Richard voltou ao Japão e nesse retorno pudemos ver um pouco mais do seu passado, entender algumas das outras intrigas que rodavam na época e principalmente, ver como ele era sofrido mesmo com toda a riqueza que tinha, sendo sempre largado pelos adultos que deviam cuidar e lhe proteger.

Achei interessante como a obra amarrou as histórias de vida dos protagonistas, de forma tal que é quase uma destinação eles se encontrarem e ficarem amigos. Notei que esse caso se conecta e assemelha ao da estréia, sobre a avó do Seigi e o roubo da safira rosa “amaldiçoada”.

Curiosamente as duas “vítimas” de cada caso torciam para se libertar de seus destinos não muito bons e usaram jóias para esse fim, além de terem uma relação de gratidão para com suas respectivas ladras, independente de tudo.

Não obstante como consequência do furto, as outras duas carregaram grandes fardos pelo resto de sua vida, só conseguindo retornar as peças depois de muito tempo e dor, com uma recebendo seu perdão pós morte e a outra já estando velha e cansada.

Me chamou atenção nesse episódio, como a família do Richard consegue ser problemática em graus absurdos, mesmo nas mínimas situações. Acho que com todo o flashback da governanta Chieko, o que ficou claro é que ninguém pensou no garoto – e ainda é assim 20 anos depois -, ou ao menos quem diz pensar não parece ser muito certo da cabeça.

Penso que o individualismo acompanhado de alguma boa intenção, é uma característica comum que cerca a linha principal dos Claremont. Tirando os parentes gananciosos, entre a mãe, o pai, os irmãos e a empregada, todo mundo deu sua rasteira para dificultar a vida do joalheiro.

A Catherine – que é mãe, madrasta, ou sei lá o que – já começou me surpreendendo porque além de linda, me enganou quanto a sua personalidade. Jurava que ela não valia nada e no final, do seu jeito torto ela convenceu a Chieko a tentar salvar o menino com o roubo.

Ainda acho que ela foi a maior beneficiada com aquela separação, mas também não vi falsidade nas suas palavras, só vi uma mulher que na emoção agiu da forma menos pior, numa situação sem muito conserto – considerando que a governanta era o Plano B.

Falando nela, tinha alguma coisa estranha entre ela e o pai do Richard, pois a forma como se referiu ao conde deu a entender que ele a incomodava de algum modo. Aparentemente ele se mostrou gentil, mas para a mulher querer fugir e evitar ficar na mão dele, erro tem e não me parece ter a ver com a caça a herança.

No caso dela a situação é um pouco mais questionável, porque se ela não pretendia ficar com a família, não fazia sentido aceitar o plano da Catherine sem antes dar a ela essa ciência e pensar numa outra ideia.

É bem verdade que ela mostrou ter amor de sobra pelos meninos como um todo e eu consigo compreender a aflição dela, mas será que o medo do conde justificava o desaparecimento num momento daquele para o protagonista?

Enfim, achei legal que com essa bagunça toda o Seigi pode fazer algo a mais pelo amigo, promovendo o encontro entre o jovem mestre e a governanta, principalmente nessa nova fase em que ele enfrenta a perseguição dos Claremont de peito aberto e sem muitos aliados.

Um momento que me chocou bastante nessa hora foi o abraço, eu estava crente que o anime seguiria a linha padrão de cenas emocionantes, mas não. O mais engraçado é que se notarmos, nos dois últimos episódios o joalheiro tem sido bem mais expressivo e ativo com seus sentimentos – até gritando -, então já que ele está nessa avalanche constante de emoções, o esperado era um abraço mais dramático.

Contrariando as minhas expectativas, o Richard é tão chique que até na hora de pedir perdão e um abraço a aquela que mais se aproximou de ser sua verdadeira mãe, ele o faz de uma forma elegante e contida – ainda que não menos repleta de sentimentos.

O final me deixou curioso porque de fato parece deixar em standby as questões da nobre famíia britânica e pula para o Seigi, que deu o pontapé nessa jornada. Sinceramente não acredito que o dilema do loiro seria algo que resolveriam em um mísero episódio – muito menos nos primeiros volumes adaptados -, mas me espantei com aquele pai aos 45 do segundo tempo.

Pela cara de malandro, boa coisa não deve ser e juntando isso a reação do protagonista, acho que aquele velho safado veio para quebrar as pernas do rapaz. Tenho para mim que se não veio para extorquir na cara dura o que não é difícil, sua aparição repentina pode estar associada a família inglesa do mal – que também está vigiando o Seigi.

Bom, vejamos o que o grand finale dessa jóia de anime – olha o trocadilho – nos reserva. Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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