I’m Standing on a Million Lives (100-man no Inochi no Ue ni Ore wa Tatteiru) foi um dos meus animes favoritos na temporada dele e por isso fiz questão de fazer as primeiras impressões de seu segundo cour, para compensar um pouco o meu arrependimento por não ter coberto o anime. Sem mais delongas, o que tivemos nessa estreia? Um novo aventureiro e uma nova quest, mas muita coisa além para comentar. Vamos lá?

Apesar de curta, a contextualização das circunstâncias que levaram o Keita a se envolver com a máfia não ficou ruim, até pelo contraste que ela ofereceu em comparação as opiniões de nosso edgy protagonista. Não dá mesmo para achar a vida do rapaz insignificante ou fácil, ainda que eu entenda que o Yotsuya o encare apenas como um recurso, pois foi a construção feita até aquele clímax da temporada passada.

Não sou obrigado a concordar com ele (e nem concordo) para enxergar coerência, até ousadia, na caracterização do personagem. Se o Yotsua mudasse de opinião em comparação a como ele vinha sendo até aquele momento é que seria estranho, então entendo a babaquice dele e até gosto dela, afinal, foi também a forma que ele encontrou para juntar os cacos após o baque de se descobrir um assassino, foi sua “fuga”.

Agora sim, para quem não gosta de um protagonista edgy (mesmo ele não seja edgy o tempo todo) talvez seja o caso de não ver essa segunda temporada, ou melhor, de não ver nem a primeira. Aliás, muito do meu carinho pelo anime se deve as cantoras da abertura e do encerramento da primeira temporada, Kanako Takatsuki (a Hanamaru Kunikida de Love Live! Sunshine!!) e Lyuu (a Keke Tang de Love Live! Superstar!!).

Dessa vez, quem ficou a cargo da abertura foi Kaede Higushi, uma das Vtubers de Nijisanji, enquanto o encerramento voltou as mãos (na verdade, a voz) da talentosíssima Kanako. Como grande fã de Love Live! sentia um prazer enorme no começo e no fim dos episódios do anime, o que me fez curtir mais ele. Mas não só por isso, pois curto a história, os personagens e principalmente as circunstâncias peculiares desse isekai.

Enfim, o novo personagem foi integrando a dinâmica do grupo de heróis de maneira muito simples porque ele em si é muito simples. Além disso, ele teve contato com o Yotsuya antes, era fácil ligar os pontos. O legal mesmo foi a lutinha dos dois e como a expectativa do prota foi traída, o que não deve ser o suficiente para desmoralizá-lo frente as garotas, ainda mais porque não haviam essas intenções do Keita.

E a chegada deles na cidade esclareceu bem essa e outras questões. Mas antes de comentá-la, preciso pontuar que adoro a constante adição de novos cenários, mecânicas e alternativas no sistema do jogo. O teletransporte foi uma delas, mas mesmo durante as quests coisas assim rolam, os personagens se deparam com minúcias que enriquecem bastante as situações adversas exploradas durante o cumprimento das missões.

Quanto ao que rola na cidade, o ponto alto desse episódio certamente foi o reencontro com a Kahvel, e não só porque ela mudou em 15 anos, tempo suficiente para levar as pessoas a repensarem suas prioridades e desejos, mas também pelo impacto da aventura deles na vida dela. E não só dela, pois o garoto que a Kusue salvou fez questão de aparecer para agradecer, reforçando a ideia de que eles deixaram algo bom para trás.

Quanto a Kahvel, a quarta heroína da primeira temporada, deu para ver que a paixonite que ela nutriu pelo protagonista não foi nada platônica, tanto que ela ainda cultiva um forte carinho por ele mesmo tanto tempo depois e se sente grata pela aventura que viveram, o que não só gerou uma cena belíssima pelo beijo e pelas lágrimas de emoção dela, mas também pelo impacto que deve repercutir na “experiência” do Yotsuya.

Não que não seja impossível ele seguir sendo um c*zão mesmo depois de ver as coisas bacanas que ele viveu e fez pelas pessoas, mas se a ideia for ir mostrando a esse protagonista que ele está errado em suas opiniões, que ele mesmo não é o lixo que pensa ou dá a entender que é, acho que explorar bem esses momentos ajuda muito porque as coisas devem ir se acumulando com o passar do tempo e o aumento das dificuldades.

Porque o contorno que a quest toma certamente está em um nível de dificuldade superior a da anterior, tanto é que dessa vez em um episódio eles já souberam o que precisavam fazer, mas o problema é fazer. Não vai ser nada fácil para os cinco derrotarem uma horda de orcs que comem gente, ainda mais com humanos trabalhando para o outro lado. Talvez por ruindade, mas muito provavelmente coagidos pelo medo.

Fiquei animado para o que essa nova quest pode oferecer, ainda mais agora que eles têm um novo elemento no grupo, e um que oferece um leque diferente de características que as do Yotsuya, além das garotas. Imagino que o Keita tenha uma forma mais objetiva, mais selvagem, de resolver seus problemas que o Yotsuya, além dele ser um sujeito bem mais simples, até puro, em comparação ao protagonista dessa história.

Não à toa ele agradece genuinamente a ajuda que recebeu antes e não parece um desafio a liderança que o Yotsuya exerce no grupo. Talvez a convivência leve a atritos maiores dos que ele já teve com as garotas, mas imagino que com o tempo o Keita tenha seu valor reconhecido, como, aliás, a Yuka já deveria ter tido. O Yotsuya teve mérito ao ajudá-la e trazê-la para perto, mas o mérito maior foi dela pela quest resolvida.

Por fim, dentro do que eu esperava da volta de Million Lives posso dizer que esse episódio foi até melhor que a conta. Poderia ter passado mais tempo e a Kahvel nem estar mais viva, mas esse fanservice com ela encerrando o ciclo de sua história não vivida foi de lascar, emocionante. Aproveitaram de maneira excelente o carisma da personagem, além da relação de cumplicidade e amizade que ela construiu com o Yotsuya.

Sabe outra coisa legal? Até agora não ter rolado nada entre os heróis e as heroínas. Não que vá me incomodar se rolar, mas isso mostra que o foco da história é outro, além de que há a estranheza da maioria serem colegas bem diferentes entre si que compartilham um segredo, fazendo mais sentido que foquem na sobrevivência ao amor, ainda que inegavelmente venham sendo cativados uns pelos outros. Vamos ver até quando.

Até a próxima!

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