Não dizem que você mal vê o tempo passar quando está se divertindo? Pois foi exatamente isso que rolou comigo ao assistir o quarto episódio de Darwin’s Game.

Aceitando, é claro, as conveniências de forma da obra, mas sem perder de vista o que é mais importante nesse tipo de história, divertimento com desenvolvimento.

Aqui é possível conciliar ambos e acho que esse episódio foi uma prova disso. Inclusive, mudei definitivamente de opinião sobre o que esperar do anime. Sem mais delongas, é hora de Darwin’s Game no Anime21!

A loli tem um poder apelão que condiz com seu estilo de agir e forma de encarar o mundo. De tal forma, fiquei satisfeito com o modo como a habilidade dela foi explicada e até mesmo como ela a usa.

Além disso, ela é bastante inteligente, chamou a atenção do Florista e lidou com os obstáculos da melhor maneira possível dado o que tinha a sua disposição, um poder roubado e uma entrega melhor que a da Amazon.

Rein é o Demônio de Laplace encarnado no corpo de uma garotinha capaz de tanto reunir, analisar e redistribuir informação da maneira que melhor lhe convém, quanto botar a mão na massa se for preciso.

Não esperava que ela fosse se mostrar tão ativa, não após ter visto ela não fazer quase nada de caráter físico por três episódios. Rein foi uma ótima adição a party do protagonista. Nem senti falta da Shuka, você sentiu?

Aliás, a cooperação dos dois de uma vez por todas sacramentou qual deve ser o modus operandi do protagonista nessa jornada. E não é ser bonzinho, não se você seguir meu raciocínio…

Kaname entrou no jogo sem querer e acolheu o desejo do amigo de que sobrevivesse, mas sobreviver necessariamente implica em tirar a vida do próximo, ainda mais quando se está ciente de suas limitações?

Não é mais proveitoso avaliar caso a caso e se aproveitar da força, assim como da fraqueza, do outro em benefício próprio? O que matar por matar agregaria a experiência dele ao jogar o Darwin’s Game?

E nem acho que ele deveria evitar matar, é só que isso pode, e eu acho que deve, acontecer, mas não é preciso que seja logo ou frequente. Sobreviver diz respeito a não perecer e ele está se saindo bem como está.

Por exemplo, sem a ajuda da Rein dificilmente ele teria descido até o primeiro andar em segurança. Sem a ajuda da Shuka não teria se safado no segundo episódio. Sem a aliança formada sobreviveria ao próximo? Será?

É essa a força do Kaname, ele não é bonzinho para poupar uma vida porque é o certo a se fazer, ele faz isso porque não ganha nada com a morte dos outros. Aliás, tem é ganhado com suas vidas.

Somemos toda essa consistência narrativa a uma ação bem cadenciada, uma trilha sonora precisa e um desenrolar interessante e temos o episódio mais empolgante que o anime teve até então.

Assim como a Rein surpreendeu com sua “força”, foi bacana ver o Florista criando uma armadura de plantas e partindo para o ataque. Os personagens não estão engessados na descrição mais básica de seus perfis.

Esse é o mínimo de criatividade que eu espero para tornar o show atraente perante os olhos do público. Não teria tido graça se o Kaname tivesse vencido com facilidade ou a luta fosse a distância, né?

E nem teria sido comum a falta de um momento de “protagonismo”. Menos mal que o privilégio do protagonista foi útil para explorar um pouco mais o âmago da habilidade do garoto e até mesmo quem ele é.

Kaname tem “alma” de Ferreiro e se pensarmos em sua habilidade, não parece condizente que assim o seja? Ele literalmente forja do nada as armas que já viu (ou viu e tocou), então seu delírio fez todo o sentido.

Foi conveniente, mas sejamos honestos, isso e coisas como a Rein desviar de balas praticamente a queima roupa ou o Kaname não ter sofrido uma hemorragia interna devido aos golpes que recebeu dá para relevar.

Ainda mais quando o resto é bom, diverte e é narrativamente consistente. Não esperava genialidade em primeiro lugar, mas também não desejava um serviço mal-feito e o saldo afinal acabou sendo bastante positivo.

O desfecho resultou em uma vitória de anexação do derrotado (Cavaleiro) aos vitoriosos (Laplace e Ferreiro), não fosse o cerne dessa aliança bem mais democrático do que apenas uma ordem.

Ao menos nesse primeiro momento contar com a colaboração de um personagem já “testado” me agradou, pois ele tanto tem passado, quanto atributos úteis; o mínimo de “profundidade” para interessar o público.

Já a Shuka continua tendo o passado desconhecido devido a uma escolha narrativa ante a qual sou indiferente. Não é como se saber o que rolou com ela necessariamente justificasse sua personalidade clichê e chatinha.

Mas não posso negar que torço para que ela reencontre o Kaname e ajude na aguardada luta de clãs. Toda ajuda vai ser pouco para esse que promete ser um embate ainda melhor entre jogadores do Darwin’s Game.

Por fim, se você superou a barreira dos três primeiros episódios aposto que após esse quarto não se arrepende. Espero só que a coisa não desembeste como o Kaname desembestou a atirar no adversário.

Aliás, ele parece ter evoluído, ou ao menos ter se dado conta de como pode usar melhor seu poder, o que não deixa de ser um avanço. Vamos ver o que mais evolui nesse anime de vida, morte ou aliança pela sobrevivência.

Até a próxima!

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