Deus é um fanfarrão, né? Quem é que se dá um aviso provisório de 999 dias (quase 3 anos) e isso com a possibilidade de ter que sair do emprego antes se pensarmos que nada garante que a coisa não se resolva em uma semana, né?

Ainda mais com um Metropoliman doidinho para tretar com os outros 11 candidatos restantes. Platinum End segue em sua árdua jornada de ser um dos animes mais “é, né…” de 2021!

Agora sério, pintar a Nasse como uma anja que tinha interesse no Mirai antes mesmo da disputa pelo cargo de deus começar não passa muito a impressão de que ou ela é só um acessório do protagonista ou essa é só uma justificativa boba mesmo?

Mas nem quero falar muito da Nasse não, esse anime tem uma personagem pior que a outra, apesar de que seu grande problema repousa em outra área. Por exemplo, o quão maniqueísta e raso é o Mirai se devotar tanto as palavras da mãe dele?

Okay, eu sei que muitas pessoas que passam por depressão ou coisa parecida tendem a se agarrar a coisas para manter a cabeça minimamente no lugar (muitos se dedicam a religião, né), é só que a construção disso nesse anime além de ser rasa é irritante.

O Mirai é qualquer coisa menos uma personagem gostável e toda hora ficar batendo na mesma tecla só o torna ainda mais tosco para mim. Ele só não é pior que o comediante caricato e imbecil, uma figura patética do início ao fim.

Sério que no mundo todo não tinha outro suicida menos imbecil? Aliás, por que o próximo deus tem que ser japonês, deus não era brasileiro? E nem vou tocar no mal gosto que é essa personagem, pois sei que não precisa descer mais o nível da crítica.

Platinum End é execrável por tantos motivos que é melhor eu não me estender em alguns deles. Mas, por exemplo, tem um detalhe que não deixa de me chamar atenção, que é o desbalanceamento do battle royale. Por que tem três níveis de anjos diferentes?

Isso torna a disputa cruel para alguns, além do tempo limite ser relativamente grande, né. Okay, talvez nem todos os candidatos sejam japoneses, mas só de 4 (Mirai, Saki, Metropoliman, o comediante) já serem e disso ser um anime sei que não tem muito para onde correr.

O que quero dizer é que essas características do embate tornam a coisa muito favorável para quem tem um anjo especial a tira colo, ainda que seja uma anja bocó como o Mirai. Mesmo que surja outro candidato apoiado por um anjo de nível especial ele não deve polarizar a disputa.

Então, sim, o cenário que esse segundo episódio desenha é o que deve nortear o anime como um todo, uma guerra entre Mirai e Metropoliman até o fim, com cada um dos colegiais anexando aliados ao longo da narrativa.

Se o segundo episódio já é preenchido pelo Metropoliman sendo cringe o tempo todo a perspectiva não é nada animadora. E eu entendo a lógica por trás do plano dele, falar a todos quem ele é, plantar o medo nas mentes de alguns e tirar do esconderijo outros.

O problema é a roupagem, a forma como as ações se processam. Se ele estivesse sendo observado já teria morrido e poderiam muito bem disfarçar isso com um tiro do ladrão de branco, exceto se a velocidade das asas também der super reflexos e super força.

Haviam outras formas de mandar essa mensagem, mas isso também posso colocar de escanteio, afinal, o Mirai por si só já dá muito o que questionar nesse anime. Por exemplo, sério que um dos candidatos ter morrido em nada ativou o alerta de perigo dele?

Tentar parecer inteligente (ou só não um completo energúmeno) como forma de compensação não cola muito se for para ele dar tanta bandeira de que sabe de alguma coisa como ele dá quando o anjo de seu rival o encara.

Nem lembro como essa situação se desenrola, mas, em todo caso, é só questão de tempo para os três garotos que estudam na mesma escola se toparem, afinal, a Saki (o crush de infância do Mirai) é uma das candidatas (OP e ED entregam, né) e estuda no mesmo colégio que ele.

Então sim, o cliffhanger não e o problema, a imbecilidade é bem mais profunda nesse anime. Tome como exemplo algo que já comentei, mas no qual vou me aprofundar agora, a “mobilidade social” dos anjos, que é ou não é um puta artificio de roteiro, um atestado de preguiça do escritor?

Pelo menos, ainda que a passos lentos, ou extremamente chatos, a trama está se movendo, não que seja mais que sua obrigação. Platinum End se vende como um thriller, né? Diria até que esse episódio foi muito paradinho tirando o constrangedor trecho no banco.

Aposta quanto como isso vai ser usado de forma conveniente aqui e ali, e sem qualquer cerimônia? Criar a mesma base para todos exige mais da criatividade de um escritor, então desnivelar a coisa e jogar poder que compensa a fraqueza no colo do “herói” é medíocre sim.

Por fim, sei nem mais o que comentar desse anime, que se em seu segundo episódio foi menos problemático que na estreia, compensou com mais chatice e a exposição de personagens risíveis, todos eles. Vamos ver se a Saki-chan se junta ao bonde ou não.

Até a próxima!

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