Sim, seja positivo e o mundo pode mudar, assim nos ensina Emilico durante sua árdua prova de fogo. Esse episódio não conclui a saga do debute, porém ele tira nossa curiosidade quanto aos mistérios das sombras adultas e ainda constrói algo bem legal quanto ao futuro das bonecas e sombras debutantes – que mais do que nunca parecem precisar uns dos outros.

Entre algumas das teorias que jogamos ao vento, o anime já começou explanando o que era mais importante, a possível fusão entre servo e mestre – cujo conhecimento é restrito a poucos. No meio dos vários segredos escondidos por essa família, esse nos espantou desde que o Edward fez a sua demonstração ao vivo e a cores.

Assim como dissemos antes, essa união entre as bonecas e suas sombras é algo bem problemático, porque o que fica exposto é que o mestre toma controle completo do corpo, apenas alterando sua aparência conforme suas preferências e limando completamente a personalidade das bonecas.

No caso dos adultos que já vimos, isso parece não ter importância porque não conhecemos seus parceiros e como funcionava a relação entre eles, mas no caso das crianças não é assim, porque percebemos as diferenças entre eles, independente da simbiose que eles demonstrem ao se comunicarem com os demais.

Querendo ou não esse parece um fator que causaria problemas problemas a essa fusão forçada e sem querer, o Edward acaba surgindo com uma ideia única que não só expõe esse conflito, como exibe outras virtudes decorrentes de uma relação menos mecânica, diga-se de passagem.

Assim como as próprias sombras do terceiro andar notaram, esse debute especial tem mostrado que os subestimados tem tido êxito, quando na verdade deveriam cair pelas suas supostas fraquezas. Ao passo em que esse teste aponta para uma falha, ele também aponta para um improvável sucesso que pode ou não, beneficiar a estrutura da família.

Mesmo demonstrando mais liberdade e um incentivo ao pensamento individual, a relação estabelecida entre as crianças não os enfraquece, ao contrário, parece criar neles uma outra força que os torna tão ligados quanto se estivessem apenas como espelhos um do outro.

A isso se soma o trabalho involuntário da Emilico, que com a sua alegria e pureza contagiante, consegue modificar as pessoas ao seu redor com simples gestos que atingem o interior de cada um.

Todos os que conviveram com a boneca cresceram de alguma forma, como a Rum que conseguiu vencer a sua insegurança, pondo para fora a sua determinação e inteligência escondida. O Shaun e a Lou conseguiram ser mais espontâneos consigo mesmos, e por fim, temos a dupla que mais sofreu com os gestos da boneca, Patrick e Ricky.

O caso desses dois é algo curioso porque um foi afetado diretamente pela ação da menina, enquanto o segundo percebeu a importância do que ela prega, através da Lou. O boneco ainda tem um arco mais completo de redenção, porque diferente de seu mestre que não precisou se provar aos colegas, ele sentiu na pele o efeito do que plantou.

Sentimos pena do Ricky porque ainda que ele não tenha se mostrado o mais simpático ou bondoso do grupo, ele realmente não tinha más intenções no debute. Porém, por outro lado não questionamos a desconfiança do Shaun – que foi vítima dele antes -, muito menos a da Kate que não sabe em quem confiar naquele cenário difícil e também já foi alfinetada por seu parceiro.

É aquela famosa história, a dupla se sujou tanto que no momento em que tentam fazer algo certo, ninguém consegue levar a sério. A Emilico levou porque ela é uma outra ciência como o universo inteiro já sabe, não a toa ela contamina quem se aproxima.

Um detalhe bom de se observar quanto ao Ricky é que desde que ele percebeu como não é privilegiado e está tão vulnerável quanto qualquer outro, ele se fragilizou gradualmente, trazendo a superfície seu lado humano e os desafios desse debute apenas reforçaram que ele tem um lado bom, só não tínhamos visto – incluindo a paixonite que surgiu pela Lou, ao dividir a jornada com ela.

O garoto também externalizou sua bondade e sentimentos legítimos para com seu mestre, solidificando a amizade real que existe entre os dois – e que já comentamos bem antes desse momento. A preocupação legítima dele para com o outro, é a prova de que o Patrick não é apenas uma sombra que ele segue cegamente, mas uma a qual ele se afeiçoou conforme conviveram.

A sombra por sua vez, pôde mostrar que o “Efeito Emilico” não passou batido, despertando nele a humildade necessária para estender sua mão a quem necessitava, sendo ela a única que lhe ajudou quando ele precisou, com sinceridade de coração e sem pedir nada em troca.

Toda essa reação em cadeia nos faz pensar que ao sair desse debute, de fato os elos entre eles mudarão para melhor, talvez a Louise não faça parte disso porque ela ainda não se deu a mesma oportunidade que os demais, mas quem sabe o que o futuro lhe reserva passada a pressão?

Bom, pulando para as grandes protagonistas, foi um tanto inesperado o comportamento das duas ao se encontrarem, porque no meio da aflição de falharem, ter parado para dialogar tão tranquilamente não era algo ideal e mesmo assim foi legal.

Se vale o destaque, diríamos que esse momento de descontração foi importante, para que a Kate tivesse a sua fé na parceira reafirmada, assim como a certeza do que ela incentiva e aprecia nela, que é sua personalidade – praticamente um sinal de que não foi em vão, deixá-la ser ela mesma.

Ao longo do teste, era notório que o Edward claramente queria eliminar a Kate e a Emilico e talvez de brinde a Rum e a Shirley que também tinham uma desvantagem na sua prisão. O que ele não contava é que os fracos iam mostrar a que vieram, e que todas as bonecas – e algumas sombras – iam entrar em cooperação, elemento que não é apreciado na lei dos Shadows.

Cultivar o otimismo valeu a pena e mesmo debaixo de muita luta, a Emilico conseguiu fortalecer o espírito de seus colegas e salvar sua querida Kate, mas com o tempo já nas últimas, como a situação vai ficar para essa dupla e as duas que ainda faltam? Que venha o final do debute.

Agradecemos a quem leu e até a próxima!

Comentários