Onde estou? Quem são essas pessoas? De onde vem toda essa loucura? Bom, depois de assistir essa estreia assim eu fiquei, desnorteado. Com a premissa básica da oposição entre essas duas correntes que coloquei no título, Night Head 2041 tenta impressionar, mas sinceramente não posso dizer que conseguiram essa façanha.

Para quem ainda não sabe esse “Night Head” da temporada, é uma nova adaptação de uma obra feita em 1992, que inclusive já ganhou uma adaptação em 2006, chamada Night Head Genesis. Esse eu tenho na minha lista para ver um dia, mas o pouco que sei é que ele se diferencia um tanto da proposta de agora – que também adiciona dois protagonistas a mais que até então não existem no original.

Olha, eu acho que erro define esse primeiro momento – talvez a série inteira no futuro -, mas dá para dizer que o primeiro já começa na sinopse, porque ela não dá a entender nada do que de fato compõe a história e apresentam no episódio, o que para mim é ruim pois você chega “as cegas” e sai pior.

Nessa confusão, vale ressaltar que em momento algum os protagonistas da história se encontram, ou sequer tem noção da existência um do outro. Na verdade em alguns momentos a impressão que tive, é que as histórias de ambos se passavam em momentos diferentes – até que no final se entende que todos estão no mesmo cenário.

Mas comentando sobre o enredo, os irmãos Kuroki – Yuuya e Takuya – fazem parte de um esquadrão de elite que se responsabiliza pela manutenção da ordem e da paz, após a terceira guerra mundial. Nesse período o governo passou a abominar qualquer tipo de cultura teísta, formando esses esquadrões justamente para suprimir qualquer tipo de movimentação nesse sentido.

Durante o episódio eles promovem uma caçada a um charlatão que incentiva a crença no sobrenatural, mas tudo é tão rápido e confuso, que não dá para entender muito sobre a situação daquele mundo a ponto de chegarem nesse extremo de perseguir os outros por essa questão.

Da mesma forma fica difícil entender um pouco da personalidade deles, onde a única coisa que ficou notória para mim é que eles são irmãos protetores e estão um tanto “robóticos” na sua tarefa – deixando mais difícil criar empatia por eles.

Não sei se eles agem por não ligarem, ou por terem um pensamento diferente da maioria, mas creio que conforme as coisas andem eles devem clarear a sua postura, até porque o anime já deu a entender de que eles tem poderes sobrenaturais, então eles meio que “jogam” dos dois lados do conflito.

Do outro lado os irmãos Kirihara – Naoto e Naoya, os originais do enredo – são espers, estão foragidos e reconhecendo o mundo, que agora despreza pessoas como eles, deuses e qualquer coisa do tipo.

Esses dois eu já acho bem mais interessantes de acompanhar, porque o fato de eles terem permanecido presos e isolados durante muitos anos, torna crível o estranhamento que eles tem da sociedade atual.

Ainda não sei por que caminhos a história pretende caminhar, mas aparentemente a ideia é que as duplas opostas se encontrem e se antagonizem. Porém como eu disse antes, caso tenham poderes, existe a remota possibilidade de que Takuya e Yuuya acabem se aliando a Naoto e Naoya – o que para mim é uma virada mais interessante, já que eles viveram o tempo todo do outro lado e então precisariam rever seus conceitos.

Além deles outros humanos com poderes sobrenaturais dão as caras de forma bem rápida, mas por aí já conseguimos perceber que bastante intriga vem por aí, de todas as direções possíveis, por isso apoio ainda mais a união dos quatro protagonistas caso queiram chegar a algum lugar e sobreviver nesse mundo.

Dito isto, sou honesto em dizer que tenho um certo problema com esse enredo de que a ciência precisa se opor a fé, pois como alguém que cresceu sendo ensinado tê-la – e apreciando isso -, não consigo comprar esse mundo do futuro antiteísta e ditador, muito menos simpatizar com protagonistas que apoiem esse tipo de perseguição a qualquer pessoa e sua crença, mas enfim, é algo pessoal e tentei acompanhar a estreia de uma forma mais neutra.

No geral eu acho que é um anime que vai precisar de mais uns episódios para se organizar, porque na tentativa de parecer enigmático e dark, ele acabou acertando no confuso e raso.

Entretanto se a escrita parece não saber para onde vai, com seu plot central e dois núcleos desencontrados, preciso apontar que a animação é o que dá um melhor suporte para o conjunto.

Embora o 3D ainda seja fonte de grande irritação para muitos, aqui ele é feito de forma ok e com um bom design feito pelo estúdio Shirogumi. Os cenários e tons escuros também ajudam a construir toda a ambientação distópica e séria que o anime quer imprimir, deixando na apresentação algo a se salvar.

Se Night Head 2041 será bom eu não faço ideia, mas a impressão que ele me deixou não foi das melhores. Para quem curte esse conjunto do mundo super científico, espers, guerras, pegada dark e etc., ele deve servir, caso contrário não acho que deva fazer falta.

Agradeço a quem leu e até a próxima!

 

 

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