Com tanta gente morta e um ponto comum chamado Shigemaru Kambe, é natural que os ânimos estivessem bagunçados na resolução desse caso, mas entre mocinhos puros, malandros ou vingativos, todos não são heróis que querem uma única justiça?

Uma vez entendendo o que cerca esse mistério, Daisuke abre mão do seu parceiro em nome da sua própria honra e vingança contra o pai. O outro por sua vez não sabe de onde partir e não tem a quem recorrer, então que tal aumentar a carga em cima dele para ver se a ajuda divina vem?

O Katou sempre teve seus problemas internos e algumas chatices pessoais, mas acima disso ele sempre foi humano em tudo o que fez, não só no sentido de falhar e reconhecer, como também no de sentir pelas pessoas, “empatizar” e se colocar no lugar delas qualquer que fosse a situação.

Sendo o seu oposto, o Hoshino sempre foi um cara estúpido, sem noção e arrogante, cuja petulância nunca foi digna do posto que ocupa. Sua implicância com o colega nunca fez muito sentido e a forma como ele sempre buscou manter viva essa desavença, não passava de um momento chato que precisava protagonizar a cada cena que aparecia.

Enquanto para ele que era próximo, as últimas ocorrências pareciam não ter incomodado, ter perdido dois dos seus mais importantes companheiros tinha um peso enorme para o protagonista fora a desistência do Daisuke, no que achei curioso esse infortúnio precisar acontecer e causar assim a mudança do policial de elite – como também da Crimes Modernos e até do próprio Katou em relação a seu trauma.

A parte em que o Hoshino interroga o Haru já estava me dando nos nervos, encheção de saco dele, no que fiquei aliviado que o detetive estava encarando ele de frente ao mesmo tempo em que estava mais concentrado no problema que tinha em mãos, do que na idiotice dele.

Se ele estava fazendo mais cagadas, a Crimes Modernos se superou e me surpreendeu por mostrar pela primeira vez uma capacidade profissional, cooperativa e funcional – gente, porque essa atitude não veio antes! Cada um ao seu modo trabalhou duro, mostrando assim que eles não se tornaram detetives a toa, só precisando de um bom empurrão para pegar no tranco – sem dúvidas a parte mais cômica do episódio, por conta das soluções malucas que eles inventavam.

Outra coisa que gostei bastante foi o fato do anime encontrar um tempinho para calar a minha boca e satisfazer a dúvida que tinha sobre o assassinato dos dois policiais pelo Shigemaru Kambe. Eu questionei as capacidades físicas deles, por considerar que eles estavam tentando revelar o bandido, mas claro, saindo vivos se possível.

Por mais que houvesse neles a vontade de saírem ilesos, o plano do Cho foi pensado para que o vilão pudesse ser detectado mais tarde ou seja, uma aproximação era necessária e sem uma defesa, a morte era óbvia – e como eu imaginei o dado era mesmo um objeto útil a investigação, já o broche apenas um símbolo.

E depois de gastar a paciência de todos agindo como um idiota, o Hoshino recebeu o elemento que faltava para se curvar a sua própria ignorância. Reconhecendo no Haru o verdadeiro herói que ele sempre foi, assim como o chefe Takei já via – e não sabíamos até esse último flashback póstumo – ele se desarmou contra o colega e optou pela mudança. Digo de verdade, como foi bom ver ele deixar de ser insuportável, não podia ter sido assim desde a estreia?

Equipe completa e unida, o protagonista conseguiu avançar até o assassino, como o Kambe e a Suzue também fizeram, só que de forma mais rica, claro. Achei o máximo aquele uniforme preto em spray, agora tenho uma leve curiosidade sobre os efeitos adicionais daquilo.

Enquanto “vestia” a peça, o milionário estava porradeiro e cheio de destreza, porém ao ter sua roupa desativada, recebeu um nerf pesado e levou uma bela surra do guarda costas bandido. Ela dá algum tipo de poder de luta adicional? Se é isso eu não sei, mas que é uma conveniência de roteiro útil ao Haru, isso é com certeza, porque agora é por conta disso que ele pode se tornar o salvador da pátria e se libertar de uma vez por todas do seu trauma com armas.

Ainda nesse embalo dos mistérios, volto a minha teoria sobre o Shigemaru Kambe atual e a sua veracidade. Se esse homem é de verdade o assassino que todos conhecem e já retornou fazendo essa lameira, porque diabos ainda escondem ele? Todos já conhecem a cara do indivíduo e até as câmeras mostram com clareza isso, então não há o que ocultar aí.

Digo mais uma vez, a velha me parece confusa sobre o que achar, embora diga que esta do lado do filho, mas o fato de ele não se mostrar por completo, só me faz pensar que o Shigemaru Kambe de 19 anos atrás, não é esse de 2020. Com tanta invenção absurda e incrível que já presenciamos nesse anime, uma plástica miraculosa com certeza não seria novidade.

Bom, queria encerrar dizendo que achei esse episódio muito bacana e divertido, pela forma como o anime compreendeu os seus personagens, trabalhando no desenvolvimento do Katou, Kambe e ainda dando um tratamento necessário aos coadjuvantes, que puderam mostrar mais do seu potencial e tiveram boas resoluções para o que eu vinha considerando como seus problemas, ao longo desses 23 minutos.

Restando apenas mais dois episódios, aguardo ansioso para ver o que esse grande vilão esconde na manga e o que ele quer com o filho vingativo e seu amigo justiceiro.

Agradeço a quem leu até o final e nos vemos no próximo artigo!

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