Kimetsu no Yaiba: Mugen Train Arc – O legado do Hashira das Chamas, Kyojuro Rengoku – Primeiras impressões
Finalmente Kimetsu no Yaiba voltou, mas você já deve saber que o retorno é com uma reexibição safada do filme Mugen Train (cuja resenha você pode ler aqui). Dizem que haverão cenas extras, mas duvido que o suficiente para justificar uma cobertura ep a ep, então só devemos voltar a nos encontrar no Entertainment District Arc que começa em dezembro.
Felizmente, o primeiro episódio foi original, uma decisão que não poderia ter sido mais acertada, afinal, a grande estrela do longa é o Rengoku, o Hashira das Chamas, e nesse episódio ele brilhou, dando uma palinha de seu legado, que também é o legado herdado do pai, afinal, continuou seu trabalho com maestria, algo que veremos com profundidade nesse arco “reeditado”.
Mas então, por que um episódio focado no Rengoku foi a melhor escolha para começar a segunda temporada? Porque ele acaba complementando o filme se você já viu ele, ao mesmo tempo em que o filme alonga o desenvolvimento da personagem se você ainda não tiver assistido. E com isso o fã só sai ganhando, pois esse tipo de filler, por mais simples que seja, só agrega.
E para defender meu ponto trago uma opinião que pode ser questionável para alguns, mas acredito fazer bastante sentido. O Rengoku não é um personagem super interessante, diria até que nem carismático ele é com sua expressão sorridente, seu senso de justiça impassível, seus movimentos sempre precisos e animados, etc; mas ele é cativante por tudo que mostra no filme.
Não tem como não gostar do Rengoku, uma personagem que se mostra cativante por motivos simples, mas eficientes se a ideia é externar todos esses valores morais que um Hashira, ou melhor, que qualquer caçador de onis, deve ter em algum nível. Se você ainda não viu o filme, assista o anime e fique no hype, pois acredito que não vai se arrepender quanto ao que vai ver dele.
Enfim, focando na trama apresentada nessa episódio de estreia, honestamente, há pouco de interessante a comentar além do clímax, talvez que a diferença de gerações justifique em parte a descrença da neta na existência dos onis, pois em parte era experiência da própria avó. Mas isso é o de menos, o importante foi a mensagem que ficou, de que as gerações de caçadores salvam as gerações de pessoas.
Quanto ao oni estripador, ele é o tipo de personagem esquecível que atende as necessidades do roteiro. Ele tinha velocidade, mas foi uma lebre enfrentando uma tartaruga que de lenta também não tinha nada, e a luta contra o Rengoku pode ter sido anticlimática, sequer ter sido uma luta propriamente dita, mas cumpriu o propósito de exaltar a grandeza do herói.
E nisso reverbera o legado do pai, que o Rengoku assumiu e mantém da melhor forma possível. Não à toa o vemos investigando o trem infinito e se preocupando com a comunidade em um aspecto mais amplo que apenas salvar as vítimas do oni estripador ou ganhar os louros por seu extermínio. E esse era mesmo o trabalho que o Hashira das Chamas deveria assumir.
Se você ainda não assistiu o filme não vou dar spoilers concretos, mas garanto que o Rengoku será a grande figura dos próximos episódios e não teria como ser diferente vendo a diferença de poder entre ele e a turma do Tanjiro, que vai embarcar no trem e ajudar bastante, mas ainda não tem o cacife de lidar com uma ameaça maior. Eles teriam mais trabalho para lidar com o estripador do que o Rengoku, por exemplo.
Por fim, em qualquer sentido que você analisar, essa estreia foi a mais acertada possível dado a natureza da adaptação, uma dita reedição de um filme para a TV. A animação, você sabe, tem o mesmo nível, seja TV ou cinema, então não é problema apenas dividir o filme em partes e fazer a transição a partir desse bom episódio original. Leia meu artigo do longa de Mugen Train. Nos vemos na estreia do Entertainment District Arc.
Até a próxima!