Que episódio bacana! Ele amarrou algumas pontas, resolveu parte do problema com o passado do Richard e ainda entregou um desenvolvimento bem interessante dos protagonistas. Acho que todos os acontecimentos desse arco na Inglaterra, rumaram para mostrar a força da amizade que se construiu ao longo do tempo entre os dois e se alguém ainda tinha dúvidas dessa relação, elas acabaram aqui.

Primeiro eu queria destacar que fiquei num misto de surpresa e satisfação, ao ver como o Seigi cresceu, saindo de um bonzinho ingênuo e burro, para um bonzinho ingênuo e inteligente – pode parecer que não mudou muita coisa, mas para quem o acompanha com atenção desde o começo, faz muita diferença.

Só o fato de ele conseguir elaborar um plano – meio falho, mas ainda funcional – em fração de segundos entre uma descoberta e outra, já mostra as capacidades avançadas do moço. Aquele estudante do comecinho que mal enxergava um palmo a sua frente, está agora dominando a gemologia de forma tal, que graças a isso ele resolveu praticamente tudo o que lhe desafiou naquele momento.

As sequências iniciais já valeram a viagem por mostrarem o Richard fantasiado de senhora e furioso porque o Seigi foi até ele. Assim como o título oficial do episódio dizia, realmente o lápis lazuli foi de grande ajuda na orientação do rapaz, mas meio que não entendi a importância dada a essa pedra, visto que quem de fato roubou a cena foi o falso diamante/safira branca.

A história verdadeira por trás dos líderes Claremont é bem interessante, dando um foco necessário aos sentimentos do avô e seu filho deserdado. Acima da questão sobre os divisão da herança, essa descoberta teve um peso emocional maior para o trio Henry, Jeffrey e Richard.

Os três eram unidos e agora estavam num ciclo de caçada e desentendimentos entre si, onde a única coisa comum a eles era a motivação calcada no amor. Simpatizei bastante com o Henry, pois pensei se tratar de alguém ganacioso e até egoísta, mesmo passando por problemas.

Me enganei lindamente, vendo que não só era uma vítima, como ainda estava tentando salvar a alma das duas pessoas mais importantes para ele, diferente do irmão que só estava pensando no seu lado da família.

Falando ainda na herança, a solução para se chegar a pedra foi inesperada e digo até que confusa – mas engraçada por conta de uma única reação do Richard. O joalheiro foi afastado de sua namorada por conta da sua origem mista, mas que sentido fazia a família não aceitar uma mulher inglesa de descendência turca e aceitar um homem 100% japonês?

É bem verdade que não me pareceu ser um compromisso tão formal assim perante a lei – segundo a explicação do Jeffrey -, mas não deixa de ser uma aplicação nonsense em um testamento, considerando a ideia base da preservação pura da linhagem dos Claremont. Seja lá quais foram as cláusulas que deram nisso, só entendi que o velho tinha um outro plano de vingança para deixar a família sem nada, mas o tiro saiu pela culatra e essa brecha ficou em aberto, lascando seus netos.

Olhando o lado mais prático e curioso da coisa, a Inglaterra desse universo soa bem avançada e resolvida quanto a questão da união entre pessoas do mesmo sexo, seja lá por qual meio ela se fizer.

Achei engraçada a reação meio “Oi?” do Richard com a confusão feita pelo Seigi, já demonstrando claramente que não tem interesse romântico algum no amigo – sinto muito pelos que estavam criando expectativas. Apesar de nada nesse sentido ir para frente, a ideia de usar esse precedente para usar a família Claremont, foi uma jogada esperta do estudante – que surpreendeu e serviu ao propósito de acabar com os problemas entre os primos.

Infelizmente no meio de toda essa ganância, o avô e o pai do Richard se amavam e um tentava proteger ao outro da melhor forma que era possível, até que morressem sem revelar tal fato. Em compensação o gesto deles foi a peça que faltava – com uma mãozinha do Seigi também – para que o Richard conseguisse se libertar dessas amarras, junto com Henry e Jeffrey.

O diálogo final entre os dois protagonistas é bem bonito e ressalta mais uma vez a beleza da cumplicidade e lealdade entre os dois, que realmente se veem como irmãos, culminando na troca das jóias – que até teve um ar de bait, mas não passou disso.

O único elemento que ficou vago, foi o time skip dado nos minutos finais, já que o anime se encaminhava para continuar a saga com os dois temporariamente separados, até resolverem a partilha dos bens. Ela não só foi abrupta – sem dizer sequer quanto tempo se passou -, como ainda trouxe o Richard de volta do nada.

Como ainda temos dois episódios pendentes, não consigo imaginar o que farão com o que sobrou desse arco. O joalheiro não me parece ter fugido novamente, até porque a questão do “diamante” já tinha sido resolvida, segundo suas próprias palavras – e também temos os irmãos para ajudá-lo no que resta.

Ele deu sinais de que não voltaria tão cedo e que o processo não seria curto, então o que o Richard veio fazer no Japão? Seria um novo comando do Saul, ou um acordo feito com a sua família, visando acabar com a questão da herança?

Seja como for estou ansiosíssimo para as próximas e últimas semanas dessa saga brilhante. Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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