Quem diria que depois de todo aquele imbróglio e tristeza, a Kukuru iria feliz para o Tingaara? Pois bem, mas como nem tudo são flores, a pobre foi parar em um ambiente um tanto hostil e principalmente, fora das suas mais positivas expectativas. Como será que ela irá se desenvolver daqui para frente e o que esperar dessa nova fase?

Flávio: Quando criança, a gente sonha em ser adulto achando que seremos donos dos nossos próprios narizes. Mas a realidade é totalmente diferente. Ao chegar na fase adulta, a sociedade cobra certas responsabilidades. A primeira experiência profissional da Kukuru está sendo árdua, mas ela está se virando como pode. O retorno da Fuuka foi fundamental para a plâncton Kukuru recuperar a confiança.

JG: Eu confesso que esperava que a Kukuru fosse ser mais resistente a mudança, mas embora ela ainda esteja um pouco insatisfeita, a presença da Fuuka deu a ela o suporte necessário para que ela veja com outros olhos sua situação. No começo até eu fiquei reticente com aquele ambiente de trabalho novo, porém vamos que vamos, acho que o Tingaara promete bastante, especialmente pelas figuras que estão ali.

Flávio: Além da dificuldade de adaptação, há a frustração de não poder trabalhar na área desejada.

JG: A menina ainda não tem noção de que esse aprendizado que lhe foi confiado, vai servir para que no futuro ela consiga caminhar sobre as próprias pernas, mas imagino que não demore para que ela note isso. É natural o estranhamento, principalmente porque ela esteve perto dos animais todo esse tempo, então compreende suas necessidades, só que ela precisa desse suporte mais técnico e administrativo pra pegar as coisas que ela ainda não tem.

Penso que o diretor não a deixou ali porque não confiava na sua experiência, ao contrário, ele reconhece a dedicação e a experiência dela, então por isso mesmo quis enriquecê-la ao lhe colocar fora da sua zona de conforto para que ela se torne uma profissional completa – quem sabe até para reabrir o Gama Gama ou dirigir o seu próprio aquário.

Flávio: Sim, sair da zona de conforto é ótimo para a Kukuru, que poderá usar os conhecimentos que irá aprender futuramente. Aliás, o avô dela não se tornou lendário por saber fazer um tipo de função ou por ser especialista numa única área.

JG: Outra coisa que o Tingaara vai fazer bem é “linkar” toda essa gente, porque pense num elenco complexo e diverso? É essa turma nova.

Primeiramente tocando nas peças mais raras, temos de volta a Chiyu, que é uma criatura bem indigesta e já tem um pequeno atrito com a Kukuru. Essa moça me irrita a cada vez que aparece, porque sinceramente não compro o perfil da jovem chata e desagradável que ela tanto se empenha em empregar.

Reitero que admiro a paixão genuína que ela tem pelo seu trabalho, o esforço que faz para que tudo dê certo para os animais, mas me incomoda que ela sinta a necessidade de ser ácida praticamente a todo tempo – não a toa os outros também percebem esse “it” dela, embora levem numa boa.

Flávio: Tirando dois ou três, os novos personagens são simpáticos.

JG: Acho que os mais ásperos são a Chiyu, como já citei, a parceira dela Kaoru e o chefe da Kukuru, mas esses dois eu ainda dou um desconto por não conhecê-los tão bem.

O chefe eu até que simpatizei, pois mesmo sendo um pouco rude, eu acho que ele só não encontra outra forma de ser. Embora ele tenha muito a passar para sua subordinada em termos administrativos, a impressão que ele me passa é de que não se importa muito com os detalhes no aquário, ele apenas quer atingir as suas metas – no que não está errado.

Então, para ele a convivência com a protagonista vai ser proveitosa, uma vez que ela tem esse amor pela vida marinha e pode fazer com que ele também enxergue o outro lado desse trabalho, para além do fator resultados numéricos.

Flávio: Dentro do grupo dos simpáticos, estão a Akari (colega de departamento da Kukuru), a alegre e simpática Marina e o peculiar Higa.

JG: Esses três foram ótimas adições e diria até que surpreendentes. No caso da Marina, acho que a positividade dela pode ajudar muito a unir todas as tribos, ela tem esse dom de navegar em todos os lados sem muito esforço. A Akari me surpreendeu porque eu esperava uma garotinha mais meiguinha, sonsa e a achei interessante por ser mais neutra no agir e por não ter uma motivação especial para estar ali, meio que observando para ver como se inspira.

Quanto ao Higa, esse foi um alívio cômico involuntário, pois o personagem se porta de maneira séria, mas graças ao seu ranço pelas pessoas, ele se torna engraçado. Vê-lo dialogar com a turma traçando paralelos com peixes foi bem engraçado e mesmo em sua seriedade, ele se deixa aproximar, não a toa já criou um laço com o Kai.

Flávio: Se o coração do Kai não tivesse dona, daria para esperar um bromance? Brincadeira a parte, a relação dos dois pode ser interessante porque o Higa não parece se importar muito com relações sociais.

JG: Creio que eles podem se ajudar muito e virar uma Kukuru e Fuuka versão masculina, dois irmãos separados pelo nascimento.

Falando na Fuuka, gostei bastante da ação dela no episódio 14, afinal nossa segunda protagonista não podia ficar esquecida no churrasco e nem ser relegada ao papel de suporte – embora ela apoie muito a amiga. Foi bom ver como ela conseguiu contornar o problema que estava instaurado entre o setor dos animais e o de marketing, para que a Kukuru conseguisse realizar o passeio.

Flávio: A Fuuka continua dedicada como sempre e o retorno dela foi na hora certa, sem a amiga por perto a Kukuru teria mais dificuldade de se adaptar ao novo ambiente.

JG: A Fuuka desde o princípio sempre foi muito focada e determinada quando se coloca diante de algo e aqui não foi diferente.

Penso que o episódio também foi hábil em nos mostrar não só a desunião dentro do Tingaara – que o Higa bem pontuou -, mas como os responsáveis pelo setor meio que se “complementam” na confusão. Durante a tentativa de fazer o evento dar certo, percebemos como a Chiyu tenta proteger o bem estar dos penguins, em contraponto ao chefe da Kukuru que tenta fazer o aquário funcionar.

Nesse duelo a comunicação se mostra ruim – os e-mails não lidos reforçam isso – e as protagonistas ficam no fogo cruzado, tentando encontrar um meio termo que satisfaça os dois lados. Se diante dessa pressão a Kukuru não se desenvolver, ela não aprende mais em lugar nenhum.

Flávio: Eu ia esquecendo da nossa querida Udon-chan, que também deu mais um passo em direção ao seu sonho. Mesmo não fazendo parte da “facção Gama Gama” dentro do Tingaara, ela continuará aparecendo para animar e servir os amigos.

JG: Era outra figura que não podia faltar, assim como a Karin que agora finalmente pode realizar seu sonho de estar num aquário e o melhor é que ela está colada na Kukuru – assim dá uma força para a amiga.

Bom, a segunda metade do anime começou até que bem para a nossa alegria, especialmente depois daquele material promocional dando a entender que a Fuuka sairia de cena – motivo de revolta geral -, quando na verdade não ia ser assim. Esse recomeço prova como a personagem faz falta com a sua graciosidade e equilíbrio.

A Kukuru por outro lado, tem um longo caminho de aprendizado e agora com os amigos por perto, ao menos ela terá apoio para encarar cada desafio que se coloque a frente. Estamos curiosos para ver o que essas novidades trazidas vão adicionar a Aquatope e como essas figuras todas vão se articular até o fim da temporada.

Agradecemos a quem leu e até a próxima!

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