Temos uma breve calmaria para Rin e Manji, que após protagonizarem os últimos eventos, se hospedam na casa do Mestre Sori, o espião do governo e artista de coração. Mas o central desse episódio é a história da família de Habaki!

Condenado à morte por seu fracasso retumbante, Habaki, agora desprovido de qualquer poder ou influência, usa como cartada final uma última súplica, a qual é concedida pelo poder monárquico, ganhando assim um mês de prazo para acertar a sua vida e, com honra e dignidade, retirar a própria vida. Ele foi um funcionário renomado, por isso possui alguns méritos de carreira que justificam essa colher de chá.

 

 

Agora com um prazo de validade sobre si, Habaki retoma sua última obsessão, aniquilar a Itto-Ryu, custe o que custar. É uma paranoia um tanto desmedida, já que a Itto-Ryu não fez realmente nada em relação a ele que justifique tamanha sede de sangue. Mas podemos interpretar duas motivações centrais. Primeiramente, a sua honra como funcionário e guerreiro shogunal, que permeia a sua obrigação em terminar o serviço que começou. E em segundo lugar, a sua discordância, que beira o ódio e o desprezo, pelo estilo de luta e filosofias que revestem a escola de Anotsu e seus companheiros.

Dentro desse vespeiro, Habaki convoca, novamente e com sua última gota de influência, criminosos que estão no corredor da morte. O nome do bando que comanda se chama Rokki-Dan. Eles efetivam um rastreio frenético em busca de pistas e do paradeiro dos membros da Itto-Ryu, sequestrando parentes próximos ou pessoas que sabem estar relacionadas ao bando, mesmo que indiretamente.

 

 

Por outro lado, temos Anotsu, que lentamente monta o tabuleiro para o seu plano de revanche contra o governo. Ele aceita a entrada no bando de samurais que admiram o estilo e a filosofia desta escola desvirtuada de espadachins, e também, por sua vez, reúne informações sobre os seus perseguidores. Cria armadilhas e desvios, assim como já havia feito em relação a Mugai-Ryu, e embosca Habaki e seus seguidores condenados.

Também é importante atentar para um novo personagem político que dá as caras, e tenta também dar as cartas, ao controlar Habaki e Anotsu. Hanabusa, um homem ardiloso que assumiu o antigo cargo de Habaki, tenta convencer Anotsu a deixar Edo, a se exilar, pelo seu próprio bem, caso contrário, um conflito direto contra o exército do xogunato seria inevitável. Anotsu acaba por aceitar a proposta, e organiza a retirada, simulada, ou não, de suas forças de Edo.

 

 

Habaki, acuado e com a família feita de refém, como uma covarde estratégia posta em prática por Hanabusa, se encontra entre a panela e o fogo. Sua morte é certa, mas Hanabusa o pressiona a abandonar completamente a sua ambição, se despir do último poder que lhe resta, ou seja, liberar os Rokki-Dan, o que os levaria de volta ao corredor da morte, e esperar sentado até o momento em que sua adaga cerimonial dilacere seu próprio abdômen, e assim sua dívida seja paga.

Habaki está em um impasse, em uma estrada sem saída. É tocante a cena onde sua esposa, ciente da situação, e de que está atrapalhando o seu marido, sentindo o peso e a desonra consumirem a sua dignidade escolhe junto ao filho, auxiliar o homem que tanto amam e ao qual são profundamente devotos. O suicídio de ambos é emblemático, é fatídico, é trágico. Habaki é libertado para seguir a sua ambição final, mas ao mesmo tempo é obrigado a presenciar tudo aquilo que lhe é mais importante e caro em sua vida, ruir. Seu erro propaga as consequências até o último limite, Habaki não tem mais nada a perder, ou quase nada, pois ainda lhe sobre a sua filha bastarda, Ryo, que representa o único fio de esperança de que exista futuro para o seu nome e sua linhagem.

 

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