de uma boa dose de criatividade para não repetir fórmulas batidas. Dado o que foram os últimos episódios o frescor que essas decisões da produção deram a trama garantem a continuidade da qualidade do anime. Irado, não?

Handomachi é best girl!

Até a próxima!

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