Simplesmente fofo e tocante, essa é minha única forma de descrever esse episódio que foi praticamente dedicado a maravilhosa Anne Shelley. Apresentando uma história bem interessante e redondinha sobre o passado da empregada e sua jovem patroa, o anime não só faz bonito e agrada, como parece ter reencontrado o seu trilho central nessa etapa final.

Desde o começo eu achei a Anne bacana, com potencial para ser uma boa parceira da Catarina e gostaria de fato que ela fosse explorada como merecia, mesmo que não fosse um dos elementos chaves dessa comédia romântica. Felizmente parece que meu pensamento positivo chegou lá e a moça assim conseguiu brilhar – em compensação errei meu palpite sobre o Alan ter destaque.

Por um instante, quando o episódio começou a narração daquilo que já sabíamos, fiquei um pouco preocupado com o conteúdo que viria na sequência. Embora estivessem focando naquela bagunça “romântica” sob os olhos da empregada, a chance de acabar tudo no mais do mesmo era alta, ainda mais considerando a originalidade recente nos últimos roteiros – o que não foi exatamente ruim, mas não agregou como poderia.

Catarina é uma porta cercada por apaixonados e isso é incontestável para qualquer ser humano normal. A Anne além de fazer essa observação, ainda a repete várias vezes, justamente para dar ênfase ao quanto ela é lerda e eu achei essa piada ótima – principalmente pelos comentários e as expressões dela sobre cada um.

O fato de ser ela ser tão detalhista e atenta ao que acontece a sua senhora, demonstram mais do que a lealdade de um servo e é isso que entendemos melhor aqui. A protagonista sempre deixou claro o seu vínculo com ela, porém nunca ficou claro como a outra a enxergava, ou sequer como construíram essa parceria.

Para minha surpresa – que pensava nela apenas como uma funcionária que se apegou muito a sua patroa -, assim como todos os outros a Anne foi uma vida transformada pela natureza bondosa da nova Catarina, uma vida cheia de dificuldades, amarguras e marcada por um passado bem infeliz para alguém tão nova.

Como filha de um relacionamento controverso entre um nobre e sua serviçal, ela nunca recebeu o amor que desejava do seu pai e enfrentou cedo a monstruosidade dele. Confesso que deu um aperto no coração ver as cenas em que ela era maltratada e como foi abraçada depois pela pequena ex-vilã.

Normalmente tem aqueles que usam sua tragédia como combustível para se superarem e passarem por cima das humilhações, porém alguns traumas apenas endurecem quem os vive. Em meio ao que passou ela assumiu uma personalidade subserviente e seca, que apenas lhe permitia agir como um robô programado para obedecer e ser útil como a ferramenta que nunca foi.

A Anne se sentia miserável e indigna de ser feliz ou realizar sonhos, sendo a alegria da protagonista a responsável por lhe abrir as portas de novo. Diferente de seu pai que só apontava falhas, a família Claes e principalmente a Catarina, enxergava a preciosidade da empregada, valorizava cada pequeno gesto de esforço dela. Ver a importância que tinha daquela simples menina, fez ela perceber que tinha direito ao final feliz e que não um objeto mas um ser humano que merecia tanto respeito quanto o homem que transformou sua vida num inferno.

A alegria da protagonista lhe abriu e as portas e agora ela é mais uma que a ama, porém esse é um amor incondicional, praticamente um amor de mãe, que protege seu bem mais precioso com unhas e dentes. Não posso dizer que torço para ela porque enfim, assim como coloquei, o sentimento da Anne é algo muito puro para colocar no mesmo patamar dos outros.

Por sinal que Mary é aquela? Eu ri com as declarações dela sobre o que não fazer com um namorado. Por outro lado achei curiosa a forma aberta como ela encarou o momento de confissão na festa do pijama, a naturalidade dela ao colocar na mesa como se sentia e suas escolhas, mesmo entre as outras – o que só confirma que ela é bem resolvida e segura no assunto feminino.

Os demais tiveram alguns bons momentos, mas deles o melhor certamente ficou para o final, com todos comprando os mesmos presentes e sendo “enganados” pela Catarina. A expressão de choque do trio obsessivo Mary/Keith/Geordo me representou, até porque inicialmente eu fiquei com a sensação de o Geordo talvez fosse cair na armadilha de alguma daquelas vilãzinhas que ficam em cima da Maria – já indicando os flags da destruição.

Falando em flag, finalmente parece que alguma ameaça real se aproxima e como era de se prever as nojentinhas que falei já marcaram presença, mas não fez muito sentido o argumento que elas usaram para pegar a Catarina. Será que elas montaram alguma arapuca para pegar a inocente? Enfim aguardemos o próximo capítulo para saber.

Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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