A conversa do início desse episódio não me animou muito quanto ao que o anime podia apresentar, mas a sequência da luta, seu final e, principalmente, o aparecimento da jogadora de melhor ranking, Liu Xuelan, proporcionaram talvez o melhor episódio da série até aqui. É hora de Darwin’s Game no Anime21!

Gosto de animes que se viram como dá, que mesmo com um aparente baixo/médio orçamento entregam o suficiente para entreter e até mesmo instigar seu público.

Darwin’s faz muito bem isso com cortes de ação rápidos, mas potencializados por uma trilha sonora certeira e um movimento de câmera que segue a ação.

Talvez isso só ocorra para mascarar a falta de grana para animar cenas fluídas e longas, mas funciona, já que a trama é urgente, as batalhas pipocam na tela e muitas vezes sequer são avisadas.

Dessa vez o terreno foi bem preparado e os detalhes necessários para contextualizar os acontecimentos estavam lá. Aliás, sempre estão, Darwin’s mantém o mínimo de coerência para dar solidez a história.

A luta do Kaname com o líder do clã parceiro acabou rápido, porque nunca fez sentido que se prolongasse mesmo. O Danjo só queria testar o protagonista, ver como ele se portaria em uma luta, se passaria confiança.

E o Kaname foi bem, treinou o corpo para aumentar sua força, resistência e reflexos, mas ainda estava longe de poder competir com um artista marcial de primeira categoria. Ele só poderia se esquivar e encurralar o Danjo, e até que isso ele fez bem.

Mas a luta acabou, a aliança se confirmou e ela deu lugar a um acontecimento bem mais relevante dentro da trama, a aparição de Liu Xuelan, melhor jogadora do game e cativa entre aqueles que observam tudo.

Suas intenções podem parecer forçadas já que ela só se tornou uma personagem com “rosto” nesse episódio, mas não se trata de nada disso, tudo o que ela usou para justificar suas ações faz certo sentido.

O Kaname já mostrou mesmo todas as qualidades de um sobrevivente, não só sobrevivente, de um vencedor, e a ideia de arrumar um parceiro a altura é comum no mundo animal. Humanos são animais, né.

A Liu Xuelan é uma assassina, pertence a um clã bem tradicional da China e tem por objetivo manter seu status, para isso nada mal selecionar um parceiro com qualidades similares as dela, né?

É uma espécie de seleção de melhores genes, e para manter esse tipo de linhagem é até comum priorizar outros interresses aos sentimentos, faz parte do jogo de poder e isso eu não estou aqui para julgar.

O que ela usou para justificar sua ofensiva bate, além de que não é impossível que ela tenha se interessado mesmo pelo Kaname, o achado atraente e mais fácil de manipular do que em tese seria um homem adulto.

É até mesmo clichê esse tipo de conduta por parte da Xuelan, mas da forma que foi feito funcionou bem, o Kaname fez jus a impressão dela, se impôs e pôde lidar com a situação ao se adaptar as circunstâncias.

Mais uma vez as qualidades do herói ficaram em evidência, mas não posso esquecer do papel que os outros Ravens desempenharam na luta (aliás, curti o nome do clã, ele só foi introduzido bem do nada).

É, foi graças principalmente ao comportamento quase yandere da Shuka, mas sem o trabalho em equipe a Xuelan não teria sido encurralada. E sim, destaco o espírito de luta e a força de combate da maluquinha.

Ela se sentiu ameaçada e agiu de acordo, o que fez sentido, pois parece que ganhou uma rival no amor. Repito, o motivo para a Xuelan se envolver com o Kaname é até bom. Não duvido se apaixonar mesmo.

Enfim, isso não é relevante, melhor comentar que as qualidades que vi na luta do Kaname com o Danjo se repetiram na perseguição a Xuelan e isso, somado a esperteza do Kaname ao propor o trato, foi ótimo.

A ação serviu bem ao propósito de mostrar o quanto esses personagens estão resolutos no que querem, principalmente o herói, a heroína e a desafiante (não duvido que no mangá evolua para um harém, hein…).

A Shuka nem piscou quando viu a morte de frente (aliás, que técnica apelona foi aquela, e nem é Sigil), a Xuelan provou porque está no topo e o Kaname interferiu o suficiente para conseguir o “empate”.

Porque no final foi isso que aconteceu. Uma parceria com a Xuelan pode ser boa, mas também é perigosa para o Sunset Ravens, já a assassina nâo sobrepujou o Kaname como gostaria, se manteve em igualdade.

Ambos os lados cederam em uma situação bem construída para chegar a tal ponto. Dessa forma, não tenho como não ter achado o episódio bem amarrado narrativamente falando.

Tecnicamente ele entregou o que prometia como podia, isso foi o suficente. Não foi brilhante, mas também não foi desprezível. Some isso ao fato novo que foi a Xuelan ter virado um “ativo” na trama e…

Temos um cenário ainda mais vantajoso desenhado para o Sunset Ravens. Contudo, a conexão formada também é perigosa e isso bastou para passar a ideia de que nem o talentoso Kaname vai sair por cima em todas aa situações.

Não duvido que a Xuelan acabe traindo, ou quase chegue a isso, o clã, mas também não duvido que ela feche com o grupo e acabe mesmo se apaixonado pelo colegial nascido para a guerra.

Duvido é que dê tempo de ver tudo isso ocorrendo no anime, o que é uma pena, pois ele está legal, segue com uma consistência que eu não esperava. Darwin’s Game não é nada inovador, mas não é trash também.

No próximo episódio um confronto de clãs deve ter início, o que deixa qualquer um com a impressão de que a inserção da Xuelan no grupo do protagonista caiu como uma luva…

Foi isso mesmo, o que não é um problema contanto que as coisas estejam no lugar. E elas estão, não à toa o anime deve acabar com o fim do Clã 8. Wang que se cuide, pois o Kaname está indo pegar você!

Até a próxima!

Te cuida Shuka, pois a beldade Liu Xuelan chegou chegando