Build Divide; Code Black é um anime original do estúdio LIDENFILMS (Hanebado!, Kishuku Gakkou no Juliet, Koi to Uso, Tejina-senpai, Killing Bites, Sayonara Watashi no Cramer: First Touch, Tenka Hyakken: Meiji-kan e Youkoso!) que já começa com sequência anunciada (deve ser split cour) e a sensação de que pode fazer sucesso no proeminente meio do card game. Segue a sinopse da Crunchyroll (streaming oficial do anime).

 

“A cidade de Neo Kyoto é governada por um Rei, que determina o valor de cada indivíduo de acordo com seu talento no Build-Divide. Mas um rumor circula entre as pessoas: quem conseguir vencer o Rei no Build-Divide, poderá realizar qualquer desejo que possuir. Para desafiar o Rei, é preciso participar em batalhas de “Rebuild” e completar uma assim chamada “chave”. Teruto Kurabe é um jovem que deseja derrotar o Rei, por um motivo não revelado. Guiado pela misteriosa Sakura Banka, ele entra de cabeça nas batalhas de Rebuild.”

 

Build Divide é um card game que segue o padrão para esse tipo de anime exceto quando as cartas emergem na realidade apresentando poderes como a formação de um escudo ou a capacidade de cortar uma faca. Não sei de onde vem isso, só sei que não é uma má ideia já que a intenção é usar o jogo de cartas para determinar os rumos da cidade. As cartas têm poder, no sentido figurado e literal.

E empreendendo nessa dinâmica, promover um encontro predestinado entre os protagonistas foi uma forma adequada de começar a trama até se pensarmos que a Sakura deve atrair jogadoras para o game. Aliás talvez eu que esteja atrasado, pois nos últimos anos os animes de cartinha vêm tendo personagens femininas cada vez mais fortes.

Além disso, a ideia de fazer um verdadeiro tutorial de como jogar é boa, sempre é, eu só acho que partir de jogadas iniciais simples para jogadas mais elaboradas não foi o melhor curso de ação, ainda que eu entenda a empolgação da Sakura, uma jogadora com um desejo forte e que viu potencial no Teruto para ajudá-la. Eu só queria entender porque ela precisa tanto de ajuda, ela é uma ótima duelista…

Mas claro, faz sentido cooperar com outra pessoa, ainda mais uma que derrota você depois de se fazer de desentendida. Na verdade, nem foi exatamente esse o caso. afinal, ficou claro o lapso de memória do protagonista, que já tem uma treta pregressa com o rei. Imagino que ele tenha sido preparado para derrotá-lo e assim assumir o poder de Neo Kyoto, não à toa é o único objetivo que vislumbra no horizonte.

E nisso se mata dois coelhos com uma cajadada só, pois ao derrotar o rei o garoto tanto realizaria seu desejo como daria a chance da Sakura realizar o seu, isso, claro, se os dois seguirem alinhados até lá, o que depois da vitória acachapante que a heroína sofre tem tudo para ocorrer como diz o manual de clichês de animes de card game.

No fim, Build Divide é isso, um anime de jogo de cartas que segue a fórmula sem nenhuma grande inovação, no máximo com uma pegada mais sci-fi, o que permite toda a relevância do jogo nos rumos da sociedade. Digo sci-fi porque me pareceu claro que foi a muralha que promoveu toda a holografia e percepções extra-sensoriais que enriqueceram o confronto.

Falando dele, gostei do desenvolvimento do duelo e até do sistema do jogo, que favorece reviravoltas, como todo card game faz, eu sei, mas nesse aqui com uma gama um pouco menor de complexidade em comparação a outros. Há menos cartas, né, e uma delas, a de Território, é crucial nas partidas. Por ela passa todo o jogo. E quanto a Bloom, o sorrisinho dela não engana ninguém.

É com esse Território dúbio e sua rivalidade com o rei que Teruto seguirá seu caminho até o topo, guiado por uma parceira interesseira, a Sakura, mas não demais, não de uma maneira tóxica. No fim vemos brevemente várias faces daqueles que devam ser obstáculos do herói e da heroína na busca pela realização de seus desejos em um anime que se apresentou de maneira satisfatória, não mais que isso.

Até a próxima!

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